Contos reflexivos do
andarilho
Sentado debaixo da sombra de antiga
gameleira, em uma praça em frente a uma universidade, o andarilho busca rever
um antigo amigo.
Um professor que lhe ensinou muito, a tarde
termina, a noite se inicia quando o velho professor se aproxima de um lanche à
margem da praça como fez durante toda sua vida por tantas vezes.
Quando o professor pede o lanche, ouve uma
voz conhecida. Ao olhar a sua volta vê o antigo aluno e amigo. Os dois se
abraçam fraternamente, e um reverso do pluriverso, e o tempo voltando no próprio
tempo.
O professor nem pega o lanche, e sai andando
e conversando com o aluno transcendente.
E ali, enquanto caminham, vão colocando o
papo em dia, o tempo teria que parar para que a saudade fosse dissipada.
A conversa segue calorosa, até que o andarilho
pergunta sobre os estudos que ele fez no passado sobre o DNA do cosmo.
O velho professor sorri, e diz ao andarilho:
– Pesquisei sobre o que já sabia.
O andarilho sorri e pergunta:
– Então por que o fez?
O professor então lhe diz:
– O DNA do cosmo é único, a partícula
quântica viaja a velocidade da luz.
Todo universo se comunica, o DNA não
pertence a um, pertence a toda forma de vida.
Todas as formas de vida não são capazes de
surgir onde anteriormente não tenham sido previamente contaminadas por vida preexistente.
Olha, meu caro aluno, toda vida vem de vida,
somos a partícula quântica do Criador, daquele que e impossível provar sua
existência.
Pois ele está em nós, ele é espírito. Todo
universo foi colonizado pelo DNA do seu Criador.
A divindade suprema está em nossa mente.
Acompanhando cada um em seu ciclo evolutivo
de completude cósmica.
Não é pelo fato dele estar embutido em nós
que estaremos todos no mesmo nível intelectual, físico, mental.
Cada um busca sua forma de vida de acordo
com o grau de evolução.
O andarilho sente-se como se estivesse em
uma sala de aula, esquece-se do mundo a sua volta, e ouve apenas uma voz.
E assim o professor continua sua explanação
para uma matéria viva, sobre uma antimatéria invisível.
(Abiogênese) não é para ser entendida, muito
menos discutida, pois tudo é matéria, mesmo a antimatéria quando discutida não
precisa ser entendida, serve apenas como ponto de reflexão para o que não
conseguimos explicar.
Assim como a (panspermia) cósmica, não é
preciso tentar provar algo que é lógico, apenas para quem tem conhecimento
suficiente sobre os multiplanos.
São esquemas mentais de se tentar entender a
formação do cosmo de uma forma multidisciplinar.
Não podemos nos prender a uma história
única, para não corrermos o risco de ser injustos com as mentes que transcendem
o universo em busca de sabedoria, e não de conhecimento.
O andarilho se delicia com explanação de uma
mente que não sobrepõe ou impõe que apenas expõe as múltiplas formas do pensar.
Assim o mestre segue expondo sua via de
acesso ao conhecimento de forma única, onde o aluno é que forma sua opinião,
não pega nada pronto.
A (biogênese) somente nos mostra que para
que algo exista é necessário um ponto de partida, mesmo que não se comprove, é mais
uma ideia que nos faz mover no caminho do saber em construção.
Somos sementes de uma existência
preexistente, nunca estivemos sozinhos, a matéria só é inanimada enquanto não
chega a um grau evolutivo que a justifique.
O genoma que recebemos veio do próprio
Criador, não é preciso que se busque de onde viemos, pois nosso genoma não veio
de nós mesmos, dos humanos de uma dimensão única.
Viemos de seres superiores, que buscam
povoar e desenvolver vidas independentes em todo o cosmo.
Somos fusão da própria matéria, a um nível
cósmico indecifrável, por isso, por mais que se estude, não se consegue provar,
o que surge são cada vez mais dúvidas ao invés de uma resposta definitiva.
Ainda discutimos o criacionismo e o
evolucionismo, e nunca chegamos a uma concepção única.
Se ao invés disso juntássemos os dois
veríamos que somos um planeta em constante evolução, e que somos frutos da
própria criação divina.
A complexidade da vida é descrita por várias
religiões e crenças, mas tolos daqueles que acham que têm razão, pois todos
falam do mesmo Deus, ou seja, alguém que é superior e transcende a própria
mente humana.
Tudo é força criadora, não importam os nomes
que se deem, todos são um, na unicidade cósmica, são o caminho da salvação.
Ou melhor, da continuidade da vida após a
morte, então por que discutir sobre algo que é consenso?
Por que não aceitar o outro conforme sua
crença, por que guerras se elas são a desculpa da paz?
Se estivermos no mesmo plano por que existe
um ser superior ao outro ser se somos uno, pois todos são iguais
biologicamente, se somos feitos da mesma matéria, ou não somos todos
constituídos de carne, ossos e sangue?
O andarilho não sabe o que pensar ou o que
dizer, pois a cada pergunta vem junto a resposta. Pois é muito bom ouvir sobre
algo que no fundo já sabemos, mas o sabor das palavras com o tempero do
conhecimento cósmico torna o prato bem mais saboroso.
Mas o professor continua falando, não dá
tempo do andarilho refletir.
Todos os seres são compostos basicamente dos
mesmos elementos, o que muda é a composição das diferentes formas de vida,
animadas ou inanimadas.
A pergunta não deveria ser, quem somos, e
sim qual o propósito da nossa existência?
Fazer perguntas é fácil, o difícil é
responder, pois isso demanda tempo e esforço coletivo, que nos unem nos
diversos campos do saber.
Os seres querem apenas respostas para os
seus problemas particulares, e aqueles que se dedicam à busca de conhecimento
são objetos de dúvida, taxados como loucos, e quem se arrisca a entrar no mundo
do saber é colocado à margem do corpo social.
Pois não têm pessoas com conhecimento
suficiente para expor e discutir suas ideias, e acabam isolados.
O andarilho apenas reflete as últimas
palavras do professor.
Com quem conversar certos assuntos se foge
do senso comum, às vezes é melhor ficar calado, pois assim é mais fácil se
misturar, e viver de forma comum, dedicando seu tempo ao multiconhecimento.
E assim formar um mundo próprio, e ficar na
mesma dimensão, deixando sua dimensão apenas para você, pois se não fossem os
grandes pensadores, como seria o mundo em que vivemos?
Assim os dois se despedem e os caminhos se
dividem, e o andarilho sai melhor do que chegou, com apenas uma simples
conversa.
A mente do andarilho se alimenta do
conhecimento contínuo, e a cada nova conversa ele viaja pelo mesmo caminho, mas
com um novo olhar.
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