quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

2015: um ano para ser esquecido na Previdência no Brasil

O ano de 2015 foi terrível para a Previdência. Talvez um dos piores. Crise de planejamento, de gestão, de insegurança, de futuro.
O Regime Geral de Previdência Social - RGPS e todos os regimes, salve os dos planos privados de previdência, foram empurrados para uma crise de graves proporções, ainda não dimensionada nos seus efeitos perversos para as gerações atuais e futuras.
O mais grave: só um responsável pela catástrofe. Ouso dizer que o ministro da Previdência nada teve a ver com o que aconteceu - não que tenha sido abduzido - mas o xis da questão é que o Ministério da Previdência desde 2007 perdeu sua capacidade de decidir, planejar, gerir, fiscalizar, controlar a política da Previdência, tudo transferido ao Ministério da Fazenda. O responsável está, pois, identificado.
Nas proporções dos desastres físicos e ambientais que abalaram o Brasil e o mundo, como terremotos, enchentes, avalanches, tornados, furacões, o Petrolão, a Lava jato etc, o cataclismo da Previdência é bem maior.
Do meio para o fim do ano de 2014, a coisa parecia tranquila, mas a crise estava hibernando, se expandindo diuturnamente, na Fazenda. O dinheiro da Previdência foi minguando, o déficit crescendo, e até a DRU desviou recursos de aposentadorias e pensões para outros fins.
Cansamos de advertir que a desoneração da folha, a ampliação desmedida das renúncias, os descontroles na concessão de benefícios por incapacidade (aposentadorias por invalidez e auxílio doença), o desmantelo na receita previdenciária (não combate à sonegação, à evasão, não fiscalização, não cobrança de dívidas, não recuperação da dívida ativa), os refis sucessivos beneficiando os caloteiros, os insuportáveis custos da previdência rural seriam nefastos para a Previdência. Não nos ouviram. Não nos deram a mínima atenção. Clamamos no deserto.
Publicamos quase 180 artigos na mídia brasileira demonstrando por "a" mais "b" as ameaças e os desacertos. Não ficamos na crítica pela crítica. Apresentamos propostas para a correção de rumos, como restabelecimento dos poderes da Previdência, fixação da idade mínima para aposentadorias e pensões, reestruturação do financiamento, transferência dos benefícios rurais à assistência social, combate frontal às fraudes nos benefícios previdenciários e acidentários, e ajustes profissionais na gestão do INSS.
Repercutimos os três relatórios do TCU, dois deles sobre a crise de recursos humanos no INSS (com dez mil servidores recebendo abono de permanência) e um sobre os erros praticados na gestão financeira da receita previdenciária, tudo, rigorosamente tudo, ignorado pelo governo.
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