A carga tributária excessiva, como ocorre no Brasil,
encarece muito os produtos, retira rentabilidade das cadeias produtivas e reduz
o poder de compra dos salários. Quando isso acontece no âmbito do ensino, é
mais grave ainda, pois a escolaridade de excelência e a possibilidade de
formarmos novas gerações com maior capacitação técnica e acadêmica são
essenciais para vencermos a barreira do subdesenvolvimento.
A carga tributária brasileira vem crescendo
paulatinamente, alcançando hoje 36% do PIB. Segundo o Instituto Brasileiro de
Planejamento e Tributação (IBPT), nossa população trabalhará 151 dias em 2015
somente para pagar tributos federais, estaduais e municipais. Isso significa
dizer que todos os valores recebidos pelos contribuintes até 31 de maio foram
destinados a impostos, taxas e contribuições. Há 20 anos, esse número
correspondia a 106 dias. Nos Estados Unidos, o contribuinte trabalha 88 dias
para pagar impostos.
Insaciável em seu apetite arrecadador, sempre voraz ante a
necessidade de reparar os danos da própria irresponsabilidade fiscal, o governo
quer mais. Agora, ameaça a sociedade com a recriação da CPMF, o imposto do
cheque, e com a retenção de recursos do Sistema S, um dos mais bem-sucedidos
modelos mundiais de educação, ensino profissionalizante, assistência à saúde e
qualidade de vida do trabalhador.
O governo pródigo, como ressalta com lucidez a campanha da
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), quer que todos nós
paguemos o pato, como, aliás, já temos feito, sem contrapartidas. Afinal, somos
obrigados a roer o osso de péssimos serviços de educação, saúde, moradia,
segurança, infraestrutrura e previdência, e ainda sofremos as consequências da
grave crise econômica. Pagamos muito e recebemos quase nada. Os brasileiros não
suportam mais impostos!
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