terça-feira, 17 de novembro de 2015

Aplicativo educacional ajuda autistas


Com quase 40 mil downloads registrados, o aplicativo ABC Autismo tem auxiliado muitos crianças e adolescentes autistas com dificuldade no processo de aprendizagem. A ferramenta foi desenvolvida por pesquisadores do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) e adota as premissas do programa Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits relacionados com a Comunicação (Teacch), criado em 1964, na Universidade da Carolina do Norte (EUA). Trata-se de um programa mundialmente utilizado para auxiliar no processo de alfabetização de crianças com o transtorno de desenvolvimento.
De acordo com a coordenadora do projeto que desenvolveu o aplicativo, Mônica Ximenes, a estrutura do ABC Autismo é baseada em quatro níveis de dificuldade, assim como o programa Teacch. Os dois primeiros níveis são com habilidades concretas, porém, como não era possível transpor essas atividades concretas para um aplicativo, as atividades dos níveis 3 e 4 do Teacch foram transformadas em quatro níveis de complexidade.
No jogo, nos dois primeiros níveis a criança aprende habilidades como transposição e discriminação. A partir do terceiro nível, as atividades ficam mais complexas, exigindo um maior raciocínio por parte do usuário. O quarto e último nível do aplicativo, que está de acordo com o quarto nível do Teacch, aborda a questão do letramento, no qual são ensinados a repartição de sílabas, o conhecimento de vogais e a formação de palavras.
O Teacch trabalha com um ensino estruturado, com aprendizagem mediante sinalização visual. Quando a criança olha para a tarefa, a própria atividade já indica o que precisa ser feito. Então, isso traz uma autonomia e uma independência para a criança, porque ela não precisa de ajuda para entender a proposta da tarefa, o que ajuda a evitar distrações. A porta de entrada de aprendizagem do autista é visual, por isso ele precisa de estruturas de aprendizagem apoiadas no modelo visual.
De acordo com a neuropediatra Carla Gikovate, o aprendizado de Português de crianças autistas é bem diferenciado, porque há diferentes tipos de dificuldades para crianças autistas para aprendê-lo. Algumas não se alfabetizam porque não conseguem prestar atenção nas letras, outras podem ter dificuldade em memorizar o que aprenderam. Cada dificuldade pressupõe uma intervenção diferente, destaca a médica.
Agência Brasil.
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