quarta-feira, 1 de julho de 2015

Julho vermelho para a energia elétrica

Os consumidores brasileiros não devem se iludir com a conta de energia elétrica, cujo preço encontra-se na estratosfera e puxa a inflação doméstica dos lares. Não há previsão de quando o cenário atual mude. Neste final de mês, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já informou em seu site: a bandeira tarifária para o mês de julho de 2015 continuará vermelha para todos os consumidores brasileiros - o que significa um acréscimo de R$ 5,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. As medidas de contenção nos lares, portanto, precisam continuar.
Pelo sistema de bandeiras tarifárias, as cores verde, amarela e vermelha indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração de eletricidade. A ideia é que o consumidor possa identificar qual a bandeira do mês e reagir a essa sinalização com o uso consciente da energia elétrica, sem desperdício.
A partir deste ano as contas de energia passaram a trazer essa novidade que, no momento, provoca um baque nas despesas de cada cliente. Desde que entrou em operação, a bandeira verde, com condições favoráveis de geração de energia e que faz com que a tarifa não sofra acréscimos, não foi experimentada pela população. Tampouco a bandeira amarela, cuja condição é menos favorável e leva a tarifa a sofrer acréscimo de R$ 0,025 para cada quilowatt-hora (kWh).
O modelo passou a ser aplicado por todas as concessionárias conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e, de acordo com a Aneel, partir de amanhã, passará a ser aplicado também pelas permissionárias de distribuição de energia.
A crise atual tem explicação no formato criado pelo país para sustentar sua geração energética. Nossa eletricidade é produzida predominantemente por usinas hidrelétricas que, para funcionar, dependem das chuvas e do nível de água nos reservatórios. Quando há pouca água armazenada - como agora -, as usinas termelétricas podem ser ligadas com a finalidade de poupar água nos reservatórios das hidrelétricas. Com isso, o custo de geração aumenta, pois as segundas são movidas a combustíveis como gás natural, carvão, óleo combustível e diesel. Por outro lado, quando há muita água armazenada, as térmicas podem ser menos utilizadas e o custo de geração é menor.
A aprovação dos últimos valores das bandeiras tarifárias, que permitiram refletir o custo real das condições de geração, foi feita pela Aneel em 27 de fevereiro.

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