sábado, 5 de outubro de 2013

2014. O ano que nascerá morto


Não espere nada de 2014. Será um ano eleitoral, para o país escolher o novo presidente. Será um ano esportivo, com o Brasil mergulhado, até o início do segundo semestre, na Copa do Mundo. E será um ano de controle intenso da inflação por parte do governo, para que a alta nos preços não dispare e não comprometa a campanha de quem está no poder.

Os especialistas referem-se aos anos eleitorais como “anos mortos”. Nenhuma medida de impacto costuma ser anunciada, assim como toda decisão impopular é deixada de lado.

E dentro desse cenário neutro, a nação precisaria justamente caminhar no sentido oposto. Passar por decisões que revertessem o pífio crescimento econômico. A imagem do Cristo Redentor em queda livre e descontrolada, usada pela revista britânica The Economist para ilustrar a reportagem sobre a apatia do governo em tomar as decisões certas, ilustra o que foi chamado de “o voo da galinha”.

O país vacila na hora de crescer e não faz as reformas estruturais mais importantes.

A revista fez críticas pontuais: o país “pode ter estragado tudo"; "O Brasil tem feito muito pouco para reformar o estado nos anos de bonança"; "Embora seja um país jovem, o Brasil gasta parte importante de sua renda em aposentadorias, como nos países do sul da Europa, onde a proporção de idosos é três vezes maior"; e "Por outro lado, embora seja um país de dimensões continentais e um sistema de transporte ineficiente, seu gasto em infraestrutura é tão pequeno quanto um biquíni fio-dental."

A reportagem não poupa a líder da nação, a presidente Dilma Rousseff, das críticas por suas decisões durante o mandato. Além de não atacar as deficiências, ela criou novos problemas por interferir demais na economia, assustar e afastar os investidores. Mesmo assim, a revista afirma que ainda há tempo para dar início às reformas mais urgentes, algo que ninguém deve esperar. Tudo será muito morno até o ano que vem.

Em palestra na Associação Comercial de São Paulo, o economista e ex-ministro Antonio Delfim Netto, conselheiro da presidente Dilma na área econômica, reconheceu que o governo perdeu credibilidade e citou The Economist.

 "É uma advertência externa para nós: a coisa está caminhando, mas preste atenção, pois existem dificuldades."

Financiamentos questionáveis pelo BNDES e pela Caixa Econômica Federal, a "contabilidade criativa" adotada para melhorar os números do governo, as intervenções malsucedidas em portos e aeroportos, os desarranjos na Petrobras e as expectativas de crescimento não confirmadas foram os fatores apontados por Delfim que minaram a credibilidade do governo.

 E se em três anos o que precisava ser feito não saiu do papel, ninguém deve esperar muito de 2014.

Será um ano de Carnaval em março, futebol em junho e julho, urnas em outubro e nenhuma decisão importante.


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2 comentários:

  1. E tem gente que defende o PT e o socialismo. O pior não é isso e sim que estamos caminhando para uma
    crise muito pior do que Grécia. Mas o povo merece toda a merda que está por vir.

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  2. Ano eleitoral é ano morto! Mas ano sim ano não praticamente é ano eleitoral!

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