segunda-feira, 30 de maio de 2016

Tesouros de cidades egípcias submersas vão para exposição


Os tesouros descobertos no mar Mediterrâneo mostram que ao dominarem o Egito, os antigos gregos sabiam como conquistar corações e mentes.

Uma exposição organizada em colaboração com o Ministério de Antiguidades do Egito mostra os tesouros encontrados nas escavações nos anos 1990.

Em algum momento, talvez no século VIII d.C., devido aos terremotos, inundações e ao afundamento gradual da terra, a costa do Egito em Alexandria e em direção ao delta do Nilo submergiu nas ondas do mar Mediterrâneo. As referências nos antigos textos gregos e egípcios às cidades e aos templos ao longo dessa costa foram tudo que restaram deles.

Mas em 1933 um piloto da Royal Air Force, que sobrevoava a baía de Aboukir a leste de Alexandria, pensou ter visto algo no mar. O piloto mencionou sua impressão ao príncipe Omar Toussoun, um estudioso egípcio que, em seguida, encontrou peças de mármore e colunas de granito vermelho a uma distância de 2 km da costa. 

Por fim, havia uma prova concreta da existência das cidades e templos. As guerras impediram que as pesquisas continuassem, porém a partir da década de 1960 equipes de arqueólogos têm mapeado e escavado um mundo greco-egípcio submerso perto de Alexandria, a cidade fundada por Alexandre, o Grande após ter conquistado o Egito dos persas em 332 a.C.

Agora, pela primeira vez, uma exposição organizada em colaboração com o Ministério de Antiguidades do Egito mostra os tesouros encontrados nas escavações nos anos 1990 por uma equipe chefiada pelo arqueólogo Franck Goddio, fundador do Institut Européen d’Archéologie Sous-Marine (IEASM). 

Com o uso de uma nova tecnologia de ressonância magnética nuclear, Goddio localizou mais duas cidades submersas, Canopus e Thonis-Heracleion, perto do afluente ocidental do delta do Nilo. As cidades foram fundadas no século VII a.C., bem antes de  Alexandria, e as escavações acrescentaram informações aos relatos dos registros históricos a respeito da extensa troca comercial e religiosa entre o Egito e o resto das cidades e das nações do Mediterrâneo oriental, no primeiro milênio a.C.

Algumas dessas informações surgiram durante as escavações em Náucratis, uma cidade portuária e um entreposto comercial com o resto do Egito, situada acima de Canopus e de Thonis-Heracleion.

 Heródoto, um historiador do século V a.C., relatou que no século anterior o rei egípcio Amasis havia concedido privilégios especiais aos comerciantes e marinheiros gregos em  Náucratis, permitindo-lhes construir santuários em homenagem aos seus deuses na cidade. Náucratis, uma cidade que não submergiu, tem sido extensivamente pesquisada desde que dois arqueólogos ingleses, Flinders Petrie e David Hogarth, começaram a fazer escavações no local a partir da década de 1880.

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