sexta-feira, 29 de abril de 2016

A incrível arte da reclamação


Por que não transformar suas reclamações em ações para mudança daquilo que você tanto reclama e que te faz “infeliz”?

Sim, reclamar é uma arte. E alguns indivíduos possuem uma habilidade incrível para isso. As queixas vão desde uma colher que caiu no chão a um e-mail no qual não foi copiado no ambiente de trabalho.
Mas este artigo não tem a intenção de dizer se reclamar é certo ou errado, o que se quer é levar o leitor a pensar sobre a real necessidade de algumas reclamações.
Um pastor norte-americano chamado Will Bowen lançou um desafio à sua congregação: ficar 21 dias sem reclamar. A ideia do pastor era fazer com que as pessoas reclamassem menos e fossem mais felizes.
 O desafio consistia em colocar uma pulseira no pulso e ir trocando de braço à medida que fosse feita uma reclamação, começando novamente a contagem dos dias. Caso não houvesse nenhuma reclamação durante os 21 dias, o desafio terminaria e a pulseira poderia ser retirada.
Ao ler sobre esse movimento, decidi fazer o desafio. Comprei uma pulseira nova e coloquei em um dos pulsos. O resultado foi que passei 21 dias trocando a pulseira de braço, pois não deixei de me queixar um dia sequer. Apesar de não ter concluído o desafio, percebi que reclamar menos fez com que eu me sentisse mais tranquila, aceitando aquilo que eu não podia mudar naquele momento.
Também consegui começar a pensar mais antes de falar, pois procurava encontrar uma solução para o problema antes de falar mal dele.
No livro 99 doses de Nietzsche, Allan Percy destaca que conviver com pessoas viciadas em reclamar é um tormento.
 Ele ainda ressalta que ninguém presta atenção de verdade aos lamentos dos outros, e que expressar uma situação negativa não ajuda a resolvê-la. Aliás, por trás de toda negatividade existe um sinal de impotência do indivíduo.
Mas algumas reclamações incentivam mudanças, e até são estimuladas. Não é à toa que algumas empresas estão sempre perguntando ao consumidor sobre sua satisfação com o atendimento e o produto.
No entanto, a reclamação infundada ou gratuita não acrescenta ou muda nada em sua organização ou até mesmo na sua vida pessoal. Não é raro ver funcionários reclamando do ar condicionado da empresa, do spam que recebeu no e-mail, do tempo que está quente ou frio, da quantidade de trabalho para fazer, do salário que é pouco, do café que está ruim. Tudo é motivo para queixas.
Por outro lado, o aumento das reclamações também deve ser levado em consideração, pois pode indicar a ocorrência de algum problema mais grave, tanto pessoal quanto profissional.
 Muitas vezes, o nível de tolerância do indivíduo pode estar tão baixo que a única maneira ou escape que ele encontra é exteriorizar essa insatisfação por meio de reclamações superficiais ou insignificantes. É como uma maneira de chamar a atenção para si e para o seu problema.
O importante é fazer uma autoanálise e tentar entender os reais motivos de suas reclamações, procurar saber se você está se sentindo frustrado com algo e não está conseguindo resolver, ou ainda se está tendo uma visão limitada do mundo, onde só vê um lado das partes.
Às vezes você só precisa de uma mudança de postura, olhar a situação por outro ângulo, empatia. E o mais importante de tudo, tentar não jogar suas insatisfações na família, nos amigos, nos colegas de trabalho, pois as outras pessoas já estão bem ocupadas tentando resolver seus próprios problemas.
 Por que não transformar suas reclamações em ações para mudança daquilo que você tanto reclama e que te faz “infeliz”? 
Confesso que até esse artigo foi alvo de muitas reclamações de minha parte e quase não foi finalizado. Acho que tem alguém precisando voltar para o desafio da pulseira...
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