segunda-feira, 7 de março de 2016

Por que tudo no Brasil custa mais caro que nos EUA?


Considerando o salário mínimo mensal no Brasil, R$ 880, e comparando com o mínimo mensal nos EUA, US$ 1.256, percebemos que estamos em franca desvantagem!



Entre os motivos de os carros e sanduíches custarem mais caro aqui do que lá estão a nossa carga tributária.

De vez em quando temos a percepção de que palavras e números não são usados para esclarecer ou ilustrar – mas para enganar as pessoas. Na verdade, palavras e números ludibriam os tolos mas fazem com que os mais críticos fiquem com a pulga atrás da orelha e comecem a fazer contas.

Com o objetivo de excitar a pulga, a revista Economist, por exemplo, criou em 1986 o Índice Big Mac – informando o preço em dólar do famoso sanduíche em 100 diferentes países – com o objetivo de comparar os valores das moedas e o custo do alimento em relação à remuneração dos consumidores de diferentes nacionalidades.

 O que parece uma brincadeira é, na verdade, um exercício interessante para comparar os diferentes estilos e custos de vida.

Considerando o salário mínimo mensal no Brasil, R$ 880, e o valor da hora trabalhada – R$ 3,66 – e comparando com o mínimo mensal nos Estados Unidos, US$ 1.256, e o valor mínimo da hora trabalhada – US$ 7,25 – já percebemos que estamos em franca desvantagem.

Se verificarmos a cotação do dólar em reais nestes dias de instabilidade política e econômica no Brasil, podemos fazer a relação de R$ 3,75 – sem medo de errar.

Para comprar a combinação de dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles num pão com gergelim, o brasileiro desembolsa US$ 3,60 (o equivalente a R$ 13,50).

 Nos Estados Unidos, o mesmo sanduíche sai por US$ 4,79.
Seria um erro considerar que o Big Mac americano sai mais caro no bolso deles do que no nosso – considerando somente a conversão do dólar para o real. Amigo leitor, que tal considerar a hora trabalhada?

O mesmo sanduíche consumiria mais de três horas e meia trabalhadas do salário mínimo do brasileiro. Pela mesma moeda, o consumidor norte-americano pagaria apenas um hora de seu trabalho e receberia de troco US$ 2,46 – ou seja, R$ 9,22.

Segundo o programa no Youtube “Realidade Americana”, um Passat CC 2013 custa US$ 21.995. No Brasil, o mesmo veículo semi-novo custa em torno de R$ 130 mil, dependendo do estado de conservação. Fazendo a continha na calculadora chegamos à conclusão de que o mesmíssimo veículo custa no Brasil o equivalente a US$ 34.666. Achou caro?

O Passat nos Estados Unidos sairia por pouco mais de três mil horas trabalhadas. Já o brasileiro trabalharia 35.519 horas para usufruir do mesmo luxo.

Tudo leva a crer que entre os motivos de os carros e sanduíches custarem mais caro aqui do que lá estão a nossa carga tributária e – na mesma medida – a margem de lucro que as empresas querem retirar de nosso mercado.

Isso serve tanto para o sanduíche quanto para o carro.


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