O paciente é uma alma que está sofrendo e tem
anseio por uma mensagem de esperança
Desde os tempos mais remotos a
Psiquiatria vem buscando uma resposta plausível sobre a “loucura”, entretanto,
cada vez mais ela se distancia de seu objetivo, principalmente, quando procura
entender a psique sem compreender inicialmente a alma humana. Longe estou de
fazer uma crítica leviana e sem fundamento científico e comprovações diárias
após 29 anos trabalhando com a clínica psicoterápica em hospitais e consultórios,
sinto-me na necessidade de enfrentar os medos, meios anseios no que diz
respeito à prática “inadequada” ou equivocada da Psiquiatria em pleno século
XXI, quando utiliza da terapia meticamentosa como, quase sempre, único caminho
capaz de ajudar pessoas com distúrbios psíquicos de toda ordem, ignorando, em
sua maioria, o fator mais próximo da compreensão da psique humana: nossa alma.
Qualquer teoria médica,
especificamente a psiquiatria, que não reconhece o valor do pensamento nas
ações terapêuticas está destinada a ser, na melhor das hipóteses, incompleta. O
médico, ao atender um ‘doente’, não pode limitar-se a pedir exames de
laboratório e, diante dos resultados, prescrever medicamentos, fazendo uma
prescrição que pode ser válida e necessária cientificamente, mas tem o seu
valor diminuído se não for acompanhada da atenção e do calor humano que devem
envolver a relação médico-paciente.
O paciente não é uma pessoa
indiferente, mas uma alma que está sofrendo e tem anseio por uma mensagem de
esperança, de acolhimento espiritual para o seu sofrimento. ele espera uma
palavra que lhe dê confiança, e que constitui uma ação muito importante no
processo terapêutico.
“A identificação da alma pode
ocorrer espontaneamente nas situações que nos colocam diante de pessoas ou de
fatos que fazem lembrar imagens ou situações que já teríamos conhecido em
existências pregressas”. “Seriam lembranças vagas, subliminares, de vidas
passadas”.
Acredito que a Psiquiatria sem uma
compreensão sistemática da Psicologia é, na melhor das hipóteses, uma Ciência
“cambeta”; a Psicologia quando busca caminhar longe da Psiquiatria está fadada
a “erros” infantis, como acreditar que tudo pode ser “curado” sem o auxílio da
terapia medicamentosa responsável e “adulta”?
A prática da Psiquiatria deverá
encontrar e admitir novos caminhos para alcançar e quebrar paradigmas
condizentes ao exercício profissional, fundamentado no conhecimento da alma e
no conceito segundo o qual as ações médicas devem ser realizadas sob a égide do
amor fraterno, procurando ver o doente além do seu corpo físico e de sua mente,
alcançando a grandeza da sua alma. Ainda enraigado em seu conhecimento
acadêmico onde todo distúrbio tem origem no corpo físico, a Psiquiatria pode
ter dificuldade para aceitar o conceito segundo o qual é na alma que se
encontram as raízes, as causas primeiras de inúmeras doenças.
Antes do psiquiatra encontrar um
“CID – Código Internacional das Doenças” para ‘rotular’ seu paciente,
necessário seria saber que ao dirigir-se a um paciente, ele tem condições para
despertar o seu “Eu interior” (Self) – sua alma – transmitindo-lhe uma mensagem
de esperança, diante da dor e sofrimento que o paciente vem enfrentando. Um
exemplo prático está na fala da Psiquiatria quando diz ao paciente e/ou à
família que “alcoolismo não tem cura”, “depressão não tem cura apenas
controle”, “que esse remédio tem que ser tomando pelo resto da vida”, etc.
Sabemos que não se trata de iludir o paciente que está passando por problemas
difíceis, muitas vezes, insolúveis, como o alcoolismo crônico ou um câncer “em
fase terminal”. A mensagem, sutilmente dirigida à alma, mostra que tudo está
sendo feito para o tratamento, e que ter sempre uma esperança que descortina o
horizonte para a vida de cada um.
A ação terapêutica através da
palavra (psicoterapia) deve alcançar o paciente no seu “Eu” interior, no seu
“Eu” integral, de maneira consciente. O psicoterapeuta atual, deve estar
voltado para nova era que se inicia: “Era do Espírito”, estar ciente de sua
atuação e ter em mente eu psicoterapia não apenas uma Ciência; mas a arte de
“perdoar-se”, de “amar-se”.
Tenho trabalhado incansavelmente
para ajudar as pessoas que me procuram com muitos conflitos interior,
principalmente, caso gravíssimos de depressão e, infelizmente, graças a ajuda
da terapêutica do amor incondicional, tais pessoas tem encontrado força para
que o uso da medicação, quando indispensável, possa surtir um efeito mais
condizente com seu distúrbio, diminuindo os efeitos colaterais causado pelo uso
de qualquer medicação.
“As doenças da alma podem
manifestar-se por sintomas predominantemente psíquicos, como nervosismo,
ansiedade, inquietação, angústia, temores, incapacidade de prestar atenção ou
concentrar os pensamentos em determinado assunto, insegurança, medo, insônia e
estados depressivos. Podem também manifestar-se com sintomas físicos ou
psicofísicos, como dores localizadas”.
A Psiquiatria como Ciência e, sem
sombra de dúvidas, essencial no momento atual, entretanto, deve compreender que
a Ciência sem amor, sem fé, sem compreensão da dimensão humana, pode ser levada
à loucura; a religião sem a Ciência pode tornar-se fanatismo.
Longe estamos de compreender que a
Psiquiatria e a Psicologia têm funções distintas, mas que, ao mesmo tempo,
devem buscar objetivos comuns que é levar o lenitivo do amor para ajudar a alma
que sofre. Estamos ainda mergulhados em nosso egoísmo, vaidade e mazelas
humanas, que nos impede de enxergar a alma como fonte de “todas” moléstias que
assolam a humanidade.
Os psicoterapeutas – (leiam o livro:
Psicoterapia: O Despertar da Alma) – aqueles que tratam da alma humana, ainda
se perdem no emaranhado de técnicas e teorias com os mais variados nomes,
confundindo ainda mais a cabeça daqueles que buscam tais tratamentos, pois é
sabido que muitos psicoterapeutas não sabem dizer ao cliente o que ele faz e
qual sua metodologia de trabalho.
Podemos dizer também que, não existe
magia no tratamento médico/psiquiátrico e ou médico/psicoterápico, pois é
sabido que nenhuma pessoa está sujeita às ações arbitrárias do destino – escolhas
individuais. Tudo o que a atinge, de bom ou de mal, ela deve atribuir a si
mesma ou ao seu relacionamento familiar e coletivo, por sua própria escolha e
responsabilidade. ela deve ter consciência que “ela é aquilo que ela pensa que
é”. Ela mesma colocou, alguma vez, nesta vida ou em vidas passadas, as sementes
para isso, através de seu pensamento voltado para o pessimismo. Somos
“pequenos” porque pensamos “pequenos”; somos “doentes” porque pensamento mais
em “doenças”; somos “infelizes” porque pensamos que só podemos encontrar a
felicidade nas pessoas e nas coisas externas; mas a verdadeira felicidade
encontra dentro de nós mesmos.
O mau uso do pensamento pode ser
responsável por desequilíbrios da alma que se apresentam, no início,
aparentemente sem gravidade, como os sintomas já mencionados e que pouco a
pouco podem se transformar em distúrbios mentais mais sérios, que exigem
tratamento prolongado; mas que pode ser iniciado com uma psicoterapia breve bem
orientada, por profissionais sérios e que tenham conhecimento sobre as doenças
da alma – isso nada tem a ver com religião.
Assim sendo, podemos terminar este
texto, que deve servir como reflexão, pois a verdade humana é relativa,
salientando que a Psiquiatria não deveria reduzir seu tratamento a doses cada
vez mais altas de medicamentos, que muitas vezes impede o tratamento
psicoterápico, pois o doente se transforma em “robô” capaz apenas de executar
tarefas mecânicas e pré-determinadas. A psicoterapia, por outro lado, deve
estar ciente da necessidade de um acompanhamento neuro-psiquiátrico, quando se
trará de casos que exija tal procedimento, pois longe estamos de caminharmos
sozinhos na complexidade da alma humana.
Talvez através da união dos vários
profissionais da saúde possamos chegar a algo mais saudável para nós
profissionais e, principalmente, para aqueles que nos procuram clamando
doenças; separados, acredito que deveríamos procurar ajuda imediata, pois
certeza temos que: estamos doentes da alma!
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