domingo, 28 de fevereiro de 2016

Uma análise sistemática e psicológica de uma psiquiatria sem alma


O paciente é uma alma que está sofrendo e tem anseio por uma mensagem de esperança

Desde os tempos mais remotos a Psiquiatria vem buscando uma resposta plausível sobre a “loucura”, entretanto, cada vez mais ela se distancia de seu objetivo, principalmente, quando procura entender a psique sem compreender inicialmente a alma humana. Longe estou de fazer uma crítica leviana e sem fundamento científico e comprovações diárias após 29 anos trabalhando com a clínica psicoterápica em hospitais e consultórios, sinto-me na necessidade de enfrentar os medos, meios anseios no que diz respeito à prática “inadequada” ou equivocada da Psiquiatria em pleno século XXI, quando utiliza da terapia meticamentosa como, quase sempre, único caminho capaz de ajudar pessoas com distúrbios psíquicos de toda ordem, ignorando, em sua maioria, o fator mais próximo da compreensão da psique humana: nossa alma.
Qualquer teoria médica, especificamente a psiquiatria, que não reconhece o valor do pensamento nas ações terapêuticas está destinada a ser, na melhor das hipóteses, incompleta. O médico, ao atender um ‘doente’, não pode limitar-se a pedir exames de laboratório e, diante dos resultados, prescrever medicamentos, fazendo uma prescrição que pode ser válida e necessária cientificamente, mas tem o seu valor diminuído se não for acompanhada da atenção e do calor humano que devem envolver a relação médico-paciente.
O paciente não é uma pessoa indiferente, mas uma alma que está sofrendo e tem anseio por uma mensagem de esperança, de acolhimento espiritual para o seu sofrimento. ele espera uma palavra que lhe dê confiança, e que constitui uma ação muito importante no processo terapêutico.
“A identificação da alma pode ocorrer espontaneamente nas situações que nos colocam diante de pessoas ou de fatos que fazem lembrar imagens ou situações que já teríamos conhecido em existências pregressas”. “Seriam lembranças vagas, subliminares, de vidas passadas”.
Acredito que a Psiquiatria sem uma compreensão sistemática da Psicologia é, na melhor das hipóteses, uma Ciência “cambeta”; a Psicologia quando busca caminhar longe da Psiquiatria está fadada a “erros” infantis, como acreditar que tudo pode ser “curado” sem o auxílio da terapia medicamentosa responsável e “adulta”?
A prática da Psiquiatria deverá encontrar e admitir novos caminhos para alcançar e quebrar paradigmas condizentes ao exercício profissional, fundamentado no conhecimento da alma e no conceito segundo o qual as ações médicas devem ser realizadas sob a égide do amor fraterno, procurando ver o doente além do seu corpo físico e de sua mente, alcançando a grandeza da sua alma. Ainda enraigado em seu conhecimento acadêmico onde todo distúrbio tem origem no corpo físico, a Psiquiatria pode ter dificuldade para aceitar o conceito segundo o qual é na alma que se encontram as raízes, as causas primeiras de inúmeras doenças.
Antes do psiquiatra encontrar um “CID – Código Internacional das Doenças” para ‘rotular’ seu paciente, necessário seria saber que ao dirigir-se a um paciente, ele tem condições para despertar o seu “Eu interior” (Self) – sua alma – transmitindo-lhe uma mensagem de esperança, diante da dor e sofrimento que o paciente vem enfrentando. Um exemplo prático está na fala da Psiquiatria quando diz ao paciente e/ou à família que “alcoolismo não tem cura”, “depressão não tem cura apenas controle”, “que esse remédio tem que ser tomando pelo resto da vida”, etc. Sabemos que não se trata de iludir o paciente que está passando por problemas difíceis, muitas vezes, insolúveis, como o alcoolismo crônico ou um câncer “em fase terminal”. A mensagem, sutilmente dirigida à alma, mostra que tudo está sendo feito para o tratamento, e que ter sempre uma esperança que descortina o horizonte para a vida de cada um.
A ação terapêutica através da palavra (psicoterapia) deve alcançar o paciente no seu “Eu” interior, no seu “Eu” integral, de maneira consciente. O psicoterapeuta atual, deve estar voltado para nova era que se inicia: “Era do Espírito”, estar ciente de sua atuação e ter em mente eu psicoterapia não apenas uma Ciência; mas a arte de “perdoar-se”, de “amar-se”.
Tenho trabalhado incansavelmente para ajudar as pessoas que me procuram com muitos conflitos interior, principalmente, caso gravíssimos de depressão e, infelizmente, graças a ajuda da terapêutica do amor incondicional, tais pessoas tem encontrado força para que o uso da medicação, quando indispensável, possa surtir um efeito mais condizente com seu distúrbio, diminuindo os efeitos colaterais causado pelo uso de qualquer medicação.
“As doenças da alma podem manifestar-se por sintomas predominantemente psíquicos, como nervosismo, ansiedade, inquietação, angústia, temores, incapacidade de prestar atenção ou concentrar os pensamentos em determinado assunto, insegurança, medo, insônia e estados depressivos. Podem também manifestar-se com sintomas físicos ou psicofísicos, como dores localizadas”.
A Psiquiatria como Ciência e, sem sombra de dúvidas, essencial no momento atual, entretanto, deve compreender que a Ciência sem amor, sem fé, sem compreensão da dimensão humana, pode ser levada à loucura; a religião sem a Ciência pode tornar-se fanatismo.
Longe estamos de compreender que a Psiquiatria e a Psicologia têm funções distintas, mas que, ao mesmo tempo, devem buscar objetivos comuns que é levar o lenitivo do amor para ajudar a alma que sofre. Estamos ainda mergulhados em nosso egoísmo, vaidade e mazelas humanas, que nos impede de enxergar a alma como fonte de “todas” moléstias que assolam a humanidade.
Os psicoterapeutas – (leiam o livro: Psicoterapia: O Despertar da Alma) – aqueles que tratam da alma humana, ainda se perdem no emaranhado de técnicas e teorias com os mais variados nomes, confundindo ainda mais a cabeça daqueles que buscam tais tratamentos, pois é sabido que muitos psicoterapeutas não sabem dizer ao cliente o que ele faz e qual sua metodologia de trabalho.
Podemos dizer também que, não existe magia no tratamento médico/psiquiátrico e ou médico/psicoterápico, pois é sabido que nenhuma pessoa está sujeita às ações arbitrárias do destino – escolhas individuais. Tudo o que a atinge, de bom ou de mal, ela deve atribuir a si mesma ou ao seu relacionamento familiar e coletivo, por sua própria escolha e responsabilidade. ela deve ter consciência que “ela é aquilo que ela pensa que é”. Ela mesma colocou, alguma vez, nesta vida ou em vidas passadas, as sementes para isso, através de seu pensamento voltado para o pessimismo. Somos “pequenos” porque pensamos “pequenos”; somos “doentes” porque pensamento mais em “doenças”; somos “infelizes” porque pensamos que só podemos encontrar a felicidade nas pessoas e nas coisas externas; mas a verdadeira felicidade encontra dentro de nós mesmos.
O mau uso do pensamento pode ser responsável por desequilíbrios da alma que se apresentam, no início, aparentemente sem gravidade, como os sintomas já mencionados e que pouco a pouco podem se transformar em distúrbios mentais mais sérios, que exigem tratamento prolongado; mas que pode ser iniciado com uma psicoterapia breve bem orientada, por profissionais sérios e que tenham conhecimento sobre as doenças da alma – isso nada tem a ver com religião.
Assim sendo, podemos terminar este texto, que deve servir como reflexão, pois a verdade humana é relativa, salientando que a Psiquiatria não deveria reduzir seu tratamento a doses cada vez mais altas de medicamentos, que muitas vezes impede o tratamento psicoterápico, pois o doente se transforma em “robô” capaz apenas de executar tarefas mecânicas e pré-determinadas. A psicoterapia, por outro lado, deve estar ciente da necessidade de um acompanhamento neuro-psiquiátrico, quando se trará de casos que exija tal procedimento, pois longe estamos de caminharmos sozinhos na complexidade da alma humana.
Talvez através da união dos vários profissionais da saúde possamos chegar a algo mais saudável para nós profissionais e, principalmente, para aqueles que nos procuram clamando doenças; separados, acredito que deveríamos procurar ajuda imediata, pois certeza temos que: estamos doentes da alma!
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