terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

O jovem e bebida - Uma companhia que cobra alto preço



Uma atendente de saúde registrou pelas redes sociais sua presença num grande evento musical do Litoral Norte, quando milhares de jovens estiveram em Atlântida para celebrar dois dias de intenso agito, muitas festas, muitos encontros e desencontros e... muita bebida! A discussão não é de hoje entre autoridades, pais e educadores.
Vamos combinar que a maior parte dos jovens - embora os números venham invertendo esta tendência - ainda não consome álcool.

Mas, o que impressionou a jovem profissional foi o grande percentual de “crianças”, na faixa dos 14 aos 17 anos recolhidas, abatidas pelo consumo de bebidas e em estado lastimável, pois tinham vomitado, urinado, defecado, com roupas rasgadas, quando ainda estavam com roupas.

A festa foi somente o momento da azaração. Potencializou aquilo que iria acontecer em muitos pontos do Estado, mas que concentrou em Atlântica e ligou o sinal de alerta para quem já percebeu que alguma coisa está errada quando um jovem não sabe mais se divertir se não encher a cara.

O debate pode ser repetitivo: jovens imitam seus pais e adultos no consumo de álcool; ter bebidas em casa estimula seu uso; ambientes em que a bebida serve para quebrar o gelo, ou a competição para ver quem fica mais “soltinho”, dão uma ideia do quanto as drogas legais - entre elas o álcool e o fumo - estão chegando mais cedo ao consumo daqueles que não têm estrutura física para resistir e emocional para saber quando devem parar.

De diversas formas, todos somos bombardeados por mensagens que tornam sedutoras as bebidas mais leves. Mas o que era para ser mais leve, chega nos espaços de festa “incrementado” por misturas de sucos e energéticos com bebidas que são puro álcool.

Podem até me dizer que o álcool não é o maior dos problemas diante de tudo o que um jovem enfrenta, hoje. Pode até ser. Mas esta companhia que anestesia os sentidos e se faz companheira do dia a dia quando não consegue resolver seus problemas, mais cedo ou mais tarde vai cobrar um alto preço ao debilitar sua saúde, afastá-lo do convívio social, impedir a realização de muitos de seu sonhos.

Para um adulto que diz: “eu sei o que estou fazendo” não há muito o que dizer. No entanto, o sonho vira pesadelo como para aquele jovem que pedia, em coma alcoólico: “minha mãe... eu quero minha mãe”, depois que fugiu de casa para viver a grande aventura de sua vida e acabou num leito de hospital. Tomara que descubra que o grande lance é viver. “Sem ter a vergonha de ser feliz”.
Para isto, não vai precisar de sermões. Mas de ombros amigos. Muitos e queridos ombros amigos!
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