A política reguladora do
clima, depende da vontade de todas as nações do mundo
Enquanto
a poluição da atmosfera cresceu, assustadoramente, nas últimas cinco décadas,
provocada principalmente pela queima do petróleo, liberando os chamados gases
de efeito estufa, pode-se afirmar, com parcimônia, que cresceu em proporção
geométrica.
Pare e
passo, as florestas foram sendo eliminadas, salvo juízo mais acurado, em
proporção aritmética, aritmética porque na sua esteira vieram, pela ação
benfazeja do próprio terráqueo, florestas artificiais, as mais variadas, para a
produção de celulose, lenha, madeiras de lei, frutíferas, como os laranjais,
cafezais, e miríades de outras frutíferas deliciosas, extrativas tal qual a
seringueira, cuja matéria prima, a borracha natural – na bancarrota por falta
de política a atual – castiga a produção nacional e premia a importação – é
usada na fabricação de pneus, câmaras de ar e muitos outros produtos
utilitários.
Há,
ainda, as pastagens luxuriantes, lavouras e mais lavouras, todas elas
contribuindo, de certa forma, para amortecer os efeitos escabrosos dos gases de
efeito estufa, amortecendo a temperatura e liberando o precioso oxigênio
imprescindível a vida na terra. O clima vem sendo agravado, também, com o
aumento populacional, tanto humano como animal, as queimadas criminosas de
florestas, pastagens, canaviais.
As
lavouras, mesmo que de forma discreta, contribuem diretamente para amenizar os
efeitos nocivos da queima de petróleo. Contudo, o aumento diário de veículos motorizados
alimentados pelos derivados do petróleo, quase que, nulifica tal contribuição.
Ia me esquecendo das termelétricas, que agregadas à outras fontes poluidoras
vem gerando catástrofes, desencadeando danos, cada vez maiores a mãe natureza,
como se pode constatar pelo noticiário, neste momento, em nosso próprio país,
inundações, nunca dantes vistas, no Paraná, RS alagando cidades, destruindo
pontes nas rodovias, provocando pânico, sofrimento à população, encargos ao
estado.
Catástrofes
muito piores, ceifando milhares de vidas vêm acontecendo mundo afora. Enquanto
tudo isto acontece, o homem, seu maior beneficiário, contemporiza, empurra com
a pança a solução, busca do reequilíbrio ambiental. Contudo, ele isolado pouco
ou nada pode fazer, ao contrário, movido pela ambição desmedida mortifica ainda
mais o ambiente onde vive, sabendo ou não, que age contra si mesmo: “Le
contromme”, no pensamento de Jean Paul Sartre.
Contudo,
a política reguladora do clima, depende da vontade de todas as nações do mundo.
Estas, acossados pela sociedade, em especial, a mais douta, os sábios
ambientalistas, muitos apenas de cartola, só mostram a cara nas conferencias,
como a de 92 no Rio, Kioto no Japão, agora recente, em Paris. Por sinal, esta,
parece ter tomado decisões que poderão ir para a história, história da retomada
da luta; pelo menos na teoria. A de agora, face ao aquecimento e seus efeitos
escabrosos, produziu como resultante de debates acalorados de ambientalistas e
a imprensa, nossa maior aliada, acordo, compromisso das grandes potencias,
antes, as mais discordantes, entre si, e, dos países emergentes, de que, o
combate, a ação resoluta, contra a degradação mundial, será mesmo posta em
prática, iniciada.
Não há
mais como tapear, fazer ouvidos moucos, a ambição desmedida das forças
promotoras de nossa destruição climática. A mesma ambição que vem desencadeando
toda sorte de mazelas à natureza, pode agora, fundada na determinação, vontade
soberana, fazer o contrário, alimentar a ambição de salva-la.
Nosso
país é grande, gigante pela própria natureza como se canta no hino nacional,
todavia, terá que se agigantar, ainda muito mais, em sua renovação ética, pois
ética e política, em nosso meio, meio constituído por aqueles contratados pelo
voto, encontram-se mais distantes, uma da outra, do que a terra do sol.
Para
chegar a este tão almejado reequilíbrio, toda a estrutura e infra-estrutura
montada no limbo do petróleo, como aconteceu com o carvão de pedra, terá que
ceder lugar à outra nascente, da qual nosso país é também gigante potencial,
quase ainda intocável, a energia solar, de forma diferente do petróleo, a mais
suja do mundo, a solar, é a mais limpa do planeta.
Confiscando
toda propina que corruptos e corruptores, extorquiram da Petrobras, promover um
salto gigantesco na exploração da energia solar, a mais limpa, generosa de
todas. Acontece que, com a degeneração dos costumes, como exclamava Cícero,
século I, a.C. “Ó têmpora! ó mores”! ó tempos, ó costumes, o país, em vez de
ter um orçamento equilibrado, vive na corda bamba, pois gasta, há anos, mais do
que arrecada, encontra-se insolvente, portanto, a roubalheira do Petrolão, uma
vez devolvida, poderá ser investida na exploração acelerada da energia
solar, uma avançada, a outra responsável pelo envenenamento do planeta,
regredindo, sendo desativada, aliviando a atmosfera da mortífera degradação,
degradação também de costumes morais dos gestores públicos atuais.
A
sociedade brasileira tem pela frente, dois desafios, duas barreiras terríveis a
vencer, a poluição ambiental que constitui ameaça apocalíptica a toda a
humanidade e a poluição mental, ou de caráter, da grande maioria de seus
governantes, interna, nacional.
A
primeira, em ensaio, terá que ser deflagrada por todas as nações do globo
terrestre, reduzindo, de forma cadenciada, a emissão de gases de efeito estufa
na atmosfera, cujas prioridades foram, teoricamente, definidas pela conferencia
de Paris.
A
segunda, implica na correção dos costumes depravados na gestão pública,
verdadeira mudança de hábitos deletérios, paradigma, a começar pela
substituição do voto subserviente-leniente, pelo voto consciente-independente,
este, sua arma mais poderosa na república, pois pode punir os maus e premiar,
ao mesmo tempo, os bons gestores públicos, dispensando sem violência os ruins,
contratando, de igual forma, outros, promovendo a alternância do poder, marca
registrada da democracia.
A
degeneração de costumes constitui uma constância na vida dos povos, a família
complementada pela escola tem que ser o sustentáculo na formação de homens, a
reforma das instituições políticas, suporte na formação de cidadãos. Ela,
degeneração, reapareceu no cenário mundial substituindo o rei figura divina,
vitalício, pela república, com o Iluminismo, tendo como filósofo mor, Jean
Jacques Rousseau.
Este,
saiu do anonimato, tal qual, Cícero, proclamado pai da pátria, em Roma, ao ser
questionado na Academia de Dijon, se o restabelecimento das ciências e artes
contribuiu para aprimorar os costumes, na época, também degenerados. A resposta
negativa, a partir daquele momento, concede celebridade a Rousseau, com sua
obra máxima, o contrato social ou princípios do direito político, fazendo-o
maior vulto do movimento Iluminista.
Decorridos três séculos, mergulha, de novo o
mundo, na devassidão, degeneração dos costumes: Terrorismo, poluição ambiental,
poluição mental ou corrupção, esta em nosso caso, no seu ponto culminante.
Isto
acontece por falta de vontade, na determinação de uma política, como foi
concebida, verdadeira, promotora do bem-estar de todos brasileiros. A que vem
sendo praticada, promove o bem-estar dos governantes: privilégios, mordomias:
política maquiavélica, velhacaria, mascarando a verdadeira.
A sua
reversão clama pela mobilização da consciência nacional, dissolvendo
ordeiramente, como no slogan de nossa bandeira, todos os poderes constituídos,
pelo voto secreto: município, estado e união. Convocando, a seguir novo pleito,
onde os candidatos, fiscalizados de fato pela Justiça Eleitoral, terão que
vencer, ganhar eleição de forma honesta, limpa, gastando as solas dos sapatos,
conversando com os eleitores, expondo suas idéias e recebendo sugestões,
proposições das comunidades. Legitimada, pela participação vibrante da
sociedade eleitora, poderá chegar-se a uma política econômica, social, legal,
e, no seu bojo, como no título, política florestal capaz de resgatar o clima
saudável de tempos idos e vividos, corrigindo os malefícios responsáveis pela
degradação da mãe natureza e do caráter humano.
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