O ser humano é naturalmente empírico.
A razão, ele descobre ao compasso de seu crescimento e evolução. Vejamos um
exemplo: como saber se alguém está vivo? Bastaria ater-se a fenômenos
observáveis, como respiração inabalada e capacidade cognitiva? Depende do
referencial de cada um. Há peculiaridades que os sentidos não podem absorver.
Para conhecê-las, paradigmas precisam ser quebrados.
Mudemos a pergunta: o que faz alguém
viver? A principal motivação, seria um desejo? Uma ambição quase impensável?
Que tal um ente querido? Talvez um pouquinho de todos esses elementos. Para
seguir em frente, o espírito deve permanecer em constante ebulição.
Não dá para arrefecer, perder oportunidades.
Cavalo encilhado passa apenas uma vez, e corcoveando. Se a inépcia for pessoal,
perdoe a si mesmo. Um dia você alcançará os seus sonhos.
Reforço a pergunta: o que faz você viver? Que não seja um argumento vazio.
Trivialidades não preenchem o espírito, apenas batem no casco. Aliás, não
chegam nem perto. O que é um homem senão a soma de suas memórias?
Nós somos os contos que vivemos, as
histórias que contamos. Sem lembranças, é dado um pulo no escuro – intangível,
puramente gravitacional. Uma força invisível mantém o corpo, atomizando a
sensação de angústia. A felicidade não emana luz na escuridão.
Se o intelecto exigir, a solidão pode
ser uma amiga fiel. Mas ela é exclusivista, viciante. Fácil de entrar; difícil
de sair. O espírito edifica-se na coletividade. Conhecer os outros, ladrilhar
pontes douradas de diferentes culturas e caminhar por elas, falando português,
italiano, alemão, aramaico, etc. A abertura dos portos! A bandeira branca
hasteada para afirmar: queremos paz e amor. Fiquem longe canhões da guerra.
A escolha é sua. O que faz você
viver? Já chegou a uma resposta? Se a conclusão não estiver na ponta da língua,
instaure um processo de análise. Autoanálise.
Questione a direção dos passos dados.
Vale a pena continuar naquele rumo? Mude sua convicção, resfrie o sangue e
palpite o coração em batidas cronometradas, dentro do prumo, ciente de suas
responsabilidades. Não existe mistério.
Sabe o que lhe aguarda no final?
Mares de cor azul-turquesa. É muito lindo.
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