Veja os pontos
positivos e negativos de cada mercado
Uma requer menor investimento inicial e com gastos
fixos, a outra ganha pelo contato pessoal com o cliente
Apesar
do mercado de lojas físicas ainda ser mais presente na hora da escolha dos
empresários, os e-commerces começam a surgir como boa opção para quem busca a
independência financeira. Nos dois casos, as pessoas devem ficar atentas,
o amadorismo e falta de conhecimento de mercado podem levar os planos por água
à baixo.
Aflisio
Augusto Silva é proprietário da Solo Sagrado, a empresa tem tanto loja física ,
no setor Oeste em Goiânia, que já existe há 16 anos, e em Miami nos EUA, quanto
online, onde comercializa produtos como: games e mangás (gibis japoneses). A
loja virtual foi criada há 10 anos, e segundo ele, hoje, é mais rentável que a
física.
“Apesar
disso, não desdenho desse outro modelo, já que mesmo sendo menos rentável ainda
dá um bom retorno”, explica.
Um
dos entraves encontrados pelos e-commerces hoje são os charlatões que aparecem
e acabam queimando o mercado, deixando uma sensação de insegurança para os
consumidores. Para Augusto, além da viabilidade financeira ainda existir, a
loja física se tornou mais um motivo para o consumidor online adquirir
produtos. “Isso acaba me dando mais credibilidade, as pessoas vêem o número na
página e ligam para saber se de fato a gente existe é mais um respaldo que
elas”, ressaltam.
Entre
os pontos positivos do e-commerce, para ele, é o fato de a loja estar aberta 24
horas por dia 7 dias por semana. “Nesse sentido, nós não perdemos vendas, não
para um minuto, está sempre disponível para a comodidade do cliente”, afirma.
Nesse caso, ele possui oito colaboradores entre financeiro, departamento
logístico e outros, mais inclusive, que na loja física, onde possui apenas um.
Apesar
de, hoje, 90% de seus esforços e investimentos são feitos par o e-commerce, no
entanto pela tradição não fecharia a loja física. Ele trabalha com maioria do
estoque importado, tendo como público alvo adolescentes e adultos de 15 à 22
anos de idade.
Lojas físicas
O
setor de moda é um dos que mais recebem a preferencia dos cliente em detrimento
das lojas virtuais isso por que diferente de itens como: eletrodomésticos,
livros, bijuterias e outros, as pessoas gostam do habito de experimentá-las
antes da compra, tocar o tecido avaliando se é de boa qualidade além das cores
e outros aspectos, é o que avalia, Chrystiano Câmara superintendente do Mega
Moda e administrador de empresas, um dos maiores polos de comércio físico do
segmento em Goiânia, que hoje, conta com mais de 1.300 lojas.
Para
ele, 95% dos comerciantes dessa região não possuem e-commerce, mas usam a
tecnologia a seu favor. “Recebemos pessoas dos quatro cantos do País aqui,
então tem algumas coisas que facilitam, hoje, os vendedores formam grupos de
wpp com os clientes, daqui e de fora para mandar fotos das peças e fazer
divulgação dos produtos por esse meio. No entanto o fechamento da venda ainda é
feito, na maior parte dos casos, pessoalmente”, avalia.
Para
Chrystiano um dos pontos positivos das lojas físicas é o fato do cliente ter
diversas opções em um só lugar como ocorre no mega moda, ele sabe o que procura
e terá seu pedido na hora, sem precisar esperar pela entrega. Além disso, se
ele tem a possibilidade de pesquisar os preços, ele entra em uma e outra loja
avalia os produtos e compra na que achar mais conveniente e vantajosa.
De
qualquer forma ele acredita que ha grandes possibilidades de haver a adição das
lojas online por quem já possui essas lojas físicas, no entanto considera
totalmente remota a possibilidade de uma substituir a outra. “É possível que
por uma questão logistica, os empresários optem por ter o e-commerce, no
entanto as vendas físicas sempre vão existir, vai haver mercado para ambos”,
avalia.
E-commerce
Hoje,
é comum ouvir as pessoas dizerem que montar um e-commerce é algo simples,
rápido e barato. Porém, não é bem por aí ─ ainda mais se está se buscando um
volume mais elevado de vendas. Muitos dos custos atrelados à um e-commerce não
são visíveis para os consumidores, criando a ilusão de que é muito mais barato
vender online já que não se paga o aluguel de uma loja física e os vendedores,
por exemplo.
Mas
a verdade é que existe uma série de outros custos que devem ser pagos
exclusivamente para operações online. Por esse motivo, é preciso ter
conhecimento dos principais custos envolvidos na criação e manutenção de um
e-commerce, buscando clarear a mente daqueles que querem se aventurar nesse
mundo.
O
gerente de projetos da Next Alan Pascotto, avalia que se para aqueles que buscam
volumes menores, seria mais interessante anúncios em sites pré-existentes, como
o Elo7 ou menos a OLX por exemplo. Ele explica que o uso de marketplaces para
divulgação dos produtos é a forma mais fácil e barata para e-commerces com
limitações na verba para marketing.
No
entanto ele alerta que isso não quer dizer necessariamente que o volume de
vendas será menor. “A grande vantagem é se utilizar do grande volume de acessos
que esses sites já têm pagando comissão apenas quando uma venda for
concretizada. A qualidade do produto, precificação e atenção ao cadastro e foto
é que determinarão se o varejista realmente terá vendas através desses canais”,
diz.
Erros e acertos
Alan
ressalta que o ideal ao buscar profissionais para colocar em prática os planos
para o e-commerce é sempre buscar por referências de trabalhos anteriores, e,
se possível, até conversar com alguns clientes da agência para ter uma visão
ainda mais real do trabalho desempenhado. “Fique de olho na variedade e
relevância dos trabalhos realizados, usabilidade dos sites e grau de
customização dos sites de acordo com a identidade visual de cada um dos
clientes”, explica.
Além
disso ele lembra que fora a questão dos trabalhos realizados, é bem importante
focar nos prazos e nas etapas do trabalho que será desempenhado. Ter isso bem
claro antes de assinar o contrato minimiza eventuais problemas com atrasos nas
entregas.
Assim
como qualquer outro mercado, é essencial se estudar previamente aquilo no que
se estará investindo para reduzir riscos e aumentar as possibilidades de
sucesso. O gerente de projetos, lembra esclarece que o e-commerce possui uma
série de peculiaridades bem diferentes do varejo físico, e que muitas vezes não
são observáveis em um primeiro momento.
“Ultimamente
temos observado no mercado a percepção de que vender online é algo simples,
fácil e com retorno garantido, contudo, as coisas não são bem assim”, explica
Alan. Ele observa que há anos atrás essa percepção poderia ter fundamento, no
entanto, atualmente o mercado é competitivo e enquanto isso, os custos com
marketing continuam aumentando.
Para
as operações conseguirem competitividade e, acima de tudo, rentabilidade, Alan
aponta que é necessário já entrar no mercado preparado e sabendo o que será
exigido, sempre de olho na otimização dos principais indicadores.
Para
aqueles que não pretendem investir, não querem contratar empresas ou pessoas
especializadas, e fazer tudo por conta própria, as chances são bem pequenas de
dar certo, mas isso depende das expectativas criadas. “Se essa pessoa está
esperando um volume grande de vendas as chances de isso acontecer são quase
impossíveis tendo em vista a concorrencia que ele terá à frente , diz o
gerente de projetos.
Segurança
O
fator segurança ainda é um entrave nas compras pela web, no entanto, essa
incerteza e desconfiança vêm diminuindo ao longo dos anos na medida em que o
mercado online foi se profissionalizando. Alan diz que uma série de elementos
voltados a passar mais confiança para os usuários, como certificados de
segurança, empresas de avaliação como o E-bit, avaliação de outros usuários no
próprio site e/ou no Reclame Aqui, por exemplo tem mudado o cenário.
Ele
cita outro fator que afasta os clientes do e-commerce: a incerteza e dúvidas
com relação ao produto em si. “Essa é uma barreira mais presente em lojas
virtuais de moda e acessórios. Em contrapartida, as lojas estão reforçando
e(ou) facilitando suas políticas de troca e devolução grátis”, diz .
Para
o gerente de projetos Alan Pascotto, um dos principais desafios do e-commerce
são em relação à captação de tráfego/clientes e a busca pela rentabilidade do
negócio. Com mais competitividade, os custos de marketing ficaram mais altos e,
consequentemente, ficou mais caro se trazer novos usuários para o site.
Com
isso, ele avalia que quem está ou pretende entrar no segmento consiga fazer
mais com menos: focar nas campanhas de recompra e na manutenção dos clientes
que já foram adquiridos; melhorar a experiência do usuário no site buscando uma
melhor taxa de conversão; otimizar os processos internos para evitar
desperdício e gastos desnecessários; e manter uma vigilância e análise
constante das principais métricas do negócio (ex: taxa de aprovação, conversão,
ROI das mídias, entre outras).
Mudanças na tributação de
compras pelo e-commerce
O
ano de 2016 começou com mudanças na cobrança e repartição do ICMS (Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para o e-commerce brasileiro. Desde
01 de janeiro, as empresas de comércio eletrônico terão de destinar uma porcentagem
do imposto para o Estado que o produto será destinado. A obrigação faz parte da
aprovação da PEC 197/2012, que deu origem à Emenda Constitucional 87/2015.
O
Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), em reunião extraordinária,
aprovou o Convênio ICMS 93, no dia 17 de setembro de 2015. O acordo foi
publicado no Diário Oficial da União, em 21 de setembro de 2015, com todas as
normas a serem seguidas.
Segundo
o diretor executivo da Rebellion Digital, Fernando Mansano, profissional com 15
anos de experiência em e-commerce e marketing digital, as lojas virtuais já
devem estar adaptadas às mudanças. “Com a regulamentação os empresários devem
cadastrar em seu sistema a tributação de cada Estado e ajustar as etapa do seu
processo de venda, da compra pelo cliente até a entrega do produto”, comenta.
“A
nova regra promoverá ajustes na divisão do ICMS até 2019. Neste ano o repasse
do tributo será de 40% para a unidade federativa de destino e 60% para a de
origem. Já em 2017, será 60% para a de destino e 40% de origem. Em 2018, 80% de
destino e 20% de origem. A partir de 2019, toda a contribuição será ao estado
de destino”, explica Mansano sobre o acordo.
Anteriormente,
a Lei permitia o recolhimento de todo o ICMS somente ao governo de onde está a
sede da empresa. O especialista também esclarece que a nova regra não afetará
os consumidores. “A princípio o Convênio ICMS 93 atingirá diretamente os
Estados, pois vão receber as porcentagens do imposto e o comerciante que
recolherá a guia de acordo com as regras estabelecidas”, diz.
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