quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Exemplos de maldade e generosidade


A potencialidade do animal humano capaz de atitudes de bondade e generosidade


A imprensa mostrou com imagens e vídeos os casos de dois cadeirantes. Um verdadeiro, de fato deficiente físico, em São Paulo, na cidade de Jundiaí. Trafegando pelas ruas, esse segurado e aposentado do INSS (sr. Benedito do Carmo, 53 anos) foi brutalmente assaltado por um marginal que na aproximação simulou alguma ajuda à vítima.
O assaltante surrupiou-lhe dinheiro e a carteira e ainda o arremessou ao chão . O lado bom dessa história é que em seguida o meliante foi preso e responderá pelos crimes cometidos. O segundo caso ocorreu em Vancouver, Canadá , onde um policial (sargento Mark Horsey) se fez passar por um deficiente físico e se pôs em vias públicas, como cadeirante,  com pertences e algum dinheiro à mostra no sentido de ver a reação de assaltantes e ladrões, frequentadores dessas ruas,  que pudessem assaltá-lo considerando-o uma presa fácil.
Os dois casos registrados, o de fato deficiente físico, de Jundiaí   e o cadeirante no papel de ator, no Canadá, aliás muito bem encenado são emblemáticos da natureza, dos sentimentos, da torpeza e virtude do bicho homem, ainda tido, classificado e aclamado como inteligente, racional e constituído da dualidade corpo e alma.
Vamos novamente reportar ao que foi documentado e veiculado pelas TVs. Na entrevista com a vítima de São Paulo( Sr Benedito), passados o susto e os ferimentos leves da agressão do assalto, foram-lhe mostradas as cenas do cadeirante-ator, do policial canadense que se fez passar como deficiente .
Como nessa simulação (Canadá) o propósito era registrar as atitudes, as reações e comportamento de quem deparasse aquele homem em condição vulnerável, todos os que o abordaram puderam ser entrevistados e inquiridos do por quê em  ter agindo dessa e de outra maneira.
Foram apresentadas cerca de 10 cenas. Alguns desses transeuntes que abordaram o cadeirante eram pessoas de alta periculosidade, pelo visto criminosos com processos na justiça. E então eis que vêm as surpresas. E assim se expressa o cadeirante sobrevivente do assalto em São Paulo quando vê o primeiro pedestre se aproximar do ator-cadeirante – Meu Deus, esse sujeito vai roubar-lhe a bolsa, o seu dinheiro, como aconteceu comigo.
Estupefação e espanto de quem assiste aos vídeos. O primeiro que encosta no cadeirante tenta confortá-lo e  o consola generosamente. Mais que gestos de amparo, ele  reza com a “vítima”. E assim sucessivamente os estranhos e anônimos que falam e oferecem ajuda ao nosso ator-cadeirante o advertem na guarda de sua bolsa e do dinheiro que propositalmente tinha sido deixado de forma a facilitar um furto. O certo é que ao final das cenas mostradas nosso cadeirante em simulação tinha 24 dólares a mais, recebidos como esmola.
O que nós humanos, humanos que somos, e humanos que devemos buscar ser em nossas relações podemos extrair e aprender com as cenas reais de tais documentários? Assim penso eu, como cronista que se motivou em tais cenas para esta mensagem. O ser humano por mais perverso que ele tenha sido em alguma atitude ou ação contra o outro, resta-lhe sempre alguma chispa de virtude e generosidade.
Acredita-se que todo indivíduo nasce predestinado ao bem, excetuando os casos patológicos; e estes existem numa estatística menor e não desprezível. Crimes existem de tamanha hediondez que só graves transtornos de personalidade e psicopatias para explicá-los. A esses tais eu me recuso a nomeá-los de humanos e racionais.
As questões e causas da perversidade, da maldade e delinquência de um grupo menor de pessoas têm implicações múltiplas, indo de elementos genéticos,  filogenéticos, ontológicos, até os sociais, educacionais entre outros.
O que podemos tirar de aprendizado dos relatos que abrem esta crônica é que sempre devemos acreditar na potencialidade do animal humano como uma criatura da qual esperar uma ou muitas atitudes de bondade e generosidade.
Nessa visão e esperança, da generosidade contida no íntimo e no coração de cada um,  do bem guardado em cada pessoa é que vem-me à lembrança a pequena Anne Frank, vítima do holocausto (morreu aos 15 anos de idade). Sobrevivente de tanta crueldade, ela escreveu em sua agenda diária “Apesar de tudo eu ainda creio na bondade humana”
Tal afirmação de tão generoso espírito (Anne Frank) nos encoraja a ser melhores. Sempre!

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