O
limão pode reduzir as ocorrências de câncer de mama, pele, pulmão, boca e
estômago
A
modernidade trouxe confortos e inúmeras possibilidades para o desenvolvimento
de novos mercados. Graças a um discurso de que a indústria pode tudo, os
conhecimentos tradicionais e as próprias descobertas da população passaram a
ficar em um segundo plano.
De
repente, medicamentos ligados a grandes patentes, pesquisas científicas
bancadas por transnacionais da indústria química e pílulas vendidas em
farmácias dominaram os discursos de cura e saúde. Na essência, muitas das
descobertas já estavam presentes em simples alimentos encontrados nos pratos e
copos de todos brasileiros.
Por traz
da busca de mercado, sempre o interesse comercial, pouco preocupado com a
segurança alimentar da população ou mesmo nas tradições agroalimentares.
O melhor
exemplo é o limão. O fruto encontrado pela dona de casa Sandra Flores serve
tanto para fazer salada quanto para o tradicional suco. Mas o que a
ciência tem revelado é que ele pode muito mais. Daí o aumento de projetos
de pesquisa no país tendo em vista a substância.
Somente
em projetos bancados pelo Governo Federal, 25 instituições brasileiras se
dedicam em entender os mecanismos de funcionamento do poderoso fruto azedo.
Por trás
do limão existe uma infinidade de substâncias que podem tratar doenças e
melhorar a saúde dos usuários. Na verdade, o limão é apenas uma delas. A
primeira grande questão é saber que ele é uma dentre tantas substâncias que
integram o grupo das rutáceas – uma família de plantas angiospérmicas.
Plantas
com flores, as rutáceas têm um conjunto de frutas famosas em seu grupo, como o
limão, a lima e a própria laranja. E se as faculdades procuram entender o
comportamento de cada espécie, o próprio limão já dá muita dor de cabeça para
os acadêmicos com sua variação. Suas variedades mostram atribuições
diferentes – o que também varia conforme a estrutura da fruta.
Um dos
recentes estudos sugere que o limão pode combater o ácido úrico. Responsável
pelas artrites e reumatismo, além de gotas e artroses. Um dos problemas
provocados pela doença é a acumulação da purina – contida em alimentos como
carnes, refrigerantes e cerveja.
O limão
tem também um elevado nível de ácido, só que o cítrico, que ajuda a quebrar os
cristais de ácido úrico.
A receita
da vovó é quase sempre tão funcional quanto a da indústria química e do médico,
que muitas vezes tem interesses no aumento de vendas dos medicamentos
industrializados. “Eu indiquei para o meu marido e reduziu bastante: dois copos
de sumo de limão com água fria e sem açúcar todos os dias”, diz a costureira
Ana Aparecida.
Lidiane
Mayra Campêlo, mestre em ciências farmacêuticas, realizou estudo sobre o efeito
do limão no Sistema Nervoso Central. Para isso, utilizou ratos. A pesquisadora
informa que os resultados demonstram que o estresse oxidativo no hipocampo de
camundongos pode ocorrer durante o estabelecimento de doenças neurodegenerativas.
No
entanto, o “dano hipocampal” pode ser combatido pelo efeito protetor de
óleo essencial de folhas de Citrus limon (OECL), que teria o poder
antioxidante. O estudo de mestrado mostra que os radicais livres são
combatidos logo após 24 horas de tratamento com o óleo.
Lidiane
Mayra Campêlo explica que diversas pesquisas têm apresentado resultados
diferentes quanto às distintas partes e substâncias do limão. “O óleo volátil
da casca do fruto apresentou atividade sedativa, hipnótica, não corroborando
com o extrato etanólico das folhas, que não apresentou essa atividade”.
Espasmos
Por sua
vez, o extrato da casca dos frutos mostrou efeito antiespasmódico, reduzindo
contrações do tecido muscular liso no estômago, intestino, útero ou bexiga.
A
pesquisadora, por sua vez, diz que testes farmacológicos com os frutos
demonstraram potente efeito inibidor contra a atividade do rotavírus. Outra
descoberta que dá ao limão status de remédio diz que o suco dos frutos
apresentou atividade antimicrobiana ‘in vitro.’
Outras
rutáceas são importantes para a saúde, caso do Pilocarpus, conhecido pelo nome
popular jaborandi – utilizado pelos índios brasileiros há séculos para tratar
feridas na boca e tosses. Apesar da fama, ele está longe de ser
concorrente para o azedo limão.
De onde vem o cheiro
O limão é
fonte de várias substâncias: potássio, magnésio, cálcio e fósforo,
vitamina B6, cobre, riboflavina, ácido pantotênico, vitamina A, ácido fólico e
fitoquímicos. A presença de limonemo parece ser sua melhor arma em defesa
da saúde. É ele que dá o cheiro do limão. E também força a ação do
alimento contra os radicais livres.
Existem
mais de cinco mil biofravonóides, sendo que substâncias como o limoneno e
e naranjina – presentes no limão – podem equilibrar o corpo após as crises
químicas provocadas pelos oxidantes.
Pródigo
em vitamina C, o limão pode ainda reduzir as ocorrências de câncer de
mama, pele, pulmão, boca e estômago.
“O limão
é fantástico. Tem uma grande importância na culinária, por conta da modulação
do tempero e do gosto. É uma das substâncias mais comuns na culinária fusion.
Mas o que chama a atenção é a variedade de estudos. Li um que trata de seus
poderes para a saúde. A pesquisa diz que se ele for Inalado pode acabar
com rinites e sinusites”.
Comente
este artigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário