O lixo continua sem
solução
Em 2013, o país gerou 76
milhões de toneladas de resíduos sólidos. Quase metade disso foi parar em
lixões ou em aterros de baixa segurança, colocando em risco a saúde do meio
ambiente e da população. Pior, quase 10% de todos os resíduos que produzimos no
ano sequer foi coletado pelos municípios, sendo lançado em rios e áreas
clandestinas.
A política do laissez-faire com
relação ao manejo do lixo resulta em situações como a que deixou atônita a
população da região de Salto, em Sorocaba. Por conta da estiagem severa, o Rio
Tietê, que corta o centro da cidade, transformou-se num fio de água e expôs
toneladas de lixo acumulado ao longo de décadas.
Exame.com listou 10 números que
mostram como o Brasil ainda cuida muito mal do seu lixo. Os dados são do novo
Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2013. O estudo anual foi lançado nesta
semana pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais (Abrelpe).
1) 76 MILHÕES DE TONELADAS: é quanto
o Brasil gerou de resíduos sólidos em 2013;
2) 7,2 MILHÕES DE TONELADAS: quase
10% do total gerado sequer foi coletado, sendo lançado em rios e áreas
clandestinas;
3) SÓ 58,3% dos resíduos sólidos
urbanos coletados tiveram destinação final adequada;
4) Enquanto 41,7% do total coletado
no ano (cerca de 28,8 milhões de toneladas) foi depositado em lixões e aterros
que não garantem condições de segurança;
5) 3.344 MUNICÍPIOS encaminharam
seus resíduos para locais inadequados. Destes, 1.569 utilizaram lixões, que é a
pior forma de destinação;
6) NORDESTE TEM A PIOR SITUAÇÃO: 837
cidades usam lixão. A região é seguida pelo Norte (247 cidades), Sudeste (206),
Centro-Oeste (158) e, por último, a região Sul (121);
7) POUCO MAIS DE 62% DOS MUNICÍPIOS
registraram alguma iniciativa de coleta seletiva*. *Muitas vezes estas
atividades resumem-se à disponibilização de entrega voluntária ou convênios com
cooperativas de catadores;
8) MAIS DE 42 MILHÕES DE TONELADAS
de resíduos de construção e demolição foram descartados em vias públicas em
2013, um aumento de 4,6% em relação a 2012;
9) 1 Kg: Quantidade de resíduo
sólido que cada brasileiro gerou, em média, por dia em 2013;
10) R$ 114,84: Foi quanto os
municípios gastaram, em média, por habitante/ano na coleta e demais serviços de
limpeza urbana. Isso dá menos de R$ 10 por habitante ao mês.
Fonte
EcoDesenvolvimento.
A geração de lixo no Brasil aumentou
29% de 2003 a 2014, o equivalente a cinco vezes a taxa de crescimento
populacional no período, que foi 6%, de acordo com levantamento divulgado hoje
(27) pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais (Abrelpe). A quantidade de resíduos com destinação adequada, no
entanto, não acompanhou o crescimento da geração de lixo. No ano passado, só
58,4% do total foram direcionados a aterros sanitários.
Mais de 41% das 78,6 milhões de
toneladas de resíduos sólidos gerados no país em 2014 tiveram como destino lixões
e aterros controlados. Segundo a Abrelpe, esses locais são inadequados e
oferecem riscos ao meio ambiente e à saúde. No ano anterior, o percentual foi
41,7%. A metodologia da pesquisa envolveu 400 municípios, o equivalente a 91,7
milhões de pessoas. Por dia, o brasileiro gera, em média, 1,062 quilo de lixo.
Esse dados mostram que mais de 78
milhões de brasileiros, ou 38,5% da população, não têm acesso a serviços de
tratamento e destinação adequada de resíduos sólidos. Além disso, mais de 20
milhões de pessoas não dispõem de coleta regular de lixo, pois cerca de 10% dos
materiais gerado não são recolhidos. O volume de lixo produzido aumentou 2,9%,
entre 2013 e 2014. A coleta de resíduos, por sua vez, melhorou 3,2%.
Esta é a primeira pesquisa que
retrata a situação da gestão dos resíduos, depois da vigência da Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em 2010. Em relação à reciclagem, a
pesquisa revela uma evolução de 7,2 ponto percentual. Em 2010, apenas 57,6% dos
municípios tinham alguma iniciativa de coleta seletiva. No ano passado, o
percentual aumentou para 64,8%.
O lixo não tratado constitui uma
mazela na organização do saneamento básico no Brasil, pois traz diversas
patologias (dengue, verminoses, micoses etc) à população além de
constrangimentos como mal cheiro, detrimento visual das cidades. Poucas são as
prefeituras em nosso país que desenvolvem soluções ecologicamente corretas ou
destinam alguma atenção ao problema aqui apresentado.
Uma solução para tal problema
encontrada por países desenvolvidos como França e Alemanha foi transmitir essa
responsabilidade para a iniciativa privada e educar a população para obter sua
colaboração. Por exemplo, quando um cliente vai adquirir uma pilha nova, deve
devolver uma antiga já utilizada.
Algumas cidade brasileiras (Ex:
Betim-MG, Rio Negro-Pr, Taboão da Serra-SP) possuem um plano municipal de
gestão de resíduos sólidos.
Nada ainda muito expressivo, pois são iniciativas
isoladas e ainda não contam com uma uniformidade em suas legislações. Já
funcionam, claro, como uma esperança de futuras iniciativas em massa adotadas a
nível nacional, porém atualmente a saída mais adotada pelos governos para
destino do lixo (os aterro) ainda representa risco à saúde da população.
De acordo com um estudo feito pela
Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) no fim do ano
passado aponta que, em 232 municípios goianos, apenas nove tratam o lixo urbano
de maneira adequada.
O Diagnóstico do Monitoramento dos
Sistemas de Disposição do Lixo Urbano dos Municípios Goianos revela que, ao
todo, 146 cidades – ou 62,93% do total – utilizam lixões para armazenar os
resíduos, que é considerado o pior tipo de sistema para deposição dos rejeitos,
que não recebem qualquer tipo de tratamento.
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