As imagens constrangedoras protagonizadas pelo Congresso
Nacional são um desserviço para uma nação. Cabeçadas, brigas corporais, gritos,
xingamentos rasos mostram a molecagem que grassa na casa legislativa, servindo
de exemplo de como não devemos nos comportar.
Estamos todos envergonhados com a qualidade dos
parlamentares que elegemos, com algumas exceções. Não vamos elogiar esses, por
que, enfrentar crises com elegância e respeito é o mínimo que esperamos deles.
Enfrentamos crises em todos os ambientes onde vivemos, com ou
sem a presença dos nossos filhos. O comportamento dos adultos influencia as
crianças e jovens de forma definitiva, para o bem ou para o mal.
As imagens que percorrem o país são assistidas várias vezes por
dia, mesmo que sejamos seletivos no que acessamos, por isso, sabemos que nossos
filhos e filhas são brindados com maus exemplos mostrados à exaustão.
Caso houvesse classificação para o momento, poderíamos colocar
tarjas nos noticiários e nos programas dos canais legislativos. Avisos de que
são programas com violência explícita, linguajar rasteiro, trapaças, exposição
de homens perigosos que podem colocar a democracia em risco, seria o mínimo, já
que não há sirenes avisando sobre baixarias.
Eduardo Cunha, a bola da vez, usa estratégias, escudado por sua
tropa de choque, para adiar sua cassação, que vão desde retardar a chegada às
sessões para impedir que haja quórum em meio a gritos de Fora Cunha, pedir
vistas para adiar matérias, pedidos de questões de ordem ridículas,
requerimentos para adiar de novo as discussões, destituição de relator,
encerramento de sessão por causa de intermináveis discursos de assuntos alheios
à cassação.
Imaginem nossos filhos e filhas aprendendo esse comportamento
aviltante. Nós, os pais, convocamos uma reunião de família na hora do almoço.
Como a coisa está feia para um dos filhos, os outros se atrasam, não deixam
ninguém falar, saem da mesa antes que alguma decisão seja tomada.
O filho ou filha com problemas, vai orientando os irmãos via
WhatsApp para sair na boa, dando exemplo aos irmãos de como sair impune de uma
situação. Os pais e os irmãos sabem tratar-se de uma pessoa perigosa e temem
sua vingança. Não é isso que pode acontecer?
Somos obrigados a acreditar na máxima: “O poder emana do povo”,
por que, nós votamos nos caras, ou não? Somos obrigados a dizer aos nossos
filhos e filhas: ... aqui em casa não é o Congresso Nacional. Aqui em casa há
ética!
Tristes tempos! Vergonhosos tempos! Cabe a nós, povo, aprender.
Cabe cuidar do nosso quintal, da nossa rua, do nosso bairro, da nossa cidade.
Cabe a nós educar nossos filhos dentro dos princípios da verdade, da
honestidade, da democracia, mesmo que tenhamos uma concorrência tão desleal.
O amor que dedicamos aos filhos vai falar mais alto, desde que
consigamos conversar, ter tempo para o debate, onde o monólogo é substituído
pelo diálogo, onde todos e todas têm sua vez de expor suas ideias. Olhar para
os lados e ver os desatinos não quer dizer que o mundo é assim. O mundo é feito
pelos anônimos como nós, que somos os verdadeiros construtores dele.
Há que não deixar brechas para a vergonheira institucionalizada.
Há que mostrar que não somos isso que vimos e que os valores humanitários estão
bem presentes, para que tenhamos um futuro onde os homens e as mulheres, jovens
e velhos, crianças e adolescentes sejam os protagonistas.
Estamos falando daquelas
pessoas que trabalham, criam riquezas, cuidam de seus funcionários, contribuem
com a arte e os verdadeiros valores. Estamos falando de pais e mães que, mesmo
assistindo ao desfile de mediocridades, consigamos enxergar que há dignidade e
soberania no reino de Abrantes.
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