A cultura brasileira de reclamar e apontar o dedo para o
outro, buscando os erros alheios sem nada fazer, está sendo questionada
fortemente. Reclamação sem participação já soa como hipocrisia, afinal, quem é
a sociedade (tão criticada) senão o conjunto de nós mesmos? A máxima do
"seja a mudança que você quer no mundo" anda em alta.
A dificuldade de muitos para essa revolução é explicada -
mas não justificada! - pelo costume de uma acomodação tipicamente brasileira,
que todos nós conhecemos bem e que muitas vezes se camufla, tendenciosamente,
como pacifismo. Quem nunca reprovou no seu íntimo ou mesmo explicitamente um
cidadão reivindicando seus direitos? "Que sujeito chato esse que trava a
fila do mercado por conta de um preço errado ou alguma falta de cumprimento da
lei a seu favor" - pensamos algumas vezes, certo? Errado.
Fazer a nossa parte não é apenas lutarmos pela garantia de
nossos direitos, mas cumprirmos também com nossos deveres, deveres de cidadão.
É jogar lixo no lixo, não poluir, respeitar diferenças, ser solidário, pensar
coletivamente; no exercício da verdadeira cidadania.
Estamos na crise do crescimento moral e ético, quando se
contestam valores, pensamentos; atos comuns até então. A cultura do
individualismo, amiga do egoísmo, que vinha sendo apreciada e disseminada já
está sendo vista com outros olhos. Já há um despertar para a verdade de que
juntos formamos uma unidade, já que vivemos de forma social.
Neste momento de crise, há que se pensar nas
oportunidades. Falo aqui da oportunidade de olharmos para nós com disposição e
coragem para mudar e nos tornarmos, de fato, pessoas melhores. Por um mundo
melhor. Sem essa honestidade para conosco mesmos, torna-se impossível qualquer
mudança real. É a oportunidade de uma nova tomada de consciência. E podemos
aproveitar para evoluir como sociedade.
Comente
este artigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário