quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Um assunto que parece banal, mas tem destruído muitas pessoas e famílias e impedindo-as de serem realmente felizes

Decisão sobre o que vamos replicar em nossas vidas

Minha área de atuação é a educação e nela trabalho com as disciplinas sociologia, economia política brasileira, cultura e sociedade brasileira… sendo assim, o que se espera de um cientista social seria tratar de questões relacionadas com os problemas sociais, econômicos e políticos presentes na sociedade.
Logicamente que este é meu foco quando estou em sala de aula, porém neste momento que estou produzindo este artigo de opinião não será o caso, apesar de parecer que o assunto aqui tratado ser algo banal e que não mereceria todo este meu esforço. No entanto, tenho observado que vale a pena escrever algo sobre o tema.
Este é um assunto, um tema que tem contornos de grande relevância, porque em função de muitas pessoas não exercitá-lo famílias tem sido destruídas igrejas divididas, escolas com um clima de tensão, times de futebol sem sucesso, conselhos que se tornam ambientes de rivalidades e guerras; casamentos, empresas familiares destruídos… a lista é infinita, pois onde existe gente se ele não for exercitado constantemente os ambientes não ficam saudáveis, as possibilidades de convivência são destruídas e tudo se desmorona.
Por falta do seu exercício o mundo inteiro tem sido afetado, mesmo porque as pessoas são movidas por sentimentos e por isso não podemos acreditar que este é um  assunto simples, banal e sem relevância. Mas para muitos ele é sem importância, no entanto, este entendimento cristaliza-se até que a falta dele afete nossos relacionamentos interpessoais e produza um mal estar inexplicável que tira todo o brilho da vida, ai sim se reavalia a maneira de pensar.
A falta do exercício dele tem levado muitas pessoas de bem, honestas e honradas a cometerem assassinatos, se tornarem depressivas, se isolarem em um canto, abandonarem sonhos e projetos. Em muitos casos até suicidam ou vivem como zumbis que não tem uma existência tranqüila e feliz.
Estou falando da falta do exercício do perdão, porque em função de não praticá-lo; famílias se desfazem, amigos se agridem, casamentos são dilacerados, empresas estão falindo e a vida  se torna um caos e até aumenta o risco de ataque cardíaco e derrames.
Conforme estudo realizado pelos pesquisadores da universidade da Califórnia em San Diego: “Perdoar pode evitar doenças do coração”, sendo assim, apenas por esta “simples” informação já seria o suficiente para reavaliarmos o nosso comportamento quando alguém nos ferir.
Mas se formos honestos veremos que os benefícios são maiores do que não termos problemas cardíacos e derrame por isso deveríamos observar se nosso comportamento é adequado com quem nos ofendeu ou ofenderá.
Este é um assunto que não é fácil de colocar em estatísticas, por se tratar de algo de foro intimo e assim nem todas as pessoas estão dispostas a relatar suas experiências porque não conseguem perdoar, pois os motivos são diversos e em muitos casos são escabrosos e muito vergonhosos.
Infelizmente, todos nós temos conhecimento de jovens, adolescentes, crianças que são amargurados por causa de uma ferida profunda do passado e assim não conseguem exercitar o perdão.
Muitos homens e mulheres que vivem em um ambiente onde não exercitam o perdão se tornaram indiferentes com seu cônjuge, distantes, agressivos, amargurados, tristes e sem até o desejo de voltarem para suas casas, pois não conseguem olhar nos olhos dele ou dela com carinho e respeito.
Existe ainda uma realidade pouco falada, mas muito triste no Brasil onde temos idosos que foram abandonados por seus filhos nos asilos e filhos que foram abandonos pelos pais em abrigos e orfanatos e por causa disto eles não conseguem perdoar e viver em paz ou alcançar uma vida plena. Parece que falta algo.
Nas datas comemorativas estas pessoas ficam depressivas e tristes. Ou seja, o coração por estar fechado para o exercício do perdão para com aqueles que lhes ofenderam e machucaram profundamente por abandonarem. Mas realmente não é fácil perdoar quem deveria cuidar, mas um dia abandonou.
Mas também podemos dizer que são inúmeras situações que o exercício do perdão não é tão fácil e dentre estes destacamos onde lideres religiosos que agiram com má fé ou como verdadeiros charlatães  tirando recursos financeiros e aproveitando das condição vulnerável  de extrema pobreza ou de um momento difícil que a pessoa estava passando.
Isto sem falar nos casos em que crianças foram molestadas por quem deveria cuidar, por causa disto deixou marcas e sequelas profundas e desta forma parece quase impossível o exercício do perdão. E assim a vida se torna um tormento quase insuportável.
Mulheres que enfrentaram estupros, violência ou assedio sexual praticadas por quem deveria respeitar, cuidar e amar.  Infelizmente isto é algo que ocorre com frequência em muitas casas, nos trabalhos, empresas e até nas igrejas por lideres religiosos que ludibriam as pessoas que ali chegam para buscar Deus.
Ao enfrentar estes tipos situações em circunstancias como estas o exercício do perdão não é tão simples porque a vergonha e as feridas são profundas e para os que sofreram com isto parece quase impossível perdoar e recomeçar a vida com dignidade.
Situações como estas praticadas por determinadas pessoas tão intimas tem levado muitos a estarem trancafiados em presídios, asilos, creches e orfanatos. São pessoas aprisionadas internamente pelos sentimentos de amargura, ódio ou auto-estima baixa que entrou no coração deles e por mais que tentem não conseguem exercitar perdão por isso se entregaram as piores praticas desta vida, mas a principal é o isolamento.
Como consequências da falta do perdão temos jovens que lamentavelmente entraram para o crime organizado, drogas. Mesmo meninas que são bonitas e inteligentes, mas se entregaram a prostituição, orgias; porque não conseguem perdoar a mãe ou o pai e assim são corroídas por dentro. São pessoas que esquecem ou não sabem que para superarem isto somente será possível se exercitarem o perdão e darem uma chance para elas mesmas.
Sabemos que estas pessoas que no passado enfrentaram situações extremamente ruins, tristes e humilhantes, porém, não conseguem abandonar este passado que as escraviza, maltratam constantemente a si mesmas e as impedem de serem realmente felizes.
Em muitos casos são jovens que descobriram segredos do pai, da mãe ou até mulheres e homens que não conseguem superar o que aconteceu há muito tempo e por isso carregam um sentimento que vem atrapalhando profundamente o seu existir e que tira as condições de se relacionarem bem consigo mesmas e com os outros, mas principalmente com quem as ofendeu e machucou.
Vale destacar que em situações como estas, não interessa se a pessoa seja um ateu, protestante, espírita, evangélico ou católico a falta do exercício do perdão tem alcançado qualquer um e esta ferindo profundamente muitos: o medico, o advogado, o juiz, os professores, os políticos os empresários, lideres religiosos e por ai vai.
Esta é uma realidade de inúmeras pessoas, pois o não exercício do perdão esta presente em todas as classes sociais, porque temos uma sociedade com pessoas muito vingativas e sem disposição para perdoar, por isso percebemos que todos se voltam para o hedonismo, realizações e conquista de poder como maneiras de fazer a vida ter um pouco de sentido, mesmo porque o vazio destas pessoas é quase infinito porque elas não conseguem perdoar quem lhes feriu. Homens que procuram o poder para apenas evitarem ser desrespeitados Ou gente que se isola por medo de se relacionar com pessoas e não serem feridas novamente.
Mas considerando que o exercício e a pratica do perdão é imprescindível para ser uma pessoa feliz e também não estragar os ambiente que estamos o que podemos fazer para conseguir exercitá-lo realmente?
1º- Devemos olhar e entender que as pessoas falham, erram e pecam como nós, ou seja, tente se colocar no lugar das outras pessoas.
2º- Mesmo que a pessoa que tenha cometido um erro  grave e difícil de perdoar a vingança, a indiferença ou a reclusão não serão o suficiente para te fazer feliz e trazer o contentamento novamente.
3º- O exercício do perdão sempre renovara o seu interior e te colocara em um nível de vida mais calmo, sereno, tranqüilo, em paz e com capacidade de desenvolver suas potencialidades.
4º- Lembre-se sempre: apesar de alguns erros e falhas serem mais difíceis de perdoar, a amargura, o ódio e a falta de perdão destruirá você mesmo(a) e assim será um martírio constante no seu interior.
5º- Ao perdoar a pessoa não quer dizer que sejamos fracos, não temos dignidade, mas que somos humildes e com certeza evidente ficará para nós que: “Diante da honra vai a humildade.”
6º- Vale destacar sempre que perdoar é a maneira mais eficiente de restaurar a alegria na sua vida, na sua família, nos relacionamentos entre cônjuges, pais, filhos e amigos. Isto se você deseja ser realmente feliz e não acostumou com o ódio e a amargura.
7º- Não é porque exercitamos o perdão que é necessário aceitar que a pessoa continue errando com a gente ou colocando a nossa integridade, física, psicológica ou moral em risco. Mas nada justifica não realizar o exercício do perdão, porque ele nos cura.
8º- Devemos perdoar sempre, mas em muitos casos não somos obrigados a continuar convivendo com aqueles ou aquelas que não têm dignidade, não querem mudar de vida e assim não são dignos de nossa confiança.
9º- Devemos perdoar sempre porque com esta atitude ficaremos livres e tranqüilos para construir uma nova historia de sucesso e em paz. Pois um passado não resolvido tem o poder de paralisar e destruir qualquer pessoa.
10º- Se realmente entendermos a importância do perdão deveremos buscar no Criador a força necessária para exercitá-lo, pois perdoar é algo que é divino e vem de Deus.
11º- Se realmente estiver muito difícil perdoar devemos procurar um tratamento com um especialista porque nem sempre conseguiremos superar certos traumas sozinhos.
12º- O exercício do perdão deverá ser também para com os erros pequenos porque ninguém tropeça em uma montanha e não é saudável ir acumulando coisas ruins dentro de nós.
13º- Lembre-se: não devemos esperar que as pessoas venham nos pedir perdão para nós exercitá-lo, porque nem sempre elas estarão dispostas ou nem sabem que erraram com a gente. Sendo assim, tenhamos humildade e dignidade para exercitar o perdão, mesmo porque não são todas as pessoas que são nobres e de espírito elevado para reconhecerem que falharam.
Logicamente que para muitos este é um assunto banal a ser tratado, mas na realidade  temos inúmeros pais que não conseguem se perdoarem em função de não terem dado a formação adequada aos seus filhos e infelizmente podem estar em uma cadeira de rodas, drogados, prostituindo ou longe de casa e lamentavelmente alguns até perderam a própria vida.
Muitos por terem fracassado no casamento, não obtiveram sucesso financeiro ou nos estudos se consideram derrotados e incompetentes por isso não conseguem se perdoarem e assim estão carregando dentro de si um sentimento de tristeza profunda.
Muitos sentem que são gordos, feios, baixos  tem temperamentos fortes ou frágeis demais o qualquer outro “problema” não se aceitam e nem se perdoam, por isso vivem uma subvida e conseqüentemente estragando a vida de outros que são obrigados a estarem próximos a eles ou elas. Neste caso precisa mesmo é de aceitação.
Mas com muita certeza para todos estes dramas existenciais e situações extremas vivenciadas por um numero elevadíssimo de pessoas; podemos afirmar categoricamente que o exercício do perdão sempre será a melhor maneira de fazer a vida ser reconstruída. Isto se a pessoa desejar  ter novamente uma vida feliz  como nos tempos de criança.
É muito importante realçarmos que perdoar não é deixar para lá, ser indiferente, mas abandonar completamente o sentimento de ódio e amargura causados por outrem.
Vale ainda evidenciar que mesmo que este assunto pareça banal precisamos reavaliar como anda nossa existência a partir dos relacionamentos interpessoais, familiares, com os amigos, no emprego, na igreja… Porque pode ser este o motivo que faz nenhuma conquista  nos proporcionar a alegria plena.
Está realmente em nossas mãos decidir o que vamos replicar e vivenciar, ou seja, o exercício do perdão ou carregar a amargura no coração destruindo a nós mesmos e impedindo que as realizações sejam plenas em nossas vidas.
Você quer ser feliz por um instante? Vingue-se. Você quer ser feliz para sempre? Perdoe. Tertuliano
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