sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Evolução no tratamento da esclerose sistêmica


O transplante de medula óssea para portadores de esclerose sistêmica que não apresentam melhora com o uso de medicações aumenta a capacidade funcional e dá independência às atividades do dia a dia. Os resultados apareceram em estudo com portadores da doença, submetidos ao transplante autólogo de células-tronco sanguíneas na Unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCRP) da USP.
A qualidade de vida desses pacientes, que antes do transplante viam progressivamente a perda de movimentos de dedos e mãos, além de falta de ar, foi observada com acompanhamento e testes de nove mulheres de média de idade de 32 anos e dois anos de diagnóstico da esclerose sistêmica antes do transplante.
Os resultados positivos, comprovados cientificamente, são festejados pela fisioterapeuta e pesquisadora Karla Ribeiro Costa Pereira. O trabalho é parte da pesquisa de doutorado de Karla, ainda em andamento na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, com a orientação da professora Maria Carolina de Oliveira Rodrigues, da Divisão de Imunologia, Departamento de Clínica Médica da FMRP.
O estudo recebeu, inclusive, o prêmio Fani Job de melhor trabalho apresentado no último Congresso da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea.
Karla acredita que os benefícios observados auxiliem os pacientes a optar pelo tratamento, quando indicados ao transplante com células tronco. Ela comenta que esse transplante para esclerose sistêmica vem sendo estudado mundialmente pois, apesar de ser um procedimento com grandes riscos, pode ser a única resposta para muitos desses doentes. É que a melhor terapia medicamentosa hoje disponível, a ciclofosfamida, só evita a progressão da doença em poucos casos.
Doença autoimune que afeta progressivamente as células do tecido conjuntivo, causando alterações vasculares e fibrose da pele e de órgãos internos, a esclerose sistêmica é relativamente rara; atinge uma em cada 50 mil pessoas. Mas pode levar à morte se afetar tecidos de órgãos como o pulmão, coração ou intestino. Em casos graves, a taxa de mortalidade pode chegar a 50% em cinco anos.

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