O transplante de medula óssea para portadores de esclerose
sistêmica que não apresentam melhora com o uso de medicações aumenta a
capacidade funcional e dá independência às atividades do dia a dia. Os resultados
apareceram em estudo com portadores da doença, submetidos ao transplante
autólogo de células-tronco sanguíneas na Unidade de Transplante de Medula Óssea
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCRP) da
USP.
A qualidade de vida desses pacientes, que antes do
transplante viam progressivamente a perda de movimentos de dedos e mãos, além
de falta de ar, foi observada com acompanhamento e testes de nove mulheres de
média de idade de 32 anos e dois anos de diagnóstico da esclerose sistêmica
antes do transplante.
Os resultados positivos, comprovados cientificamente, são
festejados pela fisioterapeuta e pesquisadora Karla Ribeiro Costa Pereira. O
trabalho é parte da pesquisa de doutorado de Karla, ainda em andamento na
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, com a orientação da
professora Maria Carolina de Oliveira Rodrigues, da Divisão de Imunologia,
Departamento de Clínica Médica da FMRP.
O estudo recebeu, inclusive, o prêmio Fani Job de melhor
trabalho apresentado no último Congresso da Sociedade Brasileira de Transplante
de Medula Óssea.
Karla acredita que os benefícios observados auxiliem os
pacientes a optar pelo tratamento, quando indicados ao transplante com células
tronco. Ela comenta que esse transplante para esclerose sistêmica vem sendo
estudado mundialmente pois, apesar de ser um procedimento com grandes riscos,
pode ser a única resposta para muitos desses doentes. É que a melhor terapia
medicamentosa hoje disponível, a ciclofosfamida, só evita a progressão da
doença em poucos casos.
Doença autoimune que afeta progressivamente as células do
tecido conjuntivo, causando alterações vasculares e fibrose da pele e de órgãos
internos, a esclerose sistêmica é relativamente rara; atinge uma em cada 50 mil
pessoas. Mas pode levar à morte se afetar tecidos de órgãos como o pulmão,
coração ou intestino. Em casos graves, a taxa de mortalidade pode chegar a 50%
em cinco anos.
Comente...
Nenhum comentário:
Postar um comentário