Entidades e órgãos governamentais ligados ao trânsito estiveram
reunidos com pesquisadores do Centro de Pesquisas em Álcool e Drogas (CPAD) do
Hospital de Clínicas para debater os testes com o chamado drogômetro na
fiscalização.
O workshop Tecnologias
para detecção de substâncias psicoativas em condutores e sua aplicação pelas
polícias buscou alinhar os aspectos práticos e éticos da pesquisa em um
ambiente real de blitz de trânsito, a ser realizada futuramente.
Essa etapa da pesquisa do CPAD, que conta com o apoio da
Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e a parceria do Laboratório de
Toxicologia da Faculdade de Farmácia da UFRGS, segue-se à investigação em
laboratório, quando foram testados os vários aparelhos disponíveis no mercado.
Coordenadores da
pesquisa, Flávio Pechansky e Tanara Souza trouxeram sua experiência (e os
problemas encontrados) no primeiro estudo nacional sobre álcool e trânsito em
2008, bem como a contextualização da aplicação do drogômetro em outros países.
Detran/RS, Brigada Militar e Polícia Rodoviária Federal
levantaram questionamentos sobre aspectos legais. O crime de dirigir sob o
efeito de substância psicoativa está previsto no Código de Trânsito Brasileiro
e nas Resoluções do Conselho Nacional de Trânsito, assim como a sua verificação
através de meios de prova como o drogômetro.
Os aparelhos em teste, porém, ainda não estão homologados,
portanto, não podem ser utilizados para punir o condutor.
Os resultados da pesquisa, no entanto, servirão como subsídio
para posterior homologação destes equipamentos no país.
Foram feitas demonstrações com dois diferentes equipamentos. O
drogômetro pode detectar de cinco a oito classes de substâncias psicoativas em
cerca de sete minutos, tais como cocaína, canabinoides, metanfetaminas,
opioides e benzodiazepínicos. A prevalência de uso dessas drogas determina a
escolha do equipamento em cada país.
O tempo e a acessibilidade da coleta também foram considerados
na escolha dos testes utilizados na pesquisa brasileira. O teste a partir da
saliva detecta a presença da droga no momento da verificação, que é o
importante para a fiscalização de trânsito.
O grupo concluiu pela remessa de uma comunicação firmada por
todos os participantes para que o Contran/Denatran tome conhecimento da
pesquisa em ambiente de fiscalização.
Além dos órgãos governamentais, participaram a Associação
Brasileira de Medicina do Tráfego, a Fundação Thiago Gonzaga e a Associação
Brasileira de Psicologia.
As questões logísticas da pesquisa na fiscalização de trânsito
ainda serão debatidas, mas a ideia é que ocorra nas blitze da Balada Segura.
A intenção é começar a pesquisa nesta Operação Verão.
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William ,
ResponderExcluirSe estes testes prosseguirem e forem levados adiantes ,
Muita coisa aparecer , muitos parâmetros virão á tona .
Por exemplo , há drogas ilícitas , mas também pode se descobrir que o número de motoristas
dirigindo sob efeito de drogas lícitas e não menos perigosas é muito grande !
abs
Kiko
É uma ideia excelente.
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