domingo, 15 de novembro de 2015

Detran estuda o uso de drogômetro


Entidades e órgãos governamentais ligados ao trânsito estiveram reunidos com pesquisadores do Centro de Pesquisas em Álcool e Drogas (CPAD) do Hospital de Clínicas para debater os testes com o chamado drogômetro na fiscalização.
 O workshop Tecnologias para detecção de substâncias psicoativas em condutores e sua aplicação pelas polícias buscou alinhar os aspectos práticos e éticos da pesquisa em um ambiente real de blitz de trânsito, a ser realizada futuramente.
Essa etapa da pesquisa do CPAD, que conta com o apoio da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e a parceria do Laboratório de Toxicologia da Faculdade de Farmácia da UFRGS, segue-se à investigação em laboratório, quando foram testados os vários aparelhos disponíveis no mercado.
 Coordenadores da pesquisa, Flávio Pechansky e Tanara Souza trouxeram sua experiência (e os problemas encontrados) no primeiro estudo nacional sobre álcool e trânsito em 2008, bem como a contextualização da aplicação do drogômetro em outros países.
Detran/RS, Brigada Militar e Polícia Rodoviária Federal levantaram questionamentos sobre aspectos legais. O crime de dirigir sob o efeito de substância psicoativa está previsto no Código de Trânsito Brasileiro e nas Resoluções do Conselho Nacional de Trânsito, assim como a sua verificação através de meios de prova como o drogômetro.
Os aparelhos em teste, porém, ainda não estão homologados, portanto, não podem ser utilizados para punir o condutor.
Os resultados da pesquisa, no entanto, servirão como subsídio para posterior homologação destes equipamentos no país.
Foram feitas demonstrações com dois diferentes equipamentos. O drogômetro pode detectar de cinco a oito classes de substâncias psicoativas em cerca de sete minutos, tais como cocaína, canabinoides, metanfetaminas, opioides e benzodiazepínicos. A prevalência de uso dessas drogas determina a escolha do equipamento em cada país.
O tempo e a acessibilidade da coleta também foram considerados na escolha dos testes utilizados na pesquisa brasileira. O teste a partir da saliva detecta a presença da droga no momento da verificação, que é o importante para a fiscalização de trânsito.
O grupo concluiu pela remessa de uma comunicação firmada por todos os participantes para que o Contran/Denatran tome conhecimento da pesquisa em ambiente de fiscalização.
Além dos órgãos governamentais, participaram a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego, a Fundação Thiago Gonzaga e a Associação Brasileira de Psicologia.
As questões logísticas da pesquisa na fiscalização de trânsito ainda serão debatidas, mas a ideia é que ocorra nas blitze da Balada Segura.
A intenção é começar a pesquisa nesta Operação Verão.

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2 comentários:

  1. William ,
    Se estes testes prosseguirem e forem levados adiantes ,
    Muita coisa aparecer , muitos parâmetros virão á tona .
    Por exemplo , há drogas ilícitas , mas também pode se descobrir que o número de motoristas
    dirigindo sob efeito de drogas lícitas e não menos perigosas é muito grande !

    abs
    Kiko

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