Parar
para avaliar nossas atitudes de tempos em tempos é sempre bom, seja no aspecto
pessoal ou profissional, sempre encontraremos algo que precisa ser melhorado, e
isso é fundamental para o crescimento de qualquer ser humano.
O
problema começa quando a autocrítica é excessiva e começa a atrapalhar e muito
esse desenvolvimento. É imprescindível que olhemos para nós mesmos e para a
nossa trajetória isentos de julgamentos, cobranças e culpas. Só assim, teremos
uma visão mais próxima da realidade, daquilo que somos e não daquilo que
gostaríamos de ser. E, quando chegarmos a esse ponto, teremos a oportunidade de
identificar quais foram nossas reais conquistas, aquelas pelas quais merecemos
nos valorizar, parabenizar; bem como, quais são os nossos pontos fracos, que
merecem atenção e cuidado.
A maior parte das pessoas carrega
para si, consciente ou inconscientemente, o paradigma da perfeição. Em outras
palavras, atribuiu um significado único e individual ao conceito de “perfeição”
e essas passam a vida tentando alcançá-la. Acontece que nós somos imperfeitos,
temos nosso bem e nosso mal. Se não soubermos reconhecer e valorizar nossas
vitórias, em detrimento às eventuais falhas e derrotas que aconteçam pelo
caminho, estaremos fadados a viver na frustração.
O mesmo ocorre na área profissional,
justamente, pelo excesso de autocrítica e por buscarem a perfeição
incessantemente. Uma coisa é estabelecer metas reais e trabalhar para
alcançá-las, sabendo que exigirão esforço, dedicação e, eventualmente, a
capacidade de superar obstáculos.
Outra coisa é estipular objetivos
inatingíveis – como nunca errar, nunca falhar, nunca perder – e trabalhar em
prol dessas metas, ignorando que esses obstáculos podem, sim, aparecer pelo
meio do caminho. A principal diferença entre a primeira e a segunda situação, é
que, na primeira, a pessoa tem melhor compreensão de si mesma e de sua
trajetória; sendo assim, terá mais chance de reconhecer suas falhas e aplaudir
suas conquistas.
Na segunda situação, a pessoa tende a sofrer e ficar frustrada,
sempre que falha em algum aspecto, ainda, que o resultado tenha sido uma
vitória. Afinal, para ela, a meta é a perfeição e não o resultado, em si.
Já na vida amorosa, o ato de se
apaixonar é parametrizado em nossas vidas de diversas formas: em filmes, músicas,
nas relações que vemos ao nosso redor e outros momentos. Por isso, muita gente
espera se apaixonar dentro desses parâmetros e ignora que cada um tem a
capacidade se sentir essa emoção de forma individual e incomparável. Quando
permanecemos referenciados ao que nos é externo, tendemos a acreditar que
aquilo é melhor que o que temos.
A crença de que o do outro é melhor
que o nosso, que a relação do outro casal é melhor ou a profissão do outro
também é, tem tudo a ver com a falta de autoconhecimento. Quando não nos
olhamos, não nos reconhecemos com profundidade, tendemos a nos referenciar com
base no outro, no que nos é externo. E, referenciados pelo que nos é externo,
acreditamos que o outro tem e faz é melhor.
Conheço uma porção de gente que
coleciona vitórias em todos os âmbitos da vida, mas, na hora de falar sobre si,
prioriza as desilusões, os erros e as falhas. Quando ficamos mais focados e
apegados aos nossos erros do que aos nossos acertos, é o momento de perceber
que a autocrítica está realmente excessiva. Como disse, ninguém é perfeito. É
preciso ajustar o foco, mudar de perspectiva e perceber que fizemos o melhor
que pudemos.
Conseguimos lutar contra o excesso de
autocrítica, a partir do autoconhecimento e do amor-próprio. Precisamos
compreender que a única pessoa responsável por conquistar e valorizar as
próprias conquistas, bem como por assumir e superar as falhar SOMOS NÓS MESMOS.
Por isso, é preciso voltar os olhos para si e percorrer o caminho da
compreensão, da autovalorização e do perdão para conosco e em relação aos que
nos cercam.
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