Rachel conta que vários hospitais não a aceitaram por
considerarem seu caso arriscado demais
A americana Rachel Farrokh, de 37
anos, causou comoção na internet em abril passado ao publicar um vídeo em que pedia
ajuda para não morrer.
"Sofro de uma anorexia grave há
mais de dez anos e, com meu peso atual, a maioria dos hospitais não me
aceita", contava ela, com voz embargada, no apelo. "Mas há um
(hospital) na outra costa do país que me aceitou".
Quando gravou o depoimento, em sua
casa em San Clemente, no Estado da Califórnia, Rachel estava com apenas 18
quilos. O vídeo já foi assistido mais de 4,3 milhões de vezes.
"Nunca fui uma pessoa de pedir
ajuda, mas preciso da sua, senão não terei uma chance. Estou pronta para
melhorar."
A reação do público superou as
expectativas. A meta era arrecadar US$ 100 mil (R$ 370 mil) para seu
tratamento. Até hoje, as doações já somam mais de US$ 200 mil.
Com o dinheiro, ela conseguiu ser
admitida primeiro em um hospital em San Diego, no mesmo Estado em que vive, e
depois transferida para uma clínica em Portugal. Antes, havia sido rejeitada
por diversos hospitais que consideravam seu caso "arriscado" demais.
Os tratamentos parecem ter
funcionado. No fim do mês passado, Rachel participou de um evento em Washington
D.C. para conscientizar sobre a gravidade dos distúrbios alimentares e apareceu
em público com um aspecto bem mais saudável do que no vídeo que a tornou
famosa.
"Eu tenho uma família enorme
agora, e ela é o mundo inteiro", disse Rachel à emissora NBC4 sobre o
apoio que recebeu nos últimos seis meses.
Em
outubro, Rachel apareceu bem mais saudável em evento em Washington D.C.
Recuperação
Rachel vem compartilhando sua
experiência e as etapas de seu tratamento por meio da página "Rachel's
Road to Recovery" (A Estrada de Rachel rumo à Recuperação, em inglês) no
Facebook. Ela contou como a vontade de perder peso foi se tornando uma obsessão
e como isso resultou na anorexia.
Na década em que conviveu com o
distúrbio, passou por diversas clínicas, sem sucesso. "Eles estavam muito
preocupados com meu corpo, e meu corpo não estava reagindo, porque eles (os
médicos) não entendiam que meu cérebro precisava ser tratado também",
afirmou ela à NBC4.
Ela resolveu pedir ajuda, porque seu
marido, Rod Edmondson, havia abandonado seu emprego para cuidar dela 24 horas
por dia.
Em sua página no Facebook, seu marido
explica que um dos desafios era voltar a alimentá-la com regularidade, já que
dar muitas calorias de uma só vez poderia acelerar demais seu metabolismo, o
que levaria a uma perda de peso ainda mais intensa.
Segundo
o médico de Rachel, ela está melhor, mas ainda tem 'longo caminho a percorrer'
'Respeito'
Em um texto publicado em agosto em
sua página, ela conta que o tratamento que recebeu foi baseado em "amor e
apoio para fazer o paciente se sentir seguro". "Fui finalmente
tratada com respeito", conta ela.
Em um dos posts mais recentes, o
médico responsável por seu caso, identificado apenas como Dr. Duarte, diz que
Rachel vem conseguindo caminhar sozinha por 15 minutos por dia para desenvolver
sua musculatura das pernas e equilíbrio.
"Rachel está melhor, mas ela
ainda tem um longo caminho a percorrer", explicou o médico.
A BBC Brasil entrou em contato com
Rachel, mas sua assessoria informou que ela não poderia conceder entrevistas
porque ainda está fragilizada demais.
Enquanto se recupera, Rachel está
decidida a se dedicar a campanhas sobre distúrbios alimentares e a conseguir a
apoio para pessoas que estão passando pela mesma situação que ela.
"Estou animada com a vida,
porque o fio de esperança que tinha se transformou em uma certeza de que vou
sobreviver", escreveu ela no Facebook. "Meu objetivo nesta
recuperação é conscientizar e educar para ajudar outros que estão lutando
contra esta doença."
BBC Brasil.
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