domingo, 29 de novembro de 2015

A zumbificação nas empresas e a crise

Quando os "mortos-vivos" em estágio terminal de carreira dominam as empresas é sinal que o fim está próximo... e a culpa não é da crise.
Em tempos de aumento de inflação, de vendas em baixa e de demissões em massa, parece que no Brasil não se fala em outra coisa: é a crise! Tudo bem (ou seria mal?) que diante de todo esse cenário todos ficarem (ainda) mais preocupados, fazendo (cada vez mais) contas, procurando alternativas ou oportunidades e planejando planos B e C por aí afora; entretanto, há uma parcela da população que certamente está ainda mais preocupada do que nós, meros mortais, até mesmo porque ainda que pareçam “imortais” (só pareçam), na verdade estão mais zonzos do que nunca sem saber de qual lado virá o golpe certeiro que decretará o seu fim: trata-se dos zumbis corporativos.
Tal e qual o mundo criado nas excelentes graphic novels do The Walking Dead e recriado no ótimo seriado televisivo, o grande livro “Corporate Zombies – Manual de sobrevivência corporativa”, de Victor Sardinha e André Ferreira, bebeu muito bem desta fonte e fez a ponte perfeita para o mundo corporativo para nos ajudar a identificar melhor todo esse processo de zumbificação das pessoas dentro das empresas e como esses tipos específicos de zumbis são mais reais do que poderíamos supor (podem, inclusive, estar na baia ao lado da sua neste momento).
Mas o pior é que eles continuam se proliferando firmes e fortes, independente da posição que ocupam ou do tempo de casa que possuem, vivendo com apenas um propósito: alimentarem-se do poder do sistema.
 E por aí vão se arrastando (e se escondendo), vagando na base do “não mexe com quem está quieto”, sempre próximos das lideranças (quando não são as próprias lideranças!), nunca tomando decisões de alto impacto, participando de projetos medianos, vivendo do passado e desencorajando o novo, de forma que as velhas soluções de guerra continuem sendo tomadas para que nada de fato seja mudado, e assim o status quo seja mantido – até aparecer uma crise (como essa) pelo caminho que obrigue a empresa a se mexer.
Aí, então, será um Deus nos acuda quando os galhos começarem a ser sacudidos e os zumbis que lá estavam escondidinhos começarem a cair – o que acabará sendo ótimo para as empresas, diga-se de passagem, até mesmo porque eles não fazem falta alguma e também não deixarão a menor saudade, pois se não estão nem um pouco preocupados com a própria evolução, o que dirá com a evolução da empresa.
O problema maior, na verdade, será se eles não caírem nessa sacudida e nem forem identificados a tempo, sob o risco de a empresa toda estar contaminada e já ter se transformado numa verdadeira empresa-zumbi sem ter percebido – e aí será muito fácil colocar a culpa na crise quando o fim (falência) for decretado, quando na verdade o verdadeiro problema estava ali o tempo todo e ninguém viu ou não quis ver, ou ainda não entendeu.
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