Quando os
"mortos-vivos" em estágio terminal de carreira dominam as empresas é
sinal que o fim está próximo... e a culpa não é da crise.
Em tempos
de aumento de inflação, de vendas em baixa e de demissões em massa, parece que
no Brasil não se fala em outra coisa: é a crise! Tudo bem (ou seria mal?) que
diante de todo esse cenário todos ficarem (ainda) mais preocupados, fazendo
(cada vez mais) contas, procurando alternativas ou oportunidades e planejando
planos B e C por aí afora; entretanto, há uma parcela da população que
certamente está ainda mais preocupada do que nós, meros mortais, até mesmo
porque ainda que pareçam “imortais” (só pareçam), na verdade estão mais zonzos
do que nunca sem saber de qual lado virá o golpe certeiro que decretará o seu
fim: trata-se dos zumbis corporativos.
Tal e
qual o mundo criado nas excelentes graphic novels do The Walking Dead
e recriado no ótimo seriado televisivo, o grande livro “Corporate Zombies –
Manual de sobrevivência corporativa”, de Victor Sardinha e André Ferreira,
bebeu muito bem desta fonte e fez a ponte perfeita para o mundo corporativo
para nos ajudar a identificar melhor todo esse processo de zumbificação das
pessoas dentro das empresas e como esses tipos específicos de zumbis são mais
reais do que poderíamos supor (podem, inclusive, estar na baia ao lado da sua
neste momento).
Mas o
pior é que eles continuam se proliferando firmes e fortes, independente da
posição que ocupam ou do tempo de casa que possuem, vivendo com apenas um
propósito: alimentarem-se do poder do sistema.
E por aí vão se arrastando (e se
escondendo), vagando na base do “não mexe com quem está quieto”, sempre
próximos das lideranças (quando não são as próprias lideranças!), nunca tomando
decisões de alto impacto, participando de projetos medianos, vivendo do passado
e desencorajando o novo, de forma que as velhas soluções de guerra continuem
sendo tomadas para que nada de fato seja mudado, e assim o status quo seja
mantido – até aparecer uma crise (como essa) pelo caminho que obrigue a empresa
a se mexer.
Aí,
então, será um Deus nos acuda quando os galhos começarem a ser sacudidos e os
zumbis que lá estavam escondidinhos começarem a cair – o que acabará sendo ótimo
para as empresas, diga-se de passagem, até mesmo porque eles não fazem falta
alguma e também não deixarão a menor saudade, pois se não estão nem um pouco
preocupados com a própria evolução, o que dirá com a evolução da empresa.
O
problema maior, na verdade, será se eles não caírem nessa sacudida e nem forem
identificados a tempo, sob o risco de a empresa toda estar contaminada e já ter
se transformado numa verdadeira empresa-zumbi sem ter percebido – e aí será
muito fácil colocar a culpa na crise quando o fim (falência) for decretado,
quando na verdade o verdadeiro problema estava ali o tempo todo e ninguém viu
ou não quis ver, ou ainda não entendeu.
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