O faturamento do setor de vestuário brasileiro
quadruplicou em 10 anos, somos o 2º maior gerador de empregos do país,
responsável por 6% do PIB industrial. Esses dados revelam nosso potencial consumidor,
essencialmente ávido por novidades e com uma tendência a priorizar o consumo
para sensação de pertencimento. Com a democratização da moda, impulsionada por
blogs e mídias sociais, podemos dizer que passamos a última década encantados
por todas as possibilidades de acesso a produtos de vestuário oferecidos por
marcas nacionais e internacionais.
Recentemente estamos experimentando um novo momento, onde
as pessoas procuram um sentido para consumir. Querem se ver representadas,
buscam detalhes exclusivos, algo que torne o produto especial e faça sentido
dentro de seu estilo de vida. Deixando de lado os esforços contínuos que o
varejo faz para reinventar-se, percebemos uma valorização do trabalho manual,
das características regionais e do saber passado de geração em geração. Em
inúmeras regiões do país estão sendo resgatados conhecimentos prestes a serem
extintos devido à baixa remuneração enfrentada por comunidades artesãs. O
momento é de reconhecer a beleza sublime do fazer artesanal.
Nem sempre é fácil escolher, no entanto, um consumidor
consciente se preocupa de onde vem o produto e analisa se o valor pago é capaz
de cobrir custos de produção, impostos e ainda assim ter a capacidade de ser
resultado de mão de obra remunerada dignamente. Valorizar a produção local
denota uma série de valores. Este tipo de consumidor apoia quem ama o que faz e
escolheu aquele trabalho, faz parte de seu estilo de vida buscar alternativas
às ofertas de grandes corporações e acredita no poder de fortalecer a economia
da cidade ao mesmo tempo em que apoia sonhos.
Esse interesse é validado por estudos de comportamento do
consumidor ao redor do mundo, a relação com marcas independentes e artesanais
criou um novo segmento, um novo nicho consumidor. Este nicho não deseja a imposição
do que vestir, procura uma marca que ouça seus desejos e produza inspirada por
eles. Uma das únicas maneiras de conseguir isto é com uma proximidade que
permita escutar e criar para este consumidor, ou seja, compartilhando
experiências em um mesmo contexto.
Ao analisar o aspecto local, temos Pelotas como um polo de
conhecimento e qualificação profissional na área da moda. Marcas pelotenses
apostam em produtos diferenciados, criadores e designers independentes
emprestam sua bagagem a itens repletos de significado, entregando ao consumidor
final produtos únicos e de qualidade. Podemos encontrar por aqui roupas e
acessórios que fariam amantes da moda em qualquer lugar no mundo suspirar.
Ao observar atentamente podemos perceber que esta não e
uma tendência de consumo apenas da moda, ela reflete o momento atual da
sociedade. Os fatores citados também estão presentes em outras áreas como arte,
gastronomia, música e turismo.
Proporcionar novas experiências e inspirar pessoas é o
grande desafio. Inserir um negócio nesse cenário de valorização da cultura e
empoderamento é capaz de pequenas revoluções e grandes resultados.
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