Em um cenário de crescimento da resistência
microbiana aos antibióticos existentes no mercado, a busca por novos
medicamentos tornou-se um desafio da saúde pública.
Devido à emergência deste tema, a Organização
Mundial de Saúde (OMS) publicou, em maio de 2014, o primeiro relatório global
sobre o assunto. No estudo, a análise de dados oriundos de 114 países apontou a
relação existente entre as mutações sofridas pelas bactérias e o uso abusivo de
antibióticos.
De acordo com o documento, a resistência a
antibióticos está colocando pacientes em risco tanto em países desenvolvidos
como em desenvolvimento, à medida que bactérias responsáveis por diversas
infecções perigosas desenvolvem resistência às substâncias que costumavam
combatê-las. As informações são da Fiocruz.
Para chamar a importância para este assunto,
a OMS celebra em novembro a Semana Mundial de Conscientização da Resistência
Microbiana, com a meta de incentivar melhores práticas entre o público em
geral, profissionais de saúde e agentes políticos.
Neste ano foi também aprovado um plano de
ação global para mitigar o problema, incluindo os eixos de comunicação,
educação e formação continuada. O tema da Campanha da OMS, “antibióticos:
manuseie com cuidado”, deixa claro que os medicamentos são recursos preciosos,
devendo ser utilizados nas situações corretas, para tratar infecções, apenas
sendo prescritos por profissionais de saúde certificados.
Um dado relevante fornecido por um estudo da
revista científica The Lancet é que entre os anos de 2000 e 2010 o consumo de
antibióticos aumentou em 76% em países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China
e África do Sul). Em paralelo, a indicação destas substâncias sem prescrição
médica também cresceu de forma acentuada.
Se os atuais medicamentos existentes no
mercado não são mais capazes de conter o avanço de infecções, alerta a OMS, o
mundo caminha para a era pós-antibiótico, na qual será necessário desenvolver
novas opções de tratamento.
A questão torna-se ainda mais delicada
quando as infecções causadas por superbactérias, associadas a doenças como
tuberculose, matam mais de 8,2 milhões de pessoas.
De acordo com projeções do Instituto de
pesquisas Rand Europe e da empresa de consultoria KPMG, as mortes anuais
relacionadas a casos de doenças provocadas por bactérias resistentes a
antibióticos poderão chegar em 2050 a 4,7 milhões na Ásia, 4,1 milhões na
África e 392 mil na América Latina.
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William,
ResponderExcluir"O verdadeiro tratamento" para a saúde do homem ,
tem que ser o de estimular o sistema imunológico e não combate-lo
Neste sentido os antibióticos estão na contra-mão e serão cada vez mais ineficazes .
abs
Kiko