sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Ânsia pelo fim do mundo

Teorias que aproximam o homem do seu próprio aniquilamento.

O grande despertar do segundo advento, um movimento religioso conduzido pelo pregador batista William Miller entre 1831 e 1844, anunciava o fim do mundo através do fogo para o dia 22 de outubro de 1844. Nesta a crença, a data ficaria marcada pela segunda passagem de Jesus Cristo pela Terra. Ele salvaria os fieis reunidos na meia-noite daquela data, fazendo-os acordar em um mundo de justiça divina e plenitude.
Milhares de pessoas acreditaram na profecia de Miller, e o amanhecer comum do dia 22 de outubro daquele ano fez com que a data ficasse marcada como ‘O grande desapontamento’. Na época muitos cristãos foram convencidos. Editores de jornais aproveitavam-se da crença das pessoas para promoverem textos apocalípticos sensacionalistas, o que aumentou a dimensão de alcance da história.
Em um artigo de jornal de 1983, que se encontra no Museu de Fenimore, em Nova Iorque, é possível perceber uma chamada para a resignação em decorrência do fim do mundo. “Leitor, você ouviu esse espantoso ‘grito’? O último ‘clamor da meia-noite’, que tão de repente despertou as virgens que estavam adormecidas em seus sonos durante a tardante visão?”.
A chamada continua: “Você ouviu enquanto ele era trazido pelas asas dos ventos para todos os cantos da Terra e despertou-os simultaneamente de seus sonos, eletrificando-os com seu apelo cintilante? Caso não tenha escutado, é a hora de despertar do sono profundo e seguir estas solenes linhas. O grito tem ido adiante e o Senhor, cujos caminhos são a eternidade, está vindo em julgamento!”.
O artigo faz menção a um versículo presente no livro de Mateus, capítulo 26:5-6, que faz referência à vinda de um ‘noivo’: “O noivo demorou a chegar, e todas as virgens ficaram com sono e adormeceram. Mas à meia-noite, ouviu-se um grito: ‘O noivo se aproxima! Saiam para adorá-lo!’ ”. O grito da meia-noite era um dos principais sinais do fim do mundo que giravam em torno do chamado de Miller.
A crença no fim do mundo pregada por Miller também tinha como base cálculos matemáticos sobre dados revelados no Livro do profeta Daniel, no Antigo Testamento, que diz no capítulo 8:14 que “Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado”. Devido a uma crença popular da época, o planeta Terra era visto como o próprio Santuário.
Trombetas do apocalipse retiradas de um cartaz ilustrativo sobre o fim do mundo em 1844

Miller subtraiu o número 2300, número entregue por Daniel em seu Livro, de 457, devido à chegada de Esdras à Jerusalém para a reconstrução do templo sagrado em 457 a.C. Feitos os devidos cálculos, ele chegou à conclusão de que Jesus voltaria a Terra em 1844.
Tamanha decepção se deu principalmente pelo fato de que milhares de pessoas haviam abandonado tudo para aguardar o fim do mundo naquele 22 de outubro. Fazendeiros deixaram suas fazendas, comerciantes fecharam suas lojas e algumas pessoas simplesmente jogaram seu dinheiro fora. Quando Jesus não apareceu, veio o grande desapontamento.
Apesar de muitos dos presentes terem perdido a fé depois da grande desilusão, uma parte dos fiéis resolveu estudar a Bíblia para entender o porquê do erro de cálculo. Esses estudiosos que persistiram fundaram a Igreja Adventista do Sétimo Dia, um dos movimentos religiosos de grande força dos dias atuais. Mais tarde, a fundação dessa igreja seria interpretada como a segunda vinda de Cristo à Terra.
Uma das teorias apocalípticas mais recentes a ganharem o mundo foi a de 2012. O fenômeno 2012, como é conhecido, marca a junção de uma série de crenças que afirmavam que o mundo passaria por um período de extrema turbulência no ano de 2012, o que poderia levar ao aniquilamento total da humanidade, ou simplesmente a uma purificação total dos seres humanos. Um filme foi lançado em 2009 contendo a temática. Nele são exibidos seqüências de desastres
 
Imagem retirada do filme 2012, que traz o fim do mundo baseado em desastres naturais.
Comente este artigo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário