domingo, 27 de setembro de 2015

Política não é para os cães, e, sim, para lobos!


Os lobos da política demonstram, mais uma vez, que fazer barulho sem ação efetiva não intimida a alcateia que se locupleta à custa do poder.


Num momento em que o país paga a conta de anos de ingerências políticas e de falta de planejamento de Estado de longo prazo, o governo federal prepara uma reforma administrativa pautada por duas diretrizes, no mínimo, contraditórias entre si: redução de gastos da máquina pública e ganho de governabilidade pelo toma-lá-dá-cá com sua base alugada.
No caso da redução de gastos da máquina pública, a iniciativa é louvável: há muito jabuti para pouca árvore nessa mata lulopetista-temerista. Além disso, a conta de equilíbrio entre receitas e despesas públicas precisa fechar sem oprimir a população e as empresas com aumento de carga tributária.
Porém, o ponto da discórdia que serviu de causa essencial para os principais escândalos da Administração Pública nos últimos anos, que é a negociação de cargos e feudos com partidos aliados, volta à tona com a reforma ministerial que está sendo arquitetada por Dilma e seus assessores diretos: fala-se em reforçar a presença de aliados-chave no governo, como o PMDB e o PSD, com a entrega de pastas consideradas estratégicas por quaisquer governos, tais são os casos das áreas da saúde e da infraestrutura.
E quem ganha com essa reforma que está sendo costurada a toque de caixa para manter a Dilma e o projeto lulopetista de perpetuação no poder? A princípio, somente os jabutis, os políticos e os partidos que farão parte de mais um retrocesso patrimonialista da máquina pública.
E quem perde? A sociedade, as famílias, as empresas e o Brasil, que veem um Estado em crise e sem direcionamento de longo prazo à custa de interesses de poucos.
À luz do exposto, só restam duas atitudes neste momento por que passa nosso país: cautela e preocupação. Cautela, pois a instabilidade político-econômica atual nos impede de projetarmos cenários estratégicos sustentáveis, o que demanda uma certa contemporização das ações e estudo das variáveis ambientais.
 E preocupação, pois os lobos da política demonstram, mais uma vez, que fazer barulho sem ação efetiva não intimida a alcateia que se locupleta à custa do poder.
Fazer barulho somente procrastina a esperança de um país melhor e fortalece a capacidade de adaptação e de agrupamento dos que vivem de escândalos, fisiologismos e corporativismos.
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