sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Há quem escuta e não ouve a voz do próprio coração



O atual momento histórico sugere uma profunda reflexão em torno da realidade existencial da humanidade nos dias que correm. Dificuldades temporais e passageiras de toda ordem invadiram a face escura do planeta formoso grassando como erva daninha por toda parte.

Dúbio e frágil o pensamento arrimado na invigilância e na falta de oração tem permitido o avanço avassalador desta imensa onda de pessimismo, de descrença, de dúvidas e incertezas que se abateu impiedosamente sobre a grande maioria dos navegantes desta nossa nave evolutiva. A ausência de sensibilidade no coração da humanidade afugentou a energia transformadora do amor que educa, liberta e redime.

Ante o comando da intemperança, da incompreensão, da insensatez, da descrença e da extrema violência urge uma retomada de posição por parte dos homens e mulheres de boa vontade que povoam este orbe de prova e expiação.  O nosso é o dever pessoal e coletivo de transformá-lo para fazer dele uma estância melhor onde deve imperar o equilíbrio, a serenidade e a paz.

Para tanto é indispensável que entendamos que o pensamento humano que é livre como o vento, livre como os pássaros, livre como a garça voando no arrebol é a fonte geradora de tudo que existe.  É no pensamento que tudo se inicia. Sua força, se criativa concede a cada indivíduo o poder de esculpir seu próprio destino. Altaneiro e soberano, ele escolhe o caminho que deseja percorrer e traça a senda de sua própria trajetória na caminhada evolutiva demandando o país da luz.

Ao assumir o comando de sua individualidade o indivíduo ultrapassa os estreitos limites de seu horizonte interior e depara suas próprias sombras consciente de que elas devem ser dissipadas com o esforço pessoal para que sua luz possa brilhar intensamente. Percebe que é muito mais importante cuidar de disciplinar o próprio pensamento e vigiar as palavras articuladas que o materializa do que monitorar e emitir juízo de valor sob a conduta do semelhante.

Reconhece que a superior orientação recomenda não julgar a ninguém. E na linha deste entendimento descobre que educar a mente e ensiná-la a pensar corretamente é tarefa pessoal e inadiável de quem deseja ampliar o seu olhar existencial. Resta comprovado claramente que é pessoal e indelegável o compromisso de cada criatura assumir o comando de sua própria individualidade e cuidar de seu processo de autoeducação.

Vem a lume o indelegável compromisso individual, direto e intransferível de cada um cuidar de bem administra esta fantástica trilogia que traça o caminho a ser seguido no processo da autoeducação que nos conduzirá ao porto seguro da verdade que liberta: Pensamento, Palavra e Ação.

Em Sinal Verde, a pequena grande obra psicografada pelas generosas mãos de Francisco Cândido Xavier, o espírito André Luiz no capítulo denominado Ver e Ouvir, traz segura orientação que enriquece sobremaneira o nosso aprendizado na caminhada evolutiva.

Diz textualmente o benfeitor da humanidade:

“A visão e audição devem ser educadas, tanto quanto as palavras e as maneiras.”

Em visita ao lar de alguém, aprendamos a agradecer o carinho do acolhimento sem nos determos em possíveis desarranjos do ambiente.

Se ouvirmos alguma frase imperfeitamente burilada na voz de pessoa amiga, apreciemos a intenção e o sentimento, na elevação em que se articula sem anotar lhe o desalinho gramatical.

Veja com bondade e ouça com lógica.

Saibamos ver os quadros que nos cercam, sejam eles quais forem sem sombra de malícia a tisnar-nos o pensamento.

Registrando anedotas inconvenientes, em torno de acontecimentos e pessoas, tenhamos suficiente coragem de acomodá-las no arquivo do silêncio.

Toda impressão negativa ou maldosa que se transmite aos amigos, em forma de confidência, é o mesmo que propinar lhes veneno através dos ouvidos.

“Em qualquer circunstância, é preciso não esquecer que podemos ver e ouvir para compreender e auxiliar.”

Estejamos conscientes de que o nosso é o dever indeclinável de amar e de servir incondicionalmente se efetivamente anelamos alçar voos mais altos nas “asas do amor e da sabedoria”.

Ama, trabalha, serve, espera, aceita, perdoa e agradece.


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