quinta-feira, 30 de julho de 2015

Inflação muda o hábito das pessoas

A alta significativa dos preços de produtos e serviços, nos últimos seis meses, foi percebida por 81% de pessoas entrevistadas pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp). O fenômeno fez ainda que esse público mudasse os hábitos de consumo.
 O estudo foi realizado nacionalmente entre os dias 12 e 26 de maio de 2015, com 1,2 mil pessoas. Dentre os itens que mais sofreram variações de preço no último ano, alimentação e bebidas foram citadas por 87% dos entrevistados, seguidas por energia elétrica, gás e água (59%) e por habitação (33%).
Com o impacto dos aumentos, a maioria dos consumidores decidiu trocar produtos com os quais estavam acostumados por marcas mais baratas (51%) e produtos mais baratos (42%). Refeições fora de casa foram reduzidas (27%), assim como o uso de serviços pessoais (12%). Cinco por cento dos entrevistados trocaram o meio de transporte que utilizavam.
De acordo com a pesquisa, a elevação das tarifas de energia elétrica também foi sentida pelas famílias, que reduziram o consumo, assim como a utilização de eletrodomésticos, por exemplo, para driblar as contas.
O estudo, de acordo com a Agência Indusnet Fiesp, apontou também que a combinação do aumento dos preços, alta de juros e a percepção de que os salários não acompanharam a inflação influenciou negativamente na intenção das famílias em contrair novas dívidas, o que afeta diretamente o poder de compra.
Como nesse ano o aumento da energia elétrica foi alto (de janeiro a maio o consumidor passou a pagar, em média, 41,9% a mais, segundo dados do IBGE), questionou-se qual foi a reação gerada por esse aumento. Para a maioria dos entrevistados (61%), a reação foi reduzir o consumo; já 19% dos entrevistados declararam que mantiveram o mesmo consumo.
Por outro lado, mesmo na situação do aumento de preços da energia elétrica, 14% dos entrevistados afirmaram que aumentaram o consumo e 3% dos entrevistados declararam que não sentiram o aumento.
Observando o impacto no consumo de outros produtos, o aumento do preço da energia elétrica fez com que 37% dos entrevistados desistissem de comprar mais um eletrodoméstico nos últimos 12 meses. Já 10% dos entrevistados compraram eletrodoméstico mais econômico e 2% trocaram o aquecimento da água de energia elétrica para outras energias.
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