terça-feira, 14 de julho de 2015

A doença dos mentirosos

Psicopatas, hiperativos e ansiosos podem abusar das mentiras. Solução para abusos pode estar na religião e nos medicamentos. Nem todos são Pinóquios, os mentirosos com deficiência moral, caracterizados como indivíduos “frios”, são perigosos.
Como disse o escritor Machado de Assis: “A mentira é muita vezes tão involuntária como a respiração”.
 Convenhamos, isso sim é uma verdade! Mesmo no mundo extremamente moralista em que vivemos hoje, todos sabemos que a mentira é algo comum do dia a dia. Quando se fala de mentira, o olhar de repulsa toma conta de quem ouve a palavra, mas que jogue, então, a primeira pedra quem nunca disse pelo menos uma mentirinha, por mais boba que ela pareça!
A questão em si não é afirmar a normalidade que o ser humano tem em mentir. E sim deixar claro quando essas pequenas mentiras se tornam grandes e podem afetar a vida de seus praticantes. A pergunta chave é: “Até quando mentir é comum?”.
O estudante Lucas de Alvarenga Santos Freire, 18, diz que começou a mentir para os outros quando ainda era criança. Segundo o rapaz, ele começou a mentir porque seus colegas possuíam coisas que ele não tinha condições de ter devido sua classe social. E a mentira o fazia sentir melhor: “Me sentia satisfeito. Depois de um tempo, começou a virar prazer, sentia prazer em enganar o outro”. Lucas também conta que as mentiras se confrontavam, pois as contava de maneira diferente para cada amigo, e que por causa dessas brechas tinha que “sair de cena”.
Após procurar uma terapia de grupo, o jovem sente-se curado e diz que se arrepende das coisas que fez. Lucas também aconselha as pessoas que mentem para que sejam elas mesmas e para que não se achem menosprezadas pelas palavras dos outros. “Por não aceitar o que eu era, por não dar valor naquilo (ele mesmo), sofri com as consequências. Você não precisa ter o status e nem a grana, só precisa de amor e isso você pode ter sem mentir”, afirma.
O psiquiatra Marcelo Caixeta explica que a mentira compulsiva, ou mitomania, pode ser identificada após os sete anos, quando a criança já consegue distinguir o fictício do real. Esse estado crônico é comumente encontrado em pessoas que possuem um ego muito forte, hiperativas, obsessivas, ansiosas e depressivas. O psiquiatra ainda afirma que até mesmo certos fatores psicológicos familiares podem interferir na capacidade de mentir de um indivíduo.
Marcelo cita famílias que tenham desvio moral, como, por exemplo, pais que incentivem os filhos a se aproveitar dos outros e que tenham uma vida emocional “ventilada”, no qual o dia a dia é tão corrido que não há tempo para se envolverem emocionalmente.
Segundo Marcelo, a mitomania pode ser também provocada por condições patológicas, como na bipolaridade, na doença epilética e na doença paranoica: “Nestas circunstâncias, os indivíduos são ‘cabeçudos’, ‘teimosos’ demais, e aí o que se passa em sua mente, para eles, passa a ser a verdade”.
PSICOPATAS
Outros estados patológicos, que são propensos a sofrer de mitomania, são pessoas que sofrem de transtorno de temperamento hipertímico e transtorno de personalidade antissocial, a famosa psicopatia. “Na hiperatividade, na personalidade antissocial, o indivíduo tem uma vontade muito forte, uma energia muito grande, isto associado com uma deficiência moral torna o indivíduo ‘frio’. E este indivíduo pode mentir para satisfazer seus desejos, sem preocupação pelo bem-estar ou pelas dores infligidas ao outro”, relata o profissional.
O psiquiatra cita alguns métodos de tratamento para esses mitômanos: vivência moral religiosa; procura de grupos de autoajuda, onde os participantes confessam suas mentiras e falam sobre suas causas e consequências; psicofamacoterapia, para doenças patológicas, e um melhor convívio familiar. “A família mostra os prejuízos que o mitômano está causando aos que ama, na tentativa de despertar remorso pelos entes amados e, com isto, consciência moral”, aconselha Marcelo.
Pesquisa revela que mulheres mentem mais do que homens ao flertar

Uma pesquisa feita com 2.300 usuários de um site de relacionamentos revelou que mais da metade de homens e mulheres mentem durante suas paqueras. Ainda que as estatísticas de ambos os gêneros passem de 50%, a pesquisa mostrou que as mulheres mentem mais que os homens na hora de flertar.
Na pesquisa foi revelado que 64% das mulheres entrevistadas já mentiram durante sua paquera. A estatística para os homens cai para 51%. Porém, o consultor de relacionamentos do site, Frederico Mattos, afirma que 82% das mulheres disseram ter descoberto mentiras contadas por seus correspondentes.
FRAGILIDADES
O consultor ainda explicou a diferença das mentiras contadas pelos homens e pelas mulheres. Segundo Mattos, as mulheres mentem mais para esconder suas fragilidades emocionais enquanto os homens tentam ocultar suas negligências amorosas. O consultor ainda fala que as mentiras vêm com a necessidade de agradar e as expectativas do parceiro, ou seja, quanto mais irreal a situação fica, maior é a vontade de mentir. Ainda que essas mentiras existam, 75% das mulheres respondem que perdoariam seus pretendentes. Nos homens, esse número cai para 55%. Dentre as mentiras referentes à pesquisa, a mais desaprovada pelas mulheres foi “Não estou saindo com ninguém. Só você!” com 53% dos votos, enquanto a dos homens foi “Ele é só meu amigo” com 36%.
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