A doença ou o mal que atinge a parte ou o todo possui a função
primordial de mostrar os aspectos mais profundos arraigados às convicções de
uma pessoa.
A cura ocorre quando há um reconhecimento essencial de si. É próprio da
consciência que rege as direções emocionais; quando aceitamos o “eu sou” falho,
a consciência de si e a capacidade de cura inerente à todo o ser humano, brota.
Um simples friso na testa é um preâmbulo ou sinopse da vida de alguém.
Um suspiro fala por si só...
O cheiro, um tom de voz, um nariz sempre entupido ou a pressão arterial
descontrolada às vezes para baixo outras para cima, as pernas com problemas, a
coluna vertebral, os órgãos internos que não dão conta pelos hábitos
alimentares que sabemos estar errados etc...
Tudo mas tudo isso é histórico de navegação...
O que me preocupa é o aspecto da certeza do merecimento da doença como
meio de auto punição. A auto condenação, por erros vivenciais são aspectos
amarrados a si ; limita, por questões emocionais, a consciência e o direito de
se fazer novamente o que precisa ser consertado.
Um amigo, viajava muito na região árida do sertão nordestino em época de
seca. Longe de tudo e assombrado pelas histórias locais de saques a viajantes
nunca parou na estrada sequer para fazer xixi.
Numa ocasião já ao final de tarde vinha ele em velocidade um pouco acima
da média quando um cão apareceu do nada cruzando de um lado ao outro da pista
subitamente freou, mas, infelizmente não adiantou muito. Assustado foi embora,
mas, ao ir percebeu que o cão ainda estava com vida. Não voltou. Durante meses
ele teve todo o tipo de pesadelo com o cão e estava arrependido por não ter
voltado para salvar o animal e uma depressão tomou conta ele.
Tentou vário tipos de tratamento alopáticos, e alternativos, buscou a
cura a todo preço buscando sair da condição depressiva. Foi quando, numa tarde
de verão, comprando sorvete, ouviu uma grande freada e um grito de cão que o
fez estremecer lembrando-o imediatamente do seu fato em particular.
O cão muitíssimo machucado gritava muito e ele imediatamente viu ali uma
oportunidade de refazer o que não havia feito, então juntou o cão e nos braços
o levou para sua casa, comprou remédios, deu de comer e beber na boca do cão
que mal podia mastigar e num contexto de dois meses em razão da melhora e pela
sua atitude ele curou não só o cão, mas, também a sua depressão sentindo-se
quite com a sua pesada dívida interna, livrando-se do sentimento de culpa e
arrependimento, retomando assim a sua vida com normalidade e encontrando a sua
felicidade novamente.
Penso que todo o sentimento mal resolvido pode ser resolvido, se você
sabe o que te deixa infeliz, mas, trata apenas os males da conseqüência desse
sentimento então está na hora de dar um pouco mais de atenção ao sentimento
primeiro, assim quem sabe seja possível a cura num aspecto mais amplo.
Uma tomada de consciência maior, uma profunda mudança nos velhos hábitos
emocionais e uma mudança de perspectiva sobre si podem fazer milagres na vida
humana.
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