terça-feira, 16 de junho de 2015

Por que não te calas?

Endividamento das famílias é o maior em dez anos. Os brasileiros comprometeram com dívidas quase a metade do que ganharam nos últimos 12 meses. Foi o que anunciou o Banco Central, com jeito de reprimenda. Esperavam o que com a explosão da inflação, o aumento do desemprego, o achatamento salarial e o aumento generalizado no custo de vida? Ano passado - e nos anteriores - o governo federal incentivou o consumo, criou condições irreais de crédito, bancou a farra consumista, garantiu que a economia do país estava a salvo da crise mundial - e não só.
Segurou os juros, semeou a ideia de que o Brasil nadava em dinheiro, enquanto outras nações se debatiam com adversidades financeiras, gerou a ilusão de que nada abalaria "a sólida e intocável cena econômica nacional". Foi uma irresponsabilidade. Um dos maiores e mais graves engodos praticados contra a sociedade. Tudo para vencer a eleição e continuar no poder.
 Esconderam a verdade da opinião pública, maquiaram as contas, pintaram a situação do Brasil com as cores do arco-íris, éramos o país das maravilhas. "Comprem que a Dilma garante." E quando alguém ousava contestar, argumentando que estavam enganando a população, era taxado de pessimista, ignorante, oposicionista raivoso e outros adjetivos inclusive pejorativos. Na época, embora sabendo que a penúria financeira bateria à porta da nação, o Banco Central não fez nenhum alerta, ficou de boca fechada, fez cara de paisagem. Agora que o caldo entornou, a fonte secou e a sujeira vazou, querem culpar a sociedade e insinuar que somos imprevidentes, perdulários e caloteiros? É muita cara de pau.
 Aliás, semana passada, em Bruxelas, a impetuosa e destemida presidente Dilma Rousseff, durante entrevista, tornou a incentivar o povão a continuar comprando e gastando. Com que dinheiro, ilustre presidente? Deixando de quitar a estratosférica conta de energia elétrica, o IPTU e toda a carga amazônica de taxas e impostos que recaem sobre as já frágeis costas do povo brasileiro?
O povo está falido, presidente. O Brasil está falido. A senhora, dona Dilma, em nome da reeleição, deu um tiro de misericórdia na boa-fé das pessoas, deixou-as de bolsos vazios e encalacradas. Assuma a sua culpa, por favor. A senhora e o Banco Central.
Prato frio
Plenário da Câmara dos Deputados retoma hoje as votações da reforma política, mais conhecida por "cala-boca". Na pauta: fidelidade partidária, cotas para mulheres nas eleições, data de posse de prefeitos e vereadores, federação partidária e projetos de iniciativa popular. A regulamentação de pontos da reforma poderá ser votada em julho.
Fetter
Previsto para o dia 4 de julho, às 11h, o descerramento da foto de Adolfo Fetter Júnior na Galeria dos Ex-prefeitos, no Salão Nobre da prefeitura. O evento integra a programação oficial da Semana de Pelotas. Também será inaugurada exposição no Memorial dos Prefeitos. O mandato de Fetter se encerrou há dois anos e meio. É o único prefeito pelotense da era contemporânea ainda sem a devida homenagem no Paço.
Pacto
O pacto federativo é tema de debate amanhã em Brasília. O encontro reunirá prefeitos e os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), e Renan Calheiros, do Senado (PMDB). Gestores municipais querem rediscutir a divisão dos recursos entre os governos estaduais, municipais e o federal. Sem mudança, os municípios irão à falência.
Alerta
Gaúcho Luiz Edson Fachin toma posse hoje como ministro do Supremo Tribunal Federal e já deu o ar da graça. Afirmou - talvez com segundas e terceiras intenções - que a delação premiada não pode ser tratada como prova única. Mas quem disse o contrário? A declaração soa como premeditada, insinuando que ele tem lado definido.
Ovo da serpente
Enquanto o PT se obriga a engolir o PMDB em nome da suposta "governabilidade" da administração Dilma Rousseff, o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) deita e rola - de rir. E tripudia. Defende o fim da aliança e diz: as duas legendas hoje têm mais "divergências que convergências". Cunha não deve ser subestimado...
Polêmica
Tribunal de Contas da União está dividido em relação à aprovação das contas da gestão de 2014 da presidente Dilma Rousseff. Há controvérsias. E nós. Muitos nós intrincados. E indícios de "pedaladas fiscais" avaliadas em R$ 37 bilhões. A previsão é de empate em 4 a 4 na votação de amanhã. Se a tendência for mantida, o presidente do Tribunal Aroldo Cedraz decide a parada. Para o bem ou para o mal.


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