segunda-feira, 22 de junho de 2015

Menos intenção de consumir

Pesquisa verificou o que o comércio e a população já sabem: metade das famílias brasileiras está consumindo menos do que no ano passado. Os dados são do levantamento feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). De acordo com a pesquisa Intenção do Consumo das Famílias (ICF), recém-divulgada, 49,1% dos 18 mil entrevistados disseram que seu nível de consumo em junho de 2015 foi menor que o de junho de 2014. Em maio, o percentual era 46,8%.
Segundo o levantamento nacional, contudo, a Intenção de Consumo das Famílias caiu 23,8% em relação a junho do ano passado. Na comparação com maio deste ano, a queda chegou a 4,8%. A retração na intenção de consumo manteve o indicador abaixo de 100 pontos, patamar a partir do qual a CNC considera “zona negativa”. Em junho, a pontuação foi 91,7.
Entre os sete indicadores que compõem o índice, quatro estão na zona negativa: momento para duráveis (35,3 pontos), nível de consumo atual (70,3), perspectiva de consumo (83) e compra a prazo (91,4). A melhor pontuação é no emprego atual (115,2 pontos), seguida pela renda atual (109,3) e pela perspectiva profissional (107,6).
Em relação ao ano passado, a pontuação do indicador de compra de bens duráveis, como veículos, caiu 38,4%. Na opinião de 62,9% das famílias consultadas, o momento não é favorável para a compra desses bens. O indicador sobre as perspectivas de consumo caiu 34%, e a compra a prazo, 29%.
Todos os sete indicadores estão mais baixos do que os registrados no ano passado e em maio deste ano. A menor queda interanual foi registrada na perspectiva profissional, com 9,3%.
Na comparação com o ano passado, as famílias que ganham mais de dez salários mínimos tiveram quedas maiores na pesquisa ICF (-26,2%) do que o grupo com menor renda (-23,4%). Na comparação com maio, no entanto, a queda no índice das famílias que ganham menos de dez salários mínimos foi 5,1%. Para as mais bem remuneradas, o recuo foi 3,6%.
Os resultados negativos da pesquisa e a identificação de uma tendência de encarecimento do crédito levaram a CNC a revisar para baixo sua expectativa para o volume de vendas do varejo restrito em 2015, aumentando a projeção de queda de 0,4% para 1,1%.
A Região Sudeste teve a mais intensa queda na Intenção de Consumo das Famílias em junho na comparação com o ano passado. Enquanto a queda nacional chegou a 23,8%, no Sudeste, a retração ficou em 29,9%. O indicador nacional chegou a 91,7 pontos, no Sudeste, atingiu 79,9. Nenhuma outra região brasileira está abaixo de 90 pontos. O Nordeste (109,5) e o Centro-Oeste (100,7) são as únicas com resultados considerados na “zona positiva”, por estarem acima de 100 pontos.
O Sul teve queda de 20,9% na comparação com o ano passado e chegou a 96 pontos, e o Norte, de 20,6%, que o levou a 94,9 pontos. Apesar de continuar na zona positiva, o Nordeste caiu 18,9%, e o Centro-Oeste, 15%.
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