quarta-feira, 1 de abril de 2015

Projeto de Nação

O Brasil está sendo devastado por uma crise sem precedentes, de caráter político, econômico e ético. O único aspecto positivo deste momento catastrófico é que, diferente de outros países, temos instituições sólidas em pleno funcionamento e esperamos que assim continuem.

As soluções passam, certamente, por um Judiciário capaz de obedecer apenas aos ditames da lei, por um Legislativo com políticos sérios e éticos e por um Executivo que não seja um balcão de negócios, mas dotado de capacidade gerencial e política de liderar o País nos caminhos do desenvolvimento, capaz de produzir qualidade de vida para toda a população.
Devemos primar por muita transparência. E a oposição, à qual pertenço por delegação dos eleitores de Goiás, tem o dever de ouvir as vozes das ruas e de interpretá-las o mais fielmente possível, transformando-as em ações políticas.
Desde junho de 2013, a população está dando o seu recado à classe política e aos dirigentes do País. Há uma semana uma revista de circulação nacional, estampava em sua capa a manchete: O caldeirão social está fervendo. E prosseguia: “Militantes se enfrentando nas ruas, rodovias paralisadas, professores e metalúrgicos em greve, população revoltada com o aumento do custo de vida e desencantada com um governo cada vez mais frágil colocam o País em ebulição.” Por fim, perguntava: “Aonde vamos parar?”
Internacionalmente, a revista The Economist traz uma capa em que se diz: “O atoleiro do Brasil.”

Isso é o que o povo está sentindo: inflação alta, crescimento zero ou negativo, falta de credibilidade internacional (a ponto de o País ser colocado, dentre os países emergentes, em último lugar na perspectiva de crescimento), desvalorização do real, produção industrial em baixa. E segue-se a lista.
Novamente, a população brasileira está nas ruas. A força demonstrada nas manifestações vem da experiência no dia a dia, em uma sociedade desigual, adversa, que, embora tenha crescido muito, ainda tem índices de desenvolvimento humano baixíssimos em seus bolsões de miséria.

Diante do quadro caótico em que se encontra o País, aquilo que se pede nas ruas são mudanças no conceito da administração pública, na aplicação das leis, no respeito à cidadania brasileira, no fazer justiça, na corrupção que corrói os impostos que pagamos, na falta de ética. O que se quer é a construção de um Brasil novo.

Entendo que os parlamentares estão convictos de que a sociedade está querendo respostas rápidas e objetivas. Temos que ser proativos em criar as condições e os canais pelos quais o cidadão seja coautor e parceiro na elaboração das pautas, dos projetos, que vão ao encontro de suas reais necessidades e de seu projeto de nação.

O professor de Direito Público, José Nilo de Castro, foi muito feliz ao dizer, sobre os paradigmas da democracia neste início de século 21: “Administrar de perto é a máxima hoje, administrar com participação, pela força da sociedade civil, que hoje é o terceiro poder.”

Não há brasileiro que, hoje, não reconheça que o País está no limite de suas forças e do funcionamento de suas instituições, de suas maiores empresas e, até, do seu tecido social.

Na pátria do movimento das “Diretas já”, o Congresso tem, imperativamente, de assumir suas relevantes prerrogativas em resposta às ruas. Cumpre-lhe liderar um processo de construção institucional que, dentre outros fatores, gere instrumentos inibidores dessa lamentável situação de corrupção a que assistimos neste momento. Vamos juntos caminhar na construção de um projeto de Nação que todos queremos e almejamos.

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