sábado, 28 de fevereiro de 2015

O dia em que desligarmos a TV

Vai parecer um contrassenso nos tempos atuais, mas o ato de podermos transmitir e obter virtudes positivas e pacíficas aos nossos filhos, certamente seria um motivo de orgulho a todos os pais. Certamente reconhecemos que de uns tempos para cá, a TV tem trazido preocupações nas liberdades de expressão, nos temas apresentados, com raras exceções.

Quem de nós não gostaria de transmitir aos filhos, já na faixa dos 5 aos 15 anos, expressões como “Há esperança para um mundo melhor se cada um fizer bem a sua parte” e outras. Apesar da liberdade da internet e celulares (onde não podemos interferir ou proibir nossos filhos adolescentes de usarem individualmente, por vezes fechados e individualizados), analisamos programas como BBB, novelas irreverentes e outros em que aleatoriamente muitos pais compartilham com seus filhos como se fossem adultos.

Mesmo pensando que esteja exagerando, se tivéssemos o poder e a dedicação de mantermos a TV afastada e inoperante por alguns dias, certamente, a princípio, eles sentiriam revolta e indignação, principalmente nos primeiros dias. Sabemos que o mundo atualmente está de “ponta cabeça”, onde “tudo pode” com punições evasivas e eventuais.

Esta é uma atitude que exige coragem e determinação por parte dos pais que possuem crianças nesta faixa etária, mas certamente iríamos perceber que aumentariam os diálogos entre as famílias e, certamente, a troca de informações com aqueles de nosso convívio. Espontaneamente, cada indivíduo estaria, de acordo com sua faixa etária, desenvolvendo atividades com muita criatividade, de tal forma que surpreenderiam seus próprios pais, tornando-os orgulhosos e confiantes nas suas potencialidades futuras.

Certamente, manter desligada a TV, principalmente em alguns programas absurdos como os citados e outros extremamente arrogantes e meramente comerciais, seria um ato de muita coragem, porém gratificantes. Com este tipo de atitude, os jovens surpreenderiam aos seus pais e até avós, executando outros tipos de atividades especialmente após as refeições, praticando atividades que ajudariam na proteção do seu desenvolvimento psicológico, isolando o sedentarismo, hoje responsável pela existência de doenças causadas pela falta de diversificadas mobilidades corporais. Isso é muito comum em adolescentes que passam a maior parte dos dias sentados ou em frente a uma TV ou do computador.

Sabemos que a televisão tornou-se tão difundida que as pessoas ligam por reflexo, imediatamente ao entrar em casa. É como acender a luz ou verificar a caixa do correio. Instintivamente, podemos dizer, como exemplo, a TV fica ligada um número absurdo de horas por dia, que não estamos assistindo tanto assim, apenas ficando como de ruído de fundo. Fazendo uma comparação, seria como um fumante que diz: “Na verdade, eu não fumo três maços de cigarro por dia, só que a maior parte dos cigarros ficam apoiados no cinzeiro, e me faz fumar passivamente até a morte”. Nesta perspectiva, fica a pergunta: quando o ato de ver televisão ultrapassa a fronteira entre hábito e vício?

Há forma de descobrir: desligue-a durante uma semana e veja o que ocorre. Se necessário, grave o seu programa preferido e assista-o em alguma outra semana. “Quando perceber que a máquina de fazer loucos não está mais pensando por você, vai se descobrir pensando por si mesmo”. O pensamento que fica, na verdade, é o benefício que pode exercer, a simples atividade de excluir moderadamente o vício de permanecer com estes possíveis desvios de condutas, principalmente pensando naqueles que ainda estão conhecendo o mundo em que vivem e como irão enfrentá-lo futuramente, sem ficar dependente de hábitos discriminatórios que, muitas vezes, são transmitidos e exibidos espontaneamente, criando expectativas absurdas que acabam atingindo o crescimento e desenvolvimento individual e moral dos nossos adolescentes.



 
FaresNader Fares.

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