sábado, 21 de fevereiro de 2015

Fome de dinheiro

Sabe-se que dinheiro é apenas um símbolo para medir valores em qualquer processo de compra e venda, e que todo o dinheiro em circulação pertence ao governo central. O dinheiro é impresso e colocado em circulação, mas, aos poucos, na forma de impostos e taxas, retorna aos cofres públicos, servindo para o sustento da máquina administrativa e investimentos em benefício do povo. Até a invenção da moeda, a história conta que a comercialização se dava pelo acerto entre as partes envolvidas, na base da troca de mercadorias, de bens ou serviços.
O dinheiro, como moeda de troca, teve como base servir de marco regulador quanto ao valor do trabalho e, ainda, como base de equilíbrio entre investimentos e arrecadações. No entanto, especialmente para os setores administrativos públicos, a política partidária, especialmente, passou a exercer forte infuência e pressão sobre o financeiro, levando a gastos exagerados, promovendo desequilíbrio financeiro e, na consequência, a necessidade de fechamento dos “rombos”, gerando, com isso, emissões de mais dinheiro numa roda-viva, com aumentos de maior arrecadação, sem contar o aproveitamento do ilícito, com falcatruas e propinas, como se tem observado, que transformam os cofres públicos em verdadeiros poços sem fundo.
Diante desse descalabro, há necessidade de maior arrecadação, em que governos, de uma maneira geral, passaram a usar de artifício disponível que, mesmo embasados em lei, como acontece por exemplo, com as infrações de trânsito e outras, deixaram de ter caráter educativo e disciplinador para transformarem-se em fonte de arrecadação. A instalação de pardais, radares, lombadas eletrônicas e outros, são exemplos. Não seria mais justo a cassação da CNH ou recolhimento à cadeia ou prestação de serviços à comunidade, dependendo da infração ou do crime cometido pelo motorista?
Poderia-se, ainda, invocar o pagamento do Imposto de Renda, com utilização do item salário, que se for até um determinado valor, isento de tributação, por representar subsistência familiar e não renda, mas levado para o conjunto de cálculos, juntamente com outros ganhos, termina por oferecer mordida maior ao Leão.
Diante de tudo isso, a grande pergunta: para onde é carregada toda essa fortuna na arrecadação de multas no trânsito, levando-se em conta que nossas estradas (muitas sob domínio de pedágios e, portanto com economia para o governo) continuam com problemas, esburacadas, algumas sem acostamento, falta de sinalização, mato crescendo nas laterais etc., pelos investimentos a conta-gotas?

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