quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Freud explica o fascínio pela ditadura cubana?

É difícil de entender como tantos democratas brasileiros e latino-americanos – a totalidade de esquerda, parte se reconhece como intelectual – quase vão ao orgasmo ao falar de Cuba, a bela fazendola de Fidel Castro. 

Ninguém, entre os ferrenhos defensores desse regime foge para a ditadura da ilha, nem sonha em morar lá, mas defende o que acontece no país sem se dar conta da esquizofrenia embutida em tal postura.
Aliás, a questão do êxodo é ponto crucial: desde janeiro de 1959, data em que os Castros se adonaram do território e começaram os fuzilamentos e prisões em massa sem qualquer julgamento civilizado centenas de milhares fugiram DA ilha e quantos fugiram PARA a ilha? Mas que diabo de paraíso é esse que ninguém deseja habitar?

Aos 16/17 anos, estágio em que a ignorância crê que sabemos tudo, é comum achar que ditadura é opção contra as mazelas que afrontam. Nesse estágio de vida só o insensível deixa de apoiar a utopia da felicidade. Mas, já adulto, após os fatos provarem que a utopia só produz mortes, tortura, prisões, carnificina é insensatez fechar olhos, ouvidos e bocas para a tragédia – daí perguntar se Freud tem resposta.

 Carl Jung não responde porque trata do sonho, não do pesadelo. Nesse sentido, do México para baixo, só a ditadura Argentina, com 33 mil mortos, foi mais carniceira do que a ditadura de Fidel/Raul com seus mais de 20 mil mortos, a maioria por fuzilamento sumário.

Aos 16/17 anos o mundo é terrível (para Fidel jovem insatisfeito é frescura burguesa, lá ele iria para campo de trabalho forçado), quem terá coragem de consertar? Assim, munidos da ultrassabedoria que Deus só dá aos adolescentes, vamos à luta. Ao parar, tossimos a poeira ao constatar que integramos boiada enquanto Fidel curte delicias de nababo em Cayo Piedra tomando leite de vacas importadas e uísque escocês. (enquanto Fidel vive como burguês o turismo sexual se expande e as adolescentes se prostituem em busca do dólar que pode reduzir a penúria do cotidiano).


Cuba é simples de entender quando a gente cresce: lá só há o Partido Comunista mandando com mão de ferro na economia, ensino, imprensa, Judiciário, sindicatos, associações e mente das pessoas. Fidel é exímio condutor de boiadas, daí porque nossos democratas baixam a cabeça e o seguem cegamente? Repito o espanto: por que tantos democratas apoiam a ditadura cubana? Não pode ser apenas complexo de boiada!

O fantástico é que se surge uma dúvida na vida do cubano (é raro, dúvida é coisa de burguês decadente) o Departamento de Orientação Revolucionária (DOR) diz, em nome de Fidel, como o camarada deve agir; estabelecendo, assim, o domínio de corpo e mente como descreve Czeslaw Milosz, polonês Nobel de Literatura que sentiu na carne o tacão dessas tiranias. 

Que o cubano seja criança grande sem alcançar a emancipação típica que faz cidadãos íntegros, não surpreende, é assim nas tiranias. O que também nos leva apelar para Sigmund Freud é o cidadão fora de Cuba se comportar como adolescente imberbe diante do que ocorre na Ilha. Mais: como o jovem travesso contestador daqui apoia quem esmaga o jovem travesso e contestador de Cuba?

A tirania impede a emancipação do ser humano, tornando-o robô, dotando-o de nano cidadania, mas no Brasil, o que gera a cegueira? O que produz a esquizofrenia de condenarmos, em dado momento, as ditaduras e, no momento seguinte defendermos a tirania cubana como faz parte da chamada esquerda brasileira e significativo numero dessa categoria que denominamos de intelectual? Cartas para a redação!
PS.: Com o fim do embargo, burrice da diplomacia Big Stick dos EE.UU (só quem ganhou foi Fidel), teremos em Cuba, assim como na Argentina e Brasil, uma Comissão da Verdade que revele as atrocidades cometidas por uma das ultimas excrescências do socialismo real (ao lado de Coréia do Norte) ainda existente no Planeta?



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