segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Rotas para expansão dos veículos elétricos e híbridos

Embora sejam mais complexos, por conta de suas características tecnológicas, os veículos híbridos estão certamente em uma fase mais madura do que os puramente elétricos, em razão da possibilidade de funcionamento parcial ou total com energia proveniente de combustíveis. Pode parecer contrassenso, visto que o objetivo é justamente a substituição dos combustíveis por fontes mais limpas e renováveis, porém o desenvolvimento dos híbridos contribui para a maturidade das baterias com relação ao tempo de recarga e da infraestrutura, para que o recarregamento não seja considerado um impeditivo para a troca de um carro convencional por um elétrico.

Os veículos híbridos estão obtendo uma considerável penetração em mercados onde os governos incentivam fortemente essas tecnologias por meio de reduções fiscais entre outros mecanismos. Mesmo no mercado nacional, onde não existe estímulo, é possível verificar acréscimo gradativo no número de modelos ofertados. Isso é resultado da necessidade de aumentar os volumes de produção para amortizar investimentos que, aliás, são altíssimos. 

Já os carros puramente elétricos ainda dependem da superação de desafios relacionados à tecnologia e à infraestrutura.
Postos de abastecimento distribuídos pelos grandes centros urbanos são fundamentais, assim como soluções para abastecimento em residências, condomínios, shoppings e empresas. Algumas tecnologias já existem, porém o investimento versus retorno ainda deve ser equacionado, para garantir o necessário retorno financeiro com pontos de abastecimento, considerando a atual baixa quantidade de veículos elétricos nas ruas e os cenários de curto, médio e longo prazos. 

Outra questão ainda a ser equacionada diz respeito às legislações de distribuição e venda de energia.
A falta de incentivos governamentais para compra, desenvolvimento e produção, a meu ver, é o principal obstáculo para a expansão dos veículos elétricos e híbridos no Brasil. Mas acredito também que a ausência de empresas automobilísticas puramente nacionais e a apresentação do álcool ou dos motores a álcool como a tecnologia ainda preferida pelo governo como solução para a diminuição da dependência do petróleo são fatores que dificultam bastante essa expansão. 

Como já exposto, tratam-se de novas tecnologias que requerem e já consumiram grandes investimentos iniciais que devem ser amortizados. No geral, os veículos elétricos e híbridos possuem preços mais altos do que os convencionais. São necessários incentivos para a compra como bônus diretos ou reduções significativas nos impostos que incidem nesses produtos. Seriam importantes também incentivos similares para a instalação de pontos de abastecimento.

Ambas as tecnologias estão em processo de consolidação, no qual as empresas ainda buscam o melhor balanço entre custo e benefício de cada componente-chave, como baterias, sistemas de controle e recarregamento e tipos de hibridização para cada nível de veículo e usuário, a fim de convencer o cliente a trocar de tecnologia na próxima compra. A evolução para uma popularização mais abrangente é notória. Considerando a grande mudança tecnológica e de mentalidade do consumidor comum, o avanço observado até o momento é rápido e consistente.

Esses e outros assuntos foram discutidos no 11º Simpósio SAE Brasil de Veículos Elétricos e Híbridos, dia 11 deste, em São Paulo. Profissionais renomados da indústria, academia e governo levaram novos conteúdos ao encontro que não só contribui para o desenvolvimento da engenharia automotiva local como alavanca assuntos e discussões-chave que nos ajudarão a vencer os desafios da implementação dos veículos elétricos e híbridos no mercado brasileiro e mundial.



Comente este artigo

Nenhum comentário:

Postar um comentário