quarta-feira, 29 de outubro de 2014

De olho no aquecimento global

Estudo recente capitaneado por cientistas da Universidade British Columbia, no Canadá, apontou que centenas de espécies de peixes poderão evaporar das regiões tropicais até o final de 2050. Por quê? A resposta é simples: aquecimento global.
As mudanças climáticas, de acordo com a pesquisa, deverão fazer com que os peixes cada vez mais migrem em direção às águas do Ártico e da Antártida. Ao usar três modelos matemáticos de distribuição de espécies, o estudo, publicado na revista Ices Journal of Marine Science, examinou o impacto das mudanças climáticas na biodiversidade marinha e identificou os pontos críticos do planeta para extinção local de peixes.
Tomando por base os cenários produzidos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), os cientistas usaram os modelos para prever como 802 espécies de peixes comercialmente importantes reagiriam a um aquecimento da temperatura dos oceanos. A conclusão é de que haverá uma mudança em larga escala dos habitats dos peixes rumo aos polos.
No pior cenário, de alta emissão de carbono, no qual a temperatura dos oceanos subiria 3°C até 2100, os peixes migrariam para longe da Linha do Equador em uma taxa de 26 quilômetros por década, em média.

No cenário mais otimista possível, com baixas emissões e com um aumento de temperatura de 1°C, os peixes se moveriam para os polos na taxa média de 15 quilômetros por década. Esse padrão de deslocamento das espécies, de acordo com os autores, é semelhante ao que já foi verificado a partir de 1970.
William Cheung, um dos autores do estudo, afirmou que as regiões tropicais sofrerão alto impacto no estoque pesqueiro. "Não há lugares onde todas as espécies serão extintas. Mas em algumas áreas, até 70% delas podem desaparecer".
As áreas de alto risco de extinção, ele explica, concentram-se na região equatorial, entre os paralelos 10 norte e 10 sul. "Nessa faixa, cerca de 260 espécies seriam localmente extintas no pior cenário", disse Cheung. Se o estudo identificou os trópicos como áreas com grande perigo de extinção de peixes, por outro lado, o Ártico e a Antártida foram indicados como pontos de alto risco de invasão biológica. "A invasão de espécies será cada vez maior nos polos. Ainda assim, o número de espécies novas nessas áreas não será tão grande como o de extintas na região equatorial."
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