sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Sobre a sociedade de fato e o fato de ser social

Vivemos em um chamado Estado de Direito, também reconhecido pelo título de Estado de Bem Estar Social no qual é soberana a ideia de uma nação. E nessa composição há o tal contrato social que todos firmam para constituir uma pátria regulada por leis, com imposição de deveres e garantia de direitos. Dentro os primordiais: a liberdade, em suas mais diversas formas, tal como de crença, sexualidade, cultura, política, e a de ir e vir. 
Ocorre que essa tal nação brasileira, que gosta sempre de vender uma boa imagem de gente carismática, receptiva, calorosa, solidária, amável e respeitadora chegou a um tal estado em que as liberdades se esbarram a todo momento, e os limites do convívio social geram todos os dias conflitos em suas formas mais repudiantes e toscas.
A liberdade pela qual tanto se lutou, e que tanto se quer como garantia expressa, não só no preâmbulo constitucional, já não é tratada como primordial. E com isso a sociedade beira o caos. Pois a barbárie social tem princípio fundado na violência ao próximo.
Hoje em dia vê-se claramente o repúdio a liberdade alheia. Todos querem ser livres, mas poucos respeitam os limites garantidos ao outro.   
Expressão disso é o racismo e o preconceito infundado. Expressos através da violência que é recorrente contra a mulher, o negro, o gay, o índio, o pobre ou mesmo aquele proveniente de outras regiões do País. 
Matar ou violentar alguém por quem tem certo atributo pessoal, além de crime, é desrespeito e violação expressa à garantia da liberdade. 
Por isso, vale sempre lembrar que, para viver na tal dita sociedade moderna brasileira todos têm que assinar o seu contrato social para com o Estado de Direito, e ninguém, que não ele possui a legitimidade sobre a Justiça.
O bem-estar de uma sociedade com limites impostos pela liberdade conserva-se e desenvolve. Já uma sociedade em que o ataque gratuito às liberdades individuais é sempre notícia de jornais, se destrói e beira a visão de inferno na terra. Sim, falo de inferno porque a religião muitas vezes é usada como arma para ataque contra o próximo. Assim como o poder econômico, a força física e as desigualdades intelectuais.
Enfim, partindo para a particularidade, sabemos que cada indivíduo é único, tem suas convicções, sua formação, sua religião e sua liberdade. Por assim ser, cabe a todos sem distinção, o respeito e a ideia de que seu espaço e suas vontades tem limites no próximo. E antes de xingar, discriminar, agredir ou matar o diferente pensemos: e se fosse você? Ou com você? Se aquela vítima da agressão motivada pelo preconceito ou pelo racismo fosse a sua pessoa ou alguém que você tanto gosta? Ela ainda teria razão de ser? Se o religioso for morto porque tem sua fé? Se o branco for discriminado porque é branco? O hétero for agredido porque gosta do sexo oposto? Se o homem sofrer violência doméstica porque é homem? 
Não poderiam ser criados mecanismos legais para a proteção desses indivíduos dentro do Estado Democrático de Direito? 
Então porque esperar mais?
Que a lei proteja o humano e não os esteriótipos sociais. Pois como é bonito ler que todos somos iguais perante a lei, mas como doí ver que alguns são mais iguais que outros. 
Comente este artigo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário