terça-feira, 30 de setembro de 2014

Enterrada viva, mulher pede por socorro uma hora após o sepultamento


Uma mulher foi enterrada viva na Grécia. Ela chegou a pedir socorro, mas morreu por sufocamento. A vítima tinha 49 anos e sofria de câncer. 
A descoberta ocorreu quando funcionários do cemitério ouviram gritos, que segundo eles, eram "gritos desesperados". Além deles, visitantes também relataram ter ouvido pedidos de socorro. 
Os gritos foram percebidos uma hora após o enterro. A polícia e uma equipe de resgate foram acionadas. 

Quando o túmulo foi aberto, constataram que a mulher já estava morta. De acordo com a polícia, a mulher morreu por sufocamento. 
Segundo os médicos que haviam declarado a morte, a mulher não apresentava sinais vitais. A polícia local vai investigar o caso. A família da vítima declarou que vai processar o hospital. 
Com informações R7

Comente este artigo.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Mulher gasta 47 mil reais em cirurgia para colocar terceiro seio

O sonho de trabalhar na TV levou uma mulher a gastar quase 50 mil reais para colocar um terceiro seio e chamar mais a atenção. Jasmine Tridevil conseguiu realizar o grande sonho após dois anos de muitas idas aos médicos, mais de 50.
Atualmente a mulher tem três seios, a cirurgia segundo ela, foi para ficar menos atraente para os homens porque ela decidiu que não quer mais namorar. 

Além do valor alto para realizar o procedimento, Jasmine pagou outro preço, o de ficar distante da família. 
Após a operação a mãe e a irmã deixaram de falar com ela e o pai diz sentir vergonha da filha.


Comente este artigo.

A redução da maioridade penal é necessária

Adolescentes de 16 anos possuem o direito do voto, mas não podem ser condenados por atos criminosos. A impunidade, não só dos menores de 18 anos, é a grande característica da criminalidade no Brasil. Famílias inteiras são destruídas por menores infratores. 

Com  vistas à impunidade, praticam todos os tipos de crimes, com grande participação nos hediondos. Até que ponto esses menores devem ter um tratamento diferenciado em relação aos demais criminosos? Na legislação vigente atualmente, os menores de 18 anos são inimputáveis. Isso quer dizer que são considerados incapazes para responder pelos seus atos.

Ao cometer um crime, o adolescente não pode ser preso, processado, condenado e cumprir pena em presídios, mas pode ser conduzido a cumprir medidas socioeducativas, inclusive com internação, internado em estabelecimentos educacionais voltados para a sua reinserção social. É isso que consta na Constituição Federal (artigo 228) e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

É inadmissível ver menores cometendo crimes como latrocínios e homicídios. Os jovens não podem ser isentos das responsabilidades pelos seus atos, uma vez que ele possui total discernimento para assumir a autoria dos delitos praticados junto com maiores criminosos como liderar quadrilhas, planejar assaltos e, na hora da abordagem, lembrar perfeitamente de informar à autoridade policial que é menor de 18 anos, ao ficar, dessa forma, impune, independentemente do crime cometido.
Isso faz com que os menores sejam instrumentos para a prática de crimes nas mãos dos maiores. A impunidade é a motivação maior para que isso aconteça.


Os adolescentes infratores têm plena consciência de que fazem atos errados e que causam o mal às vítimas. Estão cada vez mais audazes, exatamente porque sabe que nada acontecerá com ele. Mas já que pensam e agem como adultos, devem responder como tais. Ressalta-se aqui que não é a miséria a causadora dos crimes.
A quase totalidade dos adolescentes possuem casa e família. Cometem crimes visando à obtenção de moral junto aos maiores infratores, à participação na quadrilha e ao consumo. É a desvalorização da ética no desvio de personalidade objetivando “levar vantagem” e ostentação, tão cantada nos últimos tempos.
 É muito claro que a redução da maioridade penal não eliminaria o problema dos crimes cometidos por menores, mas implicaria na redução e melhoria dos índices criminais. A alteração na lei não traz soluções por si só.
Políticas públicas eficientes destinadas aos jovens, com intensidade na educação, trarão resultados muito mais efetivos ao nosso País.
Comente este artigo.


Maioridade penal no mundo


domingo, 28 de setembro de 2014

Apagão da autoridade

A multiplicação dos crimes em família tem deixado a opinião pública em estado de choque. Paira no ar a mesma pergunta que Fellini pôs na boca de um dos personagens do seu filme Ensaio de orquestra, quando, ao contemplar o caos que tomara conta dos músicos depois da destituição do maestro, pergunta, perplexo: "Como é que chegamos a isto?" A interrogação está subjacente nas  reações de todos nós, caros leitores, que, atordoados, tentamos encontrar resposta para a escalada de maldade que tomou conta do cotidiano.
A tragédia que tem fustigado algumas famílias aparece tingida por marcas típicas da atual crônica policial: uso de drogas, dissolução da família e crise da autoridade. Não sou juiz de ninguém. Mas minha experiência profissional indica a presença de um elo que dá unidade aos crimes que destruíram inúmeros lares: o esgarçamento das relações familiares. Há exceções, é claro. Desequilíbrios e patologias independem da boa vontade de pais e filhos. A regra, no entanto, indica que o crime hediondo costuma ser o dramático corolário de um silogismo que se fundamenta nas premissas do egoísmo e da ausência, sobretudo paterna. A desestruturação da família está, de fato, na raiz da tragédia.
Psiquiatras, inúmeros, tentam encontrar explicações nos meandros das patologias mentais. Podem ter razão. Mas nem sempre. Independentemente dos possíveis surtos psicóticos, causa imediata de crimes brutais, a grande doença dos nossos dias tem um nome menos técnico, mas mais cruel: a desumanização das relações familiares. O crime intra e extralar medra no terreno fertilizado pela ausência. O uso das drogas, verdadeiro estopim da loucura final, é, frequentemente, o resultado da falência da família.
A ausência de limites e a crise da autoridade estão na outra ponta do problema. Transformou-se o prazer em regra absoluta. O sacrifício, a renúncia e o sofrimento, realidades inerentes ao cotidiano de todos nós, foram excomungados pelo marketing do consumismo alucinado. Decretada a demissão dos limites e suprimido qualquer assomo de autoridade - dos pais, da escola e do Estado -, sobra a barbárie. A responsabilidade, consequência direta e imediata dos atos humanos, simplesmente evaporou.
Em todos os campos. O político ladrão e aético não vai para a cadeia. Renuncia ao mandato. O delinquente juvenil não responde por seus atos. É "de menor".
A despersonalização da culpa e a certeza da impunidade têm gerado uma onda de superpredadores. Gastamos muito tempo no combate à vergonha e à culpa, pretendendo que as pessoas se sentissem bem consigo mesmas. O saldo é uma geração desorientada e vazia. O inchaço do ego e o EMAGRECIMENTO da solidariedade estão na origem de inúmeras patologias.

A forja do caráter, compatível com o clima  de verdadeira liberdade, começa a ganhar contornos de solução válida. A pena é que tenhamos de pagar um preço tão alto para redescobrir o óbvio.

O pragmatismo e a irresponsabilidade de alguns setores do mundo do entretenimento estão na outra ponta do problema. A valorização do sucesso sem limites éticos, a apresentação de desvios comportamentais num clima de normalidade e a consagração da impunidade têm colaborado para o aparecimento de mauricinhos do crime. Apoiados numa manipulação do conceito de liberdade artística e de expressão, alguns programas da televisão crescem à sombra da exploração das paixões humanas.
As análises dos especialistas e as políticas públicas esgrimem inúmeros argumentos politicamente corretos. Fala-se de tudo. Menos da crise da família e da demissão da autoridade. Mas o nó está aí. Se não tivermos a coragem e a firmeza de desatá-lo, assistiremos a uma espiral de crueldade sem precedentes. É só uma questão de tempo. Já estamos ouvindo as primeiras explosões do barril de pólvora.

O horror dos lares destruídos pelo ódio não está nas telas dos cinemas. Está batendo às portas das casas de um Brasil que precisa resgatar a cordialidade e a tolerância.

Comente este artigo.


sábado, 27 de setembro de 2014

O que você faz quando ninguém te vê fazendo?

O que você queria fazer se ninguém pudesse te ver? Amo essa música do Capital Inicial. Traz logo à mente um pensamento qualquer que nos mostra o quanto é real. Longe de todos os olhares nos permitimos fazer o inacreditável.
É divertido, surpreendente, libertador. Porém, quando o inacreditável extrapola alguns limites, pode revelar mais sobre nós do que podemos supor. Felizmente, apesar de em muitos casos ser um assunto discutível, ainda há certo e errado sim e há coisas que são e serão inadmissíveis até o final dos tempos.
Quem somos nós, afinal? Por que precisamos de uma figura repressora para conter o nosso pior? A quem prestamos contas? Aos que nos ameaçam 
 Com sua autoridade ou a nossa própria consciência?
Em Abreu e Lima, na grande Recife, aproveitando-se de uma greve da Polícia Militar, a população saiu às ruas para saquear lojas e supermercados munidos de carrinhos de mão para carregar a mercadoria roubada. Televisores, máquinas de lavar, computadores foram retirados das lojas, como se fosse uma grande promoção “Pegue e leve”. Tão chocante quanto ver crianças participando da baderna como se fosse uma brincadeira.
Tudo bem. 
 Eu sei. Há duas semanas eu ando trágica. Peço desculpas por isso, mas o que eu faço com a minha indignação? Deu a louca 
no mundo! O que houve com a noção de certo e errado? Com os valores humanos? Com o orgulho de ser íntegro? Como bem disse um personagem de uma das minhas histórias: "Cada dia da nossa vida é uma página da nossa história. Cada um de nós, um personagem do nosso tempo. Não podemos subestimar a importância dos nossos atos".
Um caminhão tomba com mercadorias e é saqueado. Uma família se acidenta na estrada e é roubada enquanto espera o socorro. Para! Para tudo! Vamos começar de novo! Não estou me referindo a pessoas miseráveis e famintas que, num ato de desespero, veem comida espalhada pelo chão e se lançam sobre ela no desatino de saciar a fome. Isso, apesar de apavorante, seria compreensível. Estou falando de gente que se aproveita da vulnerabilidade alheia para tirar vantagens.
Um comportamento que vem se repetindo tantas e tantas vezes que dá medo. Em que estamos nos transformando? Não consigo entender. Será que, fartos de sentirmo-nos sacaneados, acreditamos que assumir o papel do sacana vai nos fazer sentir menos otários? Que engano.
 Isso só vai acabar com a nossa única fonte de poder. A nossa dignidade. A nossa grande arma. Sem ela não há como lutar por respeito, retidão e transparência. Sem ela tudo perde o sentido.
Infelizmente, quase não se ouve mais, mas há algum tempo se dizia incessantemente que um nome honrado era o mais valioso legado que um pai poderia deixar a um filho. Conheci pessoas de simplicidade comovente que conseguiram formar e proporcionar uma vida melhor aos filhos, apenas com o esforço do seu trabalho e a força do seu caráter.
Certa vez, um velho e sábio amigo me disse orgulhoso, que tudo o que um homem pobre tem é o seu nome e a sua honra. Um nome honrado - disse ele - abre portas a toda uma descendência. Sem caráter, um homem não é homem. É uma fruta podre num cesto. Esse amigo realizou seu sonho de aprender a ler com mais de 70 anos.
É. A sabedoria é um dom. Meu amigo falava sobre a sua realidade, as suas vivências, mas seus valores não se aplicam apenas ao homem pobre. São valores humanos universais. Um homem sem caráter não é um homem. É a tal fruta podre no cesto. Apodrece tudo a sua volta. Num dos meus romances preferidos, Os Maias, de Eça de Queiroz, o patriarca diz ao padre sobre o neto: "Não desejo que Carlos Eduardo seja um homem de caráter por temer a Deus e sim por amor à virtude".
É provável que as mães pobres de Recife não conheçam Os Maias, Eça de Queiroz ou outros escritores que como ele nos fazem pensar sobre honra e dignidade, mas quando procuraram as lojas saqueadas e a Delegacia de Polícia para devolver a mercadoria roubada, ensinaram a seus filhos o verdadeiro significado de amor à virtude. O Dia das Mães devia até mudar de data. Essas mães fizeram renascer o meu otimismo.
Que coisa linda de se ler num jornal. Mães devolvem mercadorias roubadas pelos filhos. Foi como beber da fonte da esperança. Se todas as mães fizessem isso. Quantas escolas, hospitais e universidades construiríamos nos próximos anos?
Apareceria dinheiro de onde menos se espera. Deus permita que isso vire uma epidemia. Pode ser a salvação da humanidade!
 Por Lisiani Rotta.

Comente este artigo.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

O nobre político

A política brasileira está podre. Ela é movida a DINHEIRO e poder. "Dinheiro compra poder, e poder é uma ferramenta poderosa para se OBTER DINHEIRO. É disso que se tratam as eleições: o poder arrecada o dinheiro que vai alçar os candidatos ao poder. Saiba que você não faz diferença alguma quando aperta o botão verde da urna eletrônica para apoiar aquele candidato oposicionista que, quem sabe, possa virar o jogo. No Brasil, não importa o Estado, a única coisa que vira o jogo é uma avalanche de dinheiro.

 O jogo é comprado, vence quem paga mais". Assustador o dignóstico que o juiz Márlon Reis faz da política brasileira.

Conhecido por ter sido um dos mais vibrantes articuladores da coleta de assinaturas para o projeto popular que resultou na Lei da Ficha Limpa, foi o primeiro magistrado a impor aos candidatos a prefeito e a vereador revelar os nomes dos financiadores de suas respectivas campanhas antes da data da eleição. Seu livro O nobre deputado: relato chocante (e verdadeiro) de como nasce, cresce e se perpetua um corrupto na política brasileira, editora LeYa, 2014, inspirou o título deste artigo.
A radiografia do juiz, infelizmente, acaba de ser poderosamente confirmada pelas revelações feitas pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Em resumo, amigo leitor, durante oito anos - de 2004 a 2012 - os contratos da maior empresa brasileira com grandes empreiteiras eram usados como fonte de propina para partidos e políticos.
 Dá para entender as razões da crise da Petrobras. É pilhagem, saque, puro banditismo. Atinge em cheio os governos de Dilma e Lula.
Trata-se só do começo. O ex-diretor decidiu fazer a delação premiada para tentar encurtar sua temporada na prisão. Não quer repetir a experiência de Marcos Valério, condenado a 40 anos de prisão. Quando Valério quis fazer acordo de delação premiada, o operador do mensalão não tinha mais nada a oferecer à Justiça porque o esquema já estava desvendado. Agora, a conversa é outra. Com o processo no início, não havendo ninguém denunciado, é o momento propício para Costa oferecer o que os investigadores precisam: os autores e as provas do crime. As coisas estão difíceis para os acusados.

novo escândalo é a ponta do iceberg de algo mais profundo: o sistema eleitoral brasileiro está bichado e só será reformado se a sociedade pressionar para valer. Hoje, teoricamente, as eleições são livres, embora o resultado seja bastante previsível. Não se elegem os melhores, mas os que têm mais dinheiro para financiar campanhas sofisticadas e milionárias.

Empresas investem nos candidatos sem qualquer idealismo. É negócio. Espera-se retorno do investimento. A máquina de fazer DINHEIRO para perpetuar o poder tem
engrenagens bem conhecidas no mundo político: emendas parlamentares, convênios fajutos e licitações com cartas marcadas.
Indignação? Desencanto? É óbvio. O macroescândalo da Petrobras promete. O mensalão vai parecer um berçário. O Brasil está piorando? Não. Está melhorando. A exposição da chaga é o primeiro passo para a cura do doente. Ao divulgar as revelações do ex-diretor da Petrobras, a imprensa cumpre um papel relevante: impede que o escândalo fique na gaveta de uma CPI do Congresso.
Existem razões para otimismo? Acho que sim. A Lei da Ficha Limpa começa a dar seus primeiros frutos. Paulo Maluf (PP) e José Roberto Arruda (PR), entre outros, podem estar fora das próximas eleições. A promiscuidade entre políticos e empresas parece estar com os dias contados. O Supremo Tribunal Federal (STF), provavelmente, votará pelo fim das doações de empresas, na ação movida nesse sentido pela OAB. A imprensa de qualidade, livre e independente, está aí. Incomodando. Felizmente.
Leia jornais. Informe-se. Acredite no Brasil, não em salvadores da pátria. E vote bem. O caminho é longo. Mas vale a pena.

Comente este artigo.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Produtividade e crescimento

A chave para o crescimento econômico de longo prazo é a produtividade. Entre 2004 e 2008 ela sustentou o avanço anual médio de 4,8% do PIB e ajudou a manter a inflação sob controle. A produtividade do trabalho cresceu naquele período 2,84% ao ano e a total dos fatores 2,34% ao ano. A partir de 2009 até 2013 o quadro mudou. A expansão média do PIB caiu para 2,6% ao ano e a inflação passou a pressionar. A produtividade do trabalho declinou para 1,96% ao ano e a total dos fatores para 0,88% ao ano.
O Brasil decepciona em todos os fatores que impactam sobre a produtividade. Há carência de mão de obra qualificada, a capacidade de inovação tecnológica é reduzida, os investimentos privados são insuficientes e a infraestrutura é precária.
Em termos da qualificação da mão de obra vale dizer que entre 2002 e 2012 o número de pessoas com mais de onze anos de estudo melhorou, passando de 23,4% para 36,1% entre cidadãos com mais de dez anos de idade. Porém, isso não vem impactando positivamente sobre a produtividade atual, da mesma forma que não teve peso importante no passado, porque a qualidade do ensino no País é uma lástima. Por exemplo, o Pisa, programa internacional que avalia a qualidade da educação em 65 países mostra que o Brasil é o 58º colocado em habilidade com leitura e em matemática e o 59º em ciências.
Em relação à inovação a situação se revela razoavelmente boa quanto ao volume de investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). O Brasil aplica 1,2% do PIB em P&D, algo próximo ao observado na Itália, Espanha e Portugal, mas em termos de retorno o País está atrás, por exemplo, da Argentina, do México, da Rússia e do Chile.
No tocante aos investimentos a situação também é ruim. Nos últimos dez anos eles representaram em média 17% do PIB contra 52% na China e 23% no México e no Chile, por exemplo.
Na esfera da infraestrutura o grande entrave está na incapacidade orçamentária do poder público em ampliar e manter os sistemas de transporte e logística, de telecomunicação, de energia, de saneamento básico e de mobilidade urbana. Da década de 80 até hoje, a carga impostos cresceu de 25% para 35% do PIB, mas esses recursos foram canalizados para expandir gastos com a seguridade e a manutenção da máquina pública. O peso dos investimentos foi reduzido de 22% para 17% do PIB.
O Brasil conseguiu reduzir o contingente de pessoas em situação de pobreza e miséria por causa do crescimento econômico observado entre 2004 e 2008. Com a queda da expansão do PIB a partir de 2009 a saída momentânea foram as desonerações tributárias setoriais, que mantiveram o emprego em alta. Essas medidas têm um tempo de validade e já estão vencidas. Hoje o País cresce apenas 1% ao ano e a inflação deve superar o teto de 6,5% a partir de 2015.
Apenas a aceleração do crescimento econômico é capaz de reduzir a miséria e a pobreza. Essa expansão deve se manter por longo tempo e com inflação sob controle. Para isso, a saída é a elevação da produtividade. Em função do tempo requerido para mudar a estrutura dos fatores que impactam sobre ela, a expectativa é que o PIB brasileiro não poderá ter um ritmo de expansão elevado como ocorreu entre 2004 e 2008. 
Comente este artigo.


quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Contra a fome e a inflação

Na pauta da campanha eleitoral de 2014 — marcada pela triste despedida do governador Eduardo Campos —, o agronegócio deve ser, necessariamente, um dos temas prioritários, considerando o seu significado para a segurança alimentar, exportações e a economia, com a participação de 23% no PIB brasileiro. Nesse sentido, é importante que todos os candidatos à Presidência da República deem máxima atenção às propostas que receberam das entidades representativas do setor. É preciso analisar em profundidade as suas demandas.

O documento da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) recomenda ampliação e diversificação dos investimentos em infraestrutura de transportes, ainda concentrados no modal rodoviário, aumento da capacidade de armazenamento, multiplicação das tecnologias para melhorar a produtividade e melhores estratégias relativas ao mercado internacional. Observa-se aqui, por exemplo, uma congruência com as reivindicações consensuais de toda a sociedade quanto à melhoria da infraestrutura de movimentação e logística das cargas.

A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em interessante estudo elaborado por técnicos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e coordenado por Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, propõe ações baseadas em cinco princípios: sustentabilidade da produção, competitividade, produção orientada para os mercados e governança institucional. Os dois relatórios enfatizam um ponto em comum: segurança jurídica. Esta também é uma reivindicação que tem sido insistentemente colocada, há tempo, por todos os setores produtivos.

Ouvir as vozes da agricultura, pecuária e de toda cadeia produtiva do agronegócio é indispensável ao governante a ser eleito em outubro. A atividade é essencial para a retomada do crescimento econômico do Brasil em níveis mais elevados e também para que o País responda com eficácia a dois desafios atuais prementes: a segurança alimentar, considerando que a fome ainda flagela 900 milhões de pessoas no mundo, e o controle da inflação, que pode ser traduzido, no caso, como comida mais barata na mesa dos brasileiros.

Os números do IBGE relativos à inflação, por exemplo, atestam a relevância do agronegócio: o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou de junho para julho, passando de 0,4% para 0,01%. O grupo de alimentação foi um dos que mais contribuiu para o resultado. Neste segmento, os produtos consumidos nas refeições em casa foram os que apresentaram maior queda.

A taxa de crescimento dos preços dos alimentos na América Latina e Caribe também caiu pelo terceiro mês consecutivo, indica relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), tendo junho como base. A inflação do segmento na região subiu somente 0,5% nesse mês, ante 1% em relação a maio e 1,2%, em abril. Importante observar um dos destaques do documento: “Esse resultado responde em grande parte aos movimentos dos preços dos alimentos no Brasil e no México”. Considerando, porém, o volume da produção brasileira, com impacto efetivo no mercado global, os dados da FAO referentes ao nosso país têm uma dimensão ampliada.

Além de atender à prioridade do preço e da oferta do bem mais essencial, o pão nosso de cada dia, a agricultura, pecuária e sua cadeia produtiva continuam sendo a grande base de sustentação da balança comercial brasileira: dentre os dez principais produtos da pauta exportadora nacional, no período de janeiro a julho de 2014, sete são do agronegócio, segundo análise da CNA, baseada em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

É muito clara, portanto, a necessidade de enfatizar o tema na agenda das eleições, momento maior da democracia. Que cada voto nas urnas de outubro seja uma semente de prosperidade socioeconômica!



Comente este artigo.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Coberturas Vivas. Uma alternativa bela, eficiente e saudável

Nas últimas décadas o processo de urbanização se caracterizou pelo crescimento populacional, pelo aumento das construções e por uma dramática mudança na paisagem. Infelizmente este crescimento resultou em uma urbanização descontrolada e com pouco planejamento, tornando as cidades mais densas e menos integradas com a biodiversidade.
Esta densificação e falta de áreas verdes acarretam na mudança da temperatura, na mudança da direção e intensidade dos ventos, na redução da umidade do ar e diminuição da absorção de água pelo solo. Neste contexto, a falta de verde associada ao uso intensivo de veículos e de asfalto e concreto faz com que a temperatura dos grandes centros seja de 4°C a 11°C mais alta.

Há várias alternativas de implantação de infraestruturas verdes que podem trazer benefícios ao meio urbano e hoje mostrarei um pouco a respeito dos telhados verdes. Esta é uma técnica muito difundida mundo afora, porém ainda pouco explorada por aqui, por falta de conhecimento e excesso de “pré-conceito”.

telhado verde trata-se de uma técnica que substitui o telhado, ou cobertura, convencional pelo plantio de vegetação em edifícios e residências. A sua execução se torna possível através da impermeabilização, proteção e drenagem da base para posterior colocação do substrato e então o plantio de plantas, árvores e folhagens. São inúmeras as espécies que podem ser aplicadas que vão de rasteiras a árvores e plantas com muita ou nenhuma necessidade manutenção.

As coberturas vivas trazem benefícios pra a cidade, para a edificação e também aos usuários. Na escala urbana, o telhado verde qualifica o microclima, ameniza a temperatura, umidifica o ar, ajuda na sua purificação, na absorção dos agentes poluentes e auxilia na redução da poluição sonora, aumentando assim a 
qualidade de vida da população.
Para o edifício que possui este tipo de cobertura as vantagens vão desde a melhoria da condição térmica e acústica interna, uma vez que funcionam como isolantes, na melhoria da qualidade do ar que ventila os ambientes até a melhora do aspecto visual resultando em bem-estar e salubridade ao usuário.

No Brasil, já esta sendo implantado o chamado IPTU Verde em algumas cidades como Guarulhos, São Carlos e Vila Velha. Trata-se de um beneficio fiscal concedido pela prefeitura aos proprietários que investem em ações sustentáveis incentivando o aumento do verde na cidade como um todo, e, dentre várias alternativas que tornam as edificações mais sustentáveis, a cobertura verde tem se tornado a preferida pelos usuários pela sua 
beleza, praticidade e os inúmeros benefícios que vimos nesta matéria.
Comente este artigo.

Horário eleitoral custará R$ 839 milhões aos cofres públicos


A quantia será descontada do total de tributos pagos pelas empresas de rádio e TV de sinal aberto, obrigadas a veicular a publicidade obrigatória
Divulgada sem custos para partidos e políticos que disputam uma eleição, a chamada propaganda eleitoral gratuita custa milhões de reais aos bolsos dos contribuintes. Só este ano, a estimativa da Receita Federal é de que a União deixe de arrecadar R$ 839.5 milhões em impostos com as inserções veiculadas entre 19 de agosto e 24 de outubro.

A quantia será descontada do total de tributos pagos pelas empresas de rádio e TV de sinal aberto, obrigadas a veicular a publicidade obrigatória. Prevista no Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa), a renúncia fiscal é tratada como gasto tributário. Já o horário eleitoral é elencado como direito à cidadania, ao lado de fundos como o da Criança e do Adolescente e do Idoso que, juntos, receberão, em 2014, R$ 380 milhões em isenções, anistias, subsídios e benefícios tributários e financeiros.

Os R$ 839.5 milhões de renúncia fiscal destinados a custear o horário eleitoral gratuito deste ano representam um aumento de quase 39% em relação aos R$ 604.2 milhões que deixaram de ser recolhidos aos cofres públicos em 2010, quando também foram eleitos presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. O cálculo não leva em conta a inflação do período.

Em 2008, quando a eleição limitou-se a prefeitos e vereadores, as concessionárias autorizadas a explorar os serviços de radiodifusão descontaram, a título de ressarcimento pela divulgação do horário eleitoral, R$ 420.3 milhões dos impostos devidos.

O valor da restituição às empresas é calculado a partir de uma fórmula complexa, cuja aferição depende do acesso às tabelas de preços de mercado cobrados pela exibição publicitária. Valores que variam conforme a audiência do veículo, o horário de exibição, a região e a época. As variáveis estão detalhadas no Decreto nº 7.791, de 2012, que regulamenta o assunto. Os preços cobrados pelos veículos de comunicação devem ser públicos e previamente fixados.

Para alguns especialistas, o valor pago para que os eleitores conheçam candidatos e propostas não é um problema, mas sim o fato de a sociedade ter pouco acesso e controle sobre os valores ressarcidos. O pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), José Roberto Afonso, por exemplo, defende a importância da divulgação do custo do horário eleitoral em renúncias fiscais. Entretanto, sugere que órgãos públicos devem aferir com regularidade os resultados alcançados com a iniciativa.

“Isso deveria valer para todos os benefícios fiscais e não só para o horário eleitoral que, em nada, é gratuito”, disse o economista, afirmando não ser contrário à publicidade partidária. “Cada incentivo fiscal deveria ter a justificativa de sua criação cotejada com os resultados, após os incentivos concedidos. No caso do horário eleitoral, sabemos que está sendo transmitida nas rádios e tvs, mas isso não dispensa uma avaliação técnica e transparente [para avaliar os resultados alcançados]”, concluiu o economista.

Em parceria com a também economista do Ibre Érica Diniz, Afonso divulgou, em janeiro deste ano, texto sobre o conjunto dos benefícios fiscais concedidos pelo governo federal e seu impacto na economia brasileira. No documento, apontam que não se pode confundir transparência fiscal com mera publicidade dos atos e números oficiais. "Além de conhecer, é preciso compreender o que está por trás das estatísticas, ou seja, uma explicação oficial sobre o porquê, quando e como o gasto foi realizado. Também deveria ser possível, a quem se interessar, repetir essa análise e formar sua própria opinião", acrescebtou José Roberto Afonso.

No fim de agosto, uma consulta do Instituto MDA, a pedido da Confederação Nacional do Transporte (CNT), constatou que apenas 11,5% dos entrevistados afirmaram que a propaganda eleitoral tem alguma influência sobre suas decisões. Já na pesquisa de intenções de voto divulgada nesta terça-feira (23), o instituto revela que 34,4% dos entrevistados nunca assistem ao horário eleitoral. Conforme o resultado, 32% assistem ou ouvem a propaganda poucas vezes na semana, 18% alguns dias e 15% todos os dias.

Apesar dos resultados, o coordenador das pesquisas, Marcelo Costa Souza, informou à Agência Brasil que o horário eleitoral gratuito é importante e afeta a decisão do eleitor. “Principalmente dos que, inicialmente, estavam indecisos. Além disso, a propaganda gratuita é uma importante ferramenta para a democracia representativa”, assinalou Souza.

Fonte: Agência Brasil.


Comente este artigo.

domingo, 21 de setembro de 2014

Nova espécie de pássaro descoberta no Brasil já corre risco de extinção

O pássaro recebeu o nome de macuquinho-preto-baiano
Vinte anos após o início das investigações pelo pesquisador Luis Antonio Pedreira Gonzaga, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é descoberta em uma faixa estreita de Mata Atlântica, no litoral da Bahia, uma nova espécie de pássaro (Scytalopus gonzagai) que, entretanto, já corre risco de extinção.

O biólogo especializado em ornitologia (estudo dos pássaros) Giovanni Nachtigall Maurício, professor do curso de gestão ambiental da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, e primeiro autor do artigo de descrição da espécie, disse que os cálculos feitos durante a pesquisa de campo estimaram em quase 3 mil o número desses pássaros na região. O  pássaro recebeu o nome de macuquinho-preto-baiano. A estimativa foi baseada no cálculo da área disponível e da densidade. A partir desses dados, os pesquisadores ampliaram as informações para toda a área possível.

“A gente fez um cálculo e, depois, uma ampliação, que indicou em torno de 2.888 pássaros na espécie. O cálculo foi o estopim para essa conclusão (de risco de extinção)”, relatou o biólogo.  Depois desses cálculos, a equipe de pesquisadores usou os critérios da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, a sigla em inglês), “que são critérios universais para o estudo de espécies ameaçadas. O conjunto de critérios vai mostrar o grau de ameaça àquela espécie. Ela se enquadrou na categoria em perigo. Essa é uma categoria de ameaça oficial”.

A regra geral estabelece que até 2.500 indivíduos, a espécie seria considerada criticamente em perigo; de 2.500 até 10 mil indivíduos, é considerada em perigo; e de 10 mil até 20 mil, é vulnerável.

Giovanni Maurício confirmou que o embrião da descoberta foi a pesquisa independente do professor da UFRJ Luiz Antonio Pedreira Gonzaga e amigos. Gonzaga acabou sendo homenageado ao batizar com seu nome a nova espécie brasileira. Naquela época, por volta de 1993,  os pesquisadores acreditaram que se tratava de um macuquinho-preto comum, encontrado no Sul e no Sudeste do país. “Por isso, ela não foi descrita naqueles primórdios”, explicou Maurício.

Segundo o especialista, a desconfiança de que era uma nova espécie começou em 2002. Constatou-se, então, que as  medidas eram diferentes. “A cauda era menor e a asa, maior”, disse Maurício. A cor foi outro fator de distinção.  O 'Scytalopus gonzagai' apresenta ainda ritmo de canto mais forte e diferentes vocalizações.

Duas expedições feitas em 2004 e 2006, com o apoio da organização não governamental (ONG) Save Brasil , vinculada à Birdlife Internacional, da Inglaterra,  e da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, respectivamente, puderam  investigar mais profundamente o pássaro, nas montanhas do sudeste da Bahia. As expedições confirmaram que era uma espécie nova e permitiram chegar à descoberta este ano.

Ads by CinPl-2.5c×Giovanni Maurício se baseia na Política Nacional da Biodiversidade para transmitir aos alunos a importância do tema para a vida no planeta. O professor decidiu retomar a descrição da espécie, que estava parada, “até para mostrar aos alunos como a biodiversidade brasileira vai aumentando”. Ele pretende continuar fazendo a revisão desse gênero de aves porque está convicto de que há mais espécies novas a serem descritas. 

Maurício acredita que daqui a um ou dois anos serão descobertas mais espécies não ameaçadas de extinção, porque têm uma distribuição maior. “A gente continua nesse trabalho”.

Agência Brasil.


Comente este artigo.

sábado, 20 de setembro de 2014

Comemorar o quê?


 Estaremos comemorando (?) - se verdade que possa haver alguma coisa para ser festejada – o Dia do Idoso, que ocorrerá no próximo dia primeiro de outubro.
Em meio a tantos discursos e promessas que são feitos, como sempre acontece em épocas de pré-eleições, os candidatos às mais diversas cadeiras eletivas, realmente, entre outros, deixam sempre um cantinho para dar prosa para lembrar e falar naquele que trabalhou toda uma vida mas que, na aposentadoria, não vê recompensa nenhuma por aquilo que produziu e, na grande maioria dos casos, é obrigado a se manter ativo, mesmo que doente, como não raro acontece, 

 Com um subemprego, para complementar o miserável benefício que recebe da previdência para sobreviver.

Os candidatos lembram os idosos, neste momento do voto, depois esquecem as promessas que fizeram de lutar por melhores condições de vida; da busca de condições para que os aposentados não morram nas filas dos hospitais; para que a saúde pública seja realmente um direito e, jamais, uma esmola; para que os idosos não venham a sucumbir muito antes da data marcada para a realização de exames médicos; para que os aposentados recebam o justo por aquilo que descontaram para a previdência quando na ativa, pois justamente quando mais precisam, pela necessidade de aquisição de medicamentos é, justamente, quando menos recebem, considerando os índices de reajustes dos benefícios, em relação aos trabalhadores da ativa.

Muito embora os auditores fiscais comprovem que o sistema previdenciário é superavitário, os governos que se seguem, de uma maneira geral, preferem fazer caixa do que reajustar os benefícios, evitando que um grande número de aposentados tenha que, de maneira humilhante, viver o resto dos seus dias como dependentes dos filhos e netos, com ajuda financeira mensal, ou sobreviver em asilos e outras instituições.

Quem sabe um dia, os candidatos, depois de eleitos, se lembrarão dos idosos e lutarão por eles, abrindo perspectivas que tenham realmente o que comemorar no primeiro de outubro.


Comente este artigo.