domingo, 22 de junho de 2014

Desgovernança e políticas públicas



Nos governos estatizantes a tendência é a estruturação monolítica do estado. No Brasil - misto de privatização (concessões) e estatização - o Estado vem sendo desmanchado paulatinamente pela gestão irresponsável, pelo fisiologismo, pela desqualificação técnica e pela facilitação (consentimento) à corrupção    que, naturalmente, carreia recursos para a manutenção do poder.

As políticas públicas são    lançadas com discursos emocionais mas sem nenhum planejamento prévio. Para onde pende o clamor popular, para lá são feitas promessas. Não temos nada de sério em saúde   , educação   , segurança   , mobilidade urbana e assim por diante.

Apenas alguns casos demonstram o panorama de desertificação da moral do poder, que escraviza o país aos caprichos dos governantes e aos assaltantes dos cofres    públicos. Assim pode-se citar a promiscuidade primitiva no preenchimento das funções públicas de confiança, do fisiologismo corporativista que indevida e nocivamente se apropria do Estado.

Neste quadro patológico destaca-se o desprestígio da constitucionalidade da eficiência e não se faz mínimas avaliações dos serviços públicos e das milhares de obras espalhadas pelo país.

As soluções (?) são traçadas e colocadas em prática sem critérios, que na verdade não existem e não existiram nos últimos 12 anos. Mesmo com o aumento de 353 mil funcionários no período citado, a ineficiência do Estado inchado é constante e leva a estrutura econômica para perto de um abismo fiscal de onde não é previsível um retorno sem grandes sacrifícios para a população


O intervencionismo desbragado é resultado da voracidade pelo poder com uma visão    dirigida para a perpetuação, mesmo que à custa de milhões brasileiros dependentes dos favores governamentais.

Paradoxalmente, enquanto se dá migalhas à periferia social, cresce a destruição do Estado moral e materialmente. Um governo que estatiza de um lado e favorece grupelhos, ávidos de carniça monetária do outro, termina em má gestão, incúria endêmica e desqualificação técnica. Assim, torna-se claro o sucateamento das políticas públicas.

São exemplos contundentes, a razia imposta à Petrobras e à Eletrobras, gerando um abalo, sem precedentes, no valor de mercado com prejuízos crescentes.

São 12 anos de desprezo pelo Estado e seus cidadãos. O fisiologismo aliado à repartição das estruturas    públicas entre partidos se constituem em dois pilares de sustentação de uma desgovernança  patética e perniciosa que mantém em segurança para si e para os parceiros, a chave do cofre.

Nas estatais são designados companheiros (autoridades?), de todas as horas, para seus conselhos. Uma forma descarada de elevar vencimentos e burlar a definição de teto.

Para justificar este imbrólio pecuniário alega-se a necessidade de uma base que permita a governabilidade "gerada a partir do chamado presidencialismo de coalizão que frequentemente se converte em colisão, entre os próprios beneficiários, por motivos pouco nobres".


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