terça-feira, 20 de maio de 2014

Os palanques sem público e a falta de telespectadores para assistir ao horário eleitoral

Que rufem os tambores! Vai começar mais um período de eleições para parlamentares estaduais, federais e governantes de iguais esferas. Recolham as crianças das salas de TVs. Agora será assunto só para adultos, ou maiores de dezesseis anos, os absolutamente capazes como rege a constituição federal. Nesse confronto eleitoral, nossos valores sociais deverão ser esquecidos. Não haverá pudor, remorso, respeito e tampouco dignidade. As eleições são o reflexo do inconsciente, que mostra a mais verdadeira e transparente forma decadente do ser humano.

Nesse cenário apocalíptico pode de tudo, alguns se beneficiarão das mais diversas e repugnantes manobras da oratória e outros, com certeza farão o emprego bem aproveitado da retórica de Aristóteles, claro! Esses últimos serão candidatos mais ilustres. Mas, uma coisa é certa, serão postas em prática, nesses poucos minutos de espaço publicitário, toda a forma de convencimento possível.

O uso de tais estratégias de argumentações vai depender do tempo que cada candidato usufruirá. Veremos cenas que nem mesmo o pior filme trash se arriscaria em filmar. Mas, política é política e, sob este prisma, os candidatos serão bem criativos.

E para ilustrar ainda mais esses programas eleitorais, os pretensos representantes do povo vão se fazer valer das declarações desencontradas sobre a crise da Petrobras, daqueles políticos governistas espevitados. Ou, dos programas sociais que não deram resultados, das corrupções em empresas públicas, do mensalão, da compra de refinarias e por aí vai.

Haverá quem se arrisque a apresentar soluções para recuperar o País em 30 segundos. Este será o espaço do protagonismo na propaganda eleitoral para muitos candidatos. Lembram do Enéas Carneiro, do Prona? Tudo bem! Alguém vai me censurar e dizer que o cara era brilhante, sei disso! Era um gênio. Tinha a altura de Einstein e não menos digno. Porém, seu horário no programa eleitoral era de 30 segundos, proporcional ao tamanho do partido e só dava para falar rápido e não se entendia nada. Só o refrão; “meu nome é Enéas”.

Ele nunca teve tempo para se apresentar. Era médico, mestre em cardiologia e o melhor e mais conceituado em sua área, em especial em eletrocardiograma, o qual escreveu uma obra que foi ícone, tratada com a bíblia de Enéas e em várias outras áreas teve o mesmo valor. Tanto nas ciências humanas, quanto nas exatas.

Mas ninguém o conheceu o suficiente na imensidão do Brasil. Não chegou a presidência do Brasil por falta de espaço na mídia. Então quem vota no Brasil? Somos nós, o povo? Ou, nos entregam na bandeja quem eles, os poderosos, querem que seja o nosso líder?

Este ano vai haver coligações entre vários partidos, então haverá vários candidatos e aí novamente os partidos menores terão um tempo bem reduzido. E em pouco tempo não há o que falar. Suponho que será mais fácil e oportuno, para um político, falar qualquer assunto menos a proposta de seu suposto mandato.

Com tantos candidatos e tantos palanques montados duvido que após uma Copa do Mundo, no Brasil, onde o tumulto será generalizado, haverá alguma viva alma que voltará a sair às ruas para mais algum evento arriscando a própria vida. Sim! Fazem dos discursos de campanha um evento para os militantes. Contudo, tamanha será a baderna que não atrairá simpatizantes para ouvir as mesmas balelas e falar das mesmas picuinhas.

Enfim, nós cansamos de ouvir os políticos. Entra e sai o período de eleições e os discursos de campanha são idênticos. Mudam-se somente as criaturas. E com tanta tecnologia, suponho que os eleitores não ficaram diante as televisões ouvindo aqueles velhos discursos empoeirados, que foram retirados da história e não de sinceros pensamentos de idealistas.



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