quarta-feira, 16 de abril de 2014

Uma rosa no meio do caminho



Procuro uma rosa no meio do caminho. Quando saio de casa olho na minha volta, até chegar ao meu destino, procurando por uma flor, uma rosa de preferência. Por que uma flor? Por que uma rosa? Porque elas alegram minha vista, encantam meu olfato e liberam minha alma.

Abro o jornal e procuro uma rosa também. Como vou encontrar uma flor nas notícias do dia? Não sei, talvez, uma informação sobre alguma boa ação, uma luz de esperança no meio do desespero.

No meu jardim tem uma planta que dá flores por um dia. Depois de 24 horas, murcha e morre, mas, é muito bonita é um elixir para os olhos. Outro dia deu seis de uma só vez. Belíssimas. Durante 24 horas desfrutamos da sua companhia, agora esperamos que nasçam de novo.

Ligamos o rádio ou a televisão e somente tomamos conhecimento de coisas ruins, uma vez ou outra aparece uma flor no meio dos acontecimentos diários.


Procuro rosas no meu dia a dia. Nas minhas aulas espero por enxergar alguma flor e poder regá-la com a água do saber. Todos meus alunos tem o potencial de serem flores na vida das pessoas, mas dá tristeza ver como algumas se negam a receber água, outras estão sedentas, mas sentem vergonha de demonstrá-lo.  Temem o “bulling” dos companheiros. 

Agora é moda envergonhar a quem quer estudar e aprender.

Todos nascem para serem flores e dar aroma e alegria ao próximo, mas muitas vezes à vida nos seca, ou o solo no qual estamos é seco demais. Ninguém é espinho por vontade própria (assim desejo e espero), é minha esperança.

Existem pessoas que acreditam que na vida o que importa é sobreviver, prefiro acreditar que a esperança se impõe à sobrevivência. Somente agir para sobreviver, nos faz esquecer que somos flores, a esperança nos lembra de quem somos e para onde vamos. 

Olho pela janela e vejo uma tormenta se aproximar, desvio a vista e a fixo numa flor. Alguém me provoca, fecho os olhos e penso na rosa que levo no coração, abro os olhos, dou um sorriso e sigo meu caminho.

Somente tenho medo de uma coisa, daqueles que perderam suas flores e agora se dedicam a destruir os jardins dos outros. Quem sabe se lhes oferecemos uma rosa não se lembram da flor que todo ser humano leva dentro de si.

Caro amigo, você também procura por rosas?

Boa reflexão.

Ricardo Irigoyen.

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