sábado, 12 de abril de 2014

Limites do amor existem?



Quando o amor deixa de ser acolhedor e se transforma em prisão? Onde está o limite do amor de um pai ou uma mãe? Em que momento as juras de amor eterno terminam? Qual é o limite entre amor e ódio?

Perguntas, que todos os poetas já se fizeram. Perguntas que todos os amantes tentaram viver e responder. Questionamentos que todos os pais já viveram perante a dicotomia de: Caso ligue muito para meu filho serei controlador, caso ligue pouco dirão que não me importo?

Pais obsessivos, filhos enciumados. Amantes amando, amantes se odiando. A única diferença é o tempo ou o momento. Emoções que sobem e descem. Sentimentos que nascem e morrem.

Os excessos de amor levam a tragédia, a falta de amor ao desastre. Maravilhoso sentimento que requer a habilidade de um equilibrista em cima de um cabo atravessando um rio infestado de jacarés famintos.

Dizem que o amor é de mão dupla e que amor não correspondido é amor inútil. Também escreveram que amor de mãe é sublime e nunca acaba. Shakespeare nos deixou o recado de que a paixão enlouquecida leva à morte. 

Em compensação Byron que foi preso por amar outro homem numa época que isto era crime, falou que quanto mais conhecia ao ser humano, mais amava seu cachorro.

O amor a si mesmo impera na nossa sociedade que acha mais importante consumir e deixar morrer de fome ao próximo. Existem os santos que tiram a roupa do corpo para cuidar daquele que necessita.

Muitos confundem amor com satisfação, outros acham que amar é dar somente coisas materiais a quem precisa. Alguns se autoflagelam pensando que desta maneira amam a Deus, outros matam seu semelhante em nome do amor que sentem por seu Deus. Temos os que confundem amor com sexo e aqueles que acreditam que amar é sublimar o sexo.

Extremos e limites do amor. Quais são as fronteiras do amor?

Séculos de vidas e formas de amar e a pergunta continua sem resposta universal. Talvez a única verdade seja aquela que encontramos na Bíblia que diz: Amarás a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo.


Traduzindo: Fazei aos outros, aquilo que gostarias que fizessem consigo. A verdade é que somente podemos amar ao outro da mesma forma na qual nos amamos.
Hoje sendo avô e, conhecendo o amor pelos netos e filhos, penso que existe um erro quando pensamos em Deus como nosso Pai celestial, seria melhor pensar que é nosso Avô Celestial. 

O amor pelos netos não tem cobrança, não tem troca ou proteção, só tem o sentimento de dar, ajudar, cuidar, incentivar, apoiar, ensinar e admirar. Amo meus filhos, mas cobro deles, eles me amam, mas cobram de mim.

 Com os netos somente existe o amor. Um amor sem cobranças, sem expectativas, somente sentimentos.
Na velhice quero pensar que minha relação com Deus é mais parecida com a de um avô do que com um pai. Assim como espero que Ele me veja como um neto em lugar de um filho.

 Os pais esperam tudo dos filhos, os filhos tudo dos pais. Avós e netos somente se divertem e se curtem. Os pais querem ensinar aos filhos e os filhos aos pais. Avós e netos não querem ensinar nada um ao outro somente querem aprender um com o outro.

Querido leitor, você concorda ou discorda?

Boa reflexão.

Ricardo Irigoyen.

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