segunda-feira, 17 de março de 2014

A propósito... Como é comer veneno?




Nos últimos anos vem crescendo a preocupação com um estilo de vida e uma alimentação saudável - a aquisição de produtos in natura, em detrimento dos velhos conhecidos produtos industrializados, processados, o abandono de refrigerantes, dentre outras atitudes. Todavia, um inimigo silencioso e pouco conhecido do consumidor pode estragar os ditames de uma vida menos dependente das artificialidades alimentícias.

As lavouras brasileiras e mundiais têm sido maciçamente bombardeadas por agrotóxicos e defensivos agrícolas que visam, naturalmente, aumentar a produtividade e a lucratividade do agribusiness, que vêm dominando o cenário produtivo nos campos mundo afora. 

Embora exista uma política no Brasil de proibição de algumas variedades de tóxicos ou mesmo de modos e quantidades de aplicação, é notório que, em especial nas zonas de fronteira, circulam livremente defensivos banidos no território nacional, tendo em vista que por seguidas vezes nos deparamos com apreensões da Receita e Polícia federais.

O fato é que a ganância e o desprezo pela vida humana têm movido uma parcela da humanidade em muitos países, e no Brasil não seria diferente. Qual o resultado? Pesquisas demonstrando os alimentos campeões de resíduos tóxicos (agrotóxicos se preferirem), como morango, pimentão, tomate, alface, cenoura, dentre outros. Uma série de notícias, artigos e outros textos foi publicada no Instituto Humanitas Unisinos, o IHU (www.ihu.unisinos.br), inclusive com uma afirmação preocupante na imagem da EcoDebate (www.ecodebate.com.br)

 "Cada brasileiro consome em média 5,2 litros de agrotóxicos por ano. Até quando vamos engolir isso?".

A principal motivação nestas linhas não é afirmar que A ou B utiliza X ou Y defensivo agrícola, mas, sim, iniciar a discussão para reflexão acerca do que estão fazendo com a alimentação do nosso dia a dia. As coincidências estão a todo momento batendo em nossas portas, afinal os números de câncer no Brasil aumentam de forma alarmante, seguidos de outras tantas doenças, que não podem ser dispensados de uma análise mais adequada e profunda, além, é claro, de maior atenção por parte dos órgãos públicos reguladores do setor.

Políticas Públicas para o setor agrícola devem tomar por base a redução progressiva, mas substancial, até sua total eliminação, seu banimento do território nacional, bem como da produção e da utilização de quaisquer agrotóxicos químicos, tendo em vista que não há como permitir que substâncias que colocam em risco a vida humana e animal sejam comercializadas em nome do lucro.

 Uma alternativa, embora tímida, são os biológicos, pois ainda não recebem incentivo potencial para que substituam em larga escala os químicos.

Até então, mencionei a interação com pessoas e animais, porém esses químicos interatuam com implicações nocivas ao ambiente, poluindo o solo e as águas, o que permite um efeito rebote de contaminação em novos plantios. Muito poderia ser debatido, careceria-se de muitas informações técnicas para apontar com sagacidade os efeitos nefastos nas vidas que estes produtos podem causar. 

Todavia, o mais importante já foi feito, o debate está aberto, não por mim, mas por um número cada vez maior de pessoas, em especial, pesquisadores da área, que se debruçam com maior propriedade que eu. Por fim, fica a pergunta... 

Vamos continuar comendo veneno?


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