quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Sabes o que é acolhimento espontâneo?

Há uma crise no ar. A miséria e os sofrimentos atuais devem-se ao afastamento da Luz e a humanidade não mais está recebendo essa força, pois deixou de procurá-la, e com isso tudo tende ao limite crítico. É o individualismo. Não está ocorrendo mais o acolhimento espontâneo, uma característica bem brasileira, pois prevalecem os interesses pessoais. Os seres humanos foram dotados da faculdade de raciocinar para acompanhar os acontecimentos ligando-os com lógica, e estão deixando de fazer isso por preguiça. Não compreendem o significado da vida e se tornam escravos. A vida é uma peregrinação na busca da Luz da Verdade.

Nesta fase de turbulências, muitos seres humanos, dominados pelo raciocínio, se acham confusos, desconfiados, irritadiços. Perderam a consideração pelo próximo. Não querem ouvir o que o outro tem a dizer. Tornam-se agressivos e mal humorados. Não se relacionam uns com os outros com o coração. Em sua vaidade, não promovem a harmonização.

 Jogam com os fatos consumados, sem promover oportunidades para a conciliação dos conflitos, permitindo o fortalecimento dos antagonismos. Deixaram-se escravizar pela ânsia para sobressair e dominar, e se preciso for, se tornam tirânicos, prevalecendo o sentimento de castas sobrepostas, gerando insatisfação. Falta a humildade espiritual para reconhecer e observar as leis da Criação.

Na complicada forma dos relacionamentos humanos são notórias as atitudes pueris em que prevalece um ranço de egocentrismo. O lamentável nisso tudo é que deixa de haver uma visão compartilhada na busca do que é o certo. Cada qual acha que já tem a verdade consigo, e tudo que o outro está falando é supérfluo, e que ouvi-lo atentamente seria perda de tempo, ou até mesmo um risco.

A vida está apresentando muita tristeza e sofrimentos porque as pessoas criaram ilusões e fantasias, se afastando do verdadeiro amor, deixando a raiva e o ódio crescerem. Elas não se comovem mais com o sofrimento dos outros, pois se fecharam para a misericórdia. Em oposição ao amor auxiliador, surgiram o medo e seu descendente, o ódio. O medo tem sido fortalecido por diversas maneiras, sendo a ignorância a sua causa principal.

Os homens temem a possibilidade de receber represálias, de serem ridicularizados e feridos em seu orgulho e vaidade. Deixam que o ódio cresça para agir pelo mundo como resposta do raciocínio sem coração.


 Segundo uma lenda, no coração dos seres humanos vivem dois lobos: o lobo do amor e o lobo do ódio.

Ultimamente o lobo do ódio tem sido mais alimentado e, com a sua agressividade, está se sobrepondo ao lobo do amor. Temos de fortalecer a boa convivência e a cooperação, para que o lobo do ódio não predomine, pois este não tem consideração, não quer doar nem fazer permuta de valores; com seu egoísmo, só quer receber, produzindo a mais fria aspereza que se espalha pelo mundo.

Para fortalecer o acolhimento espontâneo as pessoas deveriam conservar limpo o foco dos pensamentos para desenvolver a empatia, a consideração, a generosidade, reprimindo a hostilidade, a arrogância e a agressividade, pois somos todos peregrinos em busca da infindável evolução espiritual.

Um melhor futuro é possível, mas é necessário o querer com seriedade, que vem do coração, do eu interior com força total. Se os líderes e a população mobilizarem todo o seu potencial, buscando valores que contribuam para melhorar as condições que favoreçam o progresso real, para construir beneficamente ao amparo das leis naturais da Criação, com certeza um futuro melhor será alcançado. Depende apenas do nosso querer.



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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Dedique um tempo para sentir o perfume das rosas

Intrigante, numa primeira e rápida passada de olhos. É o mínimo que se pode dizer do editorial “Take Time to Smell the Roses” (qualquer coisa tipo: Dedique um Tempo para Sentir o Perfume das Rosas), publicado no boletim ENSO Signal, volume 17, maio de 2001. Com uma leitura um pouco mais atenta, talvez se conclua que esse, além de interessante, é muito pertinente, para quem, de uma forma ou de outra, se encontra envolvido com atividades científicas.

    O citado editorial é assinado por Michael H. Glantz, sociólogo, pesquisador do National Center for Atmospheric Research, sediado em Boulder, Colorado, EUA. Trata-se de uma reflexão sobre a sua vida pessoal e profissional, principalmente, mas que pode ser extrapolada e acaba encontrando identificação fácil em muitos de nós.

    As reflexões do Dr. Glantz foram despertadas, segundo ele comenta, durante uma viajem a Bancoc, por um cartoon. Tipo estes publicados diariamente em jornais, que captam com facilidade nossos sentimentos e percepções da realidade, quando não a própria realidade. O desenho em questão mostrava um homem na sua mesa de trabalho, com uma pilha de papeis. Atrás dele, um armário estufado de papeis. Pelo chão, papeis e mais papeis espalhados.
E a legenda: “I'm giving up trying to get ahead, so I can concentrate on slowing down the rate at which I'm falling behind". Digamos, não literalmente, algo como: “Eu estou desistindo de tentar andar sempre na frente, para poder me concentrar naquelas coisas que estão fazendo com que eu fique para trás".

    A cena descrita acima pode ter muitos significados. Cada um que pegue o seu. Pessoalmente, compartilho com o Dr. Glantz o sentimento que, quando se e olha demais para o futuro, acaba-se esquecendo de pensar/viver o presente. Reflexões deste tipo podem se aplicar muito bem tanto a nossa vida pessoal quanto profissional. E a relevância que damos a esse tipo de frase depende muito, é claro, do nosso estado de espírito no dia que nos deparamos com elas.


    Não há dúvidas de que todos que estão envolvidos com pesquisa científica, e exercem a atividade com um mínimo de seriedade, buscam, no fundo, somar algo ao conhecimento existente. E fazer qualquer diferença na ciência, hoje, por menor que essa seja, não é tarefa simples. Poucos conseguirão, apesar de muitos gastarem toda uma vida profissional buscando isso. E é essa busca por querer acrescentar alguma coisa ao conjunto do conhecimento vigente que caracteriza a atividade científica como orientada para o futuro. Com isso, surge o problema: muitos exageram tanto nesta tal orientação para o futuro que acabam não percebendo direito o presente. Não conseguem, por exemplo, acompanhar o estado atual do conhecimento. Terminam isolados cientificamente. E, por uma mera incapacidade de síntese do presente, invariavelmente, ficam para trás. São superados, ou, quando muito, reinventam a roda.

    Acompanhar, ou melhor, tentar acompanhar o estado-da-arte da produção científica em qualquer área do conhecimento exige uma dedicação que poucos mortais estão dispostos a se sujeitar. Há tanta informação disponível que se tornou humanamente impossível ler tudo sobre um determinado assunto.

    O ponto crucial é que se acaba, muitas vezes, realizando pesquisas que já foram feitas. Originalidade, apesar de ser um pressuposto na ciência, é coisa rara. De fato, muitas vezes, o que há é um gasto de tempo, de recursos escassos e desperdício de potencial humano. O desafio é como retomar o controle desta situação. Pois, ninguém tem dúvida, que a pesquisa científica continuará com o seu foco no futuro (inovação). Porém, esta orientação para o futuro não descarta um olhar para o passado e, muito menos, uma visão panorâmica e de síntese do presente.

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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

As conquistas da Ciência e da Saúde em 2014

De novas técnicas de transplante a exame de sangue que detecta depressão; veja quais foram as grandes descobertas que revolucionaram a ciência médica neste ano
O ano de 2014 foi marcado pela maior epidemia de ebola da história. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 6 mil pessoas morreram por causa do vírus. Fora a tragédia provocada pelo vírus, o ano também contou com diversas notícias positivas sobre novas técnicas de transplante, um exame de sangue para diagnosticar a depressão e ainda uma promissora vacina contra o ebola, ainda em testes.

Transplante de coração morto

O tempo é um fator importante para o transplante de orgãos, mas cirurgiões na Austrália realizaram o primeiro transplante cardíaco usando um coração tecnicamente morto. Os médicos ressuscitaram o orgão 20 minutos após ele parar de bater. Normalmente, os corações usados em transplantes são retirados de pacientes com morte cerebral, mas ainda com batimentos cardíacos. A nova técnica permite aumentar o número de transplantes cardíacos.


Médicos recorrem a impressora 3D para primeiro transplante de crânio

A cirurgia, que durou 23 horas, entrou para a história. Uma holandesa se tornou a primeira pessoa a receber uma prótese plástica em reposição total ao crânio. A mulher sofria de uma condição rara que fazia com que o crânio ficasse mais espesso. Isso causava fortes dores de cabeça e fazia com que o cérebro fosse pressionado pelo crânio. De acordo com os neurocirurgiões, a técnica pode ser usada também em pacientes com danos severos ao crânio, ou tumores.


Exame de sangue detecta depressão

“O diagnóstico da saúde mental finalmente chegou ao século XXI”, comemorou Eva Redei, da Universidade Northwestern ao divulgar o primeiro teste de sangue a diagnosticar a depressão. A técnica utiliza marcadores biológicos para detectar a doença como também indicar o tratamento mais adequado para cada paciente.


Implante de vagina desenvolvida em laboratório

Um grupo de médicos americanos conseguiu implantar vaginas criadas em laboratório em quatro mulheres que sofriam de má formação dos órgãos genitais. Os médicos usaram uma tecnologia pioneira retirando amostras de tecido das mulheres e construindo em laboratório a parte implantada a partir de um molde biodegradável. Depois do implante, as pacientes relataram níveis normais de "desejo, excitação, lubrificação, orgasmo e satisfação", além de não terem relatado dor durante a relação.

Dieta mediterrânea é boa para viver mais

Todo mundo já indicava a dieta mediterrânea como a melhor para uma vida saudável, porém cientistas conseguiram provar que ela é a mais apropriada para quem quer viver bastante. Existe uma explicação genética para issto. A mistura de vegetais, azeite, peixe fresco e frutas pode impedir o nosso código de DNA de despedaçar à medida que envelhecemos, de acordo com um estudo publicado este ano no British Medical Journal.


Vacina contra ebola se mostra promissora

Ainda é cedo para comemorar , mas tendo em vista a tragédia ocorrida em 2014 por conta da maior epidemia de ebola da historia, a possibilidade de uma vacina contra a doença já enche a todos de esperança. Testes iniciais de uma nova vacina contra a doença tiveram resultados positivos no Mali. O esforço envolve a Organização Mundial de Saúde (OMS), os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos e a farmacêutica britânica GlaxoSmithKline.

Células-tronco se transforam em assassinas de tumor cerebral

Cientistas encontraram uma forma de transformar células-tronco em "máquinas" contra o câncer cerebral. Em uma experiência com ratos, as células-tronco foram geneticamente modificadas para produzir toxinas que podem matar tumores no cérebro sem matar as células normais. Pesquisadores dizem que o próximo passo será testar o processo em seres humanos.

A um passo da cura do diabetes tipo 1

Uma equipe de pesquisadores usou células-tronco para produzir milhares de células que controlam o nível de açúcar no sangue, capazes de secretar insulina. O estudo deu esperanças para uma possível cura da diabetes tipo 1, pacientes que tiveram as células produtoras de insulina destruídas por um processo autoimune.


Nasce primeiro bebê em útero transplantado

Uma sueca foi a primeira mulher do mundo a dar à luz um menino saudável depois de passar por um transplante de útero, abrindo a possibilidade para que milhares de mulheres inférteis possam ter filhos. o parto ocorreu dois anos depois de a paciente receber um útero doado por uma mulher sem vínculos com ela, de 61 anos de idade.

BBC Brasil.

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domingo, 28 de dezembro de 2014

A ciência de 'aprender dormindo'

A ideia de aprender enquanto dormimos é tão atraente quanto controversa. Na literatura e no cinema, o mais comum é que ela tome a forma de uma mente inconsciente absorvendo novas informações a partir de uma gravação tocando ao fundo.
Hoje, se sabe que este tipo de aprendizado durante o sono é quase certamente impossível. Embora estudos iniciais tivessem sugerido que as pessoas sejam capazes de guardar alguns fatos durante o sono, a verdade é que os cientistas nunca puderam descartar que elas não tivessem simplesmente acordado levemente e ouvido a gravação.
Para testar essas suspeitas, Charles Simon e William Emmons conectaram eletrodos ao couro cabeludo de voluntários e se asseguraram de que suas 'cobaias' estavam dormindo no momento em que gravações fossem tocadas. As pesquisas, feitas nos anos 1950, confirmaram as suspeitas: as pessoas não aprenderam nada do que foi tocado para elas enquanto dormiam.
Apesar de ser impossível ensinar habilidades do zero a uma pessoa durante o sono, há muitas maneiras, básicas ou sofisticadas, de ajudá-la a consolidar conhecimento adquirido enquanto descansa.
Quando dormimos, nosso cérebro pode não enxergar ou escutar novas informações, mas está absorvendo as experiências do dia anterior, enviando memórias do hipocampo, onde os cientistas acreditam que elas se formam, para as várias áreas do córtex, onde são armazenadas a longo prazo.
"O sono ajuda a estabilizar as memórias e a integrá-las a uma rede de recordações mais antigas", diz Susanne Diekelmann, da Universidade de Tubingen, na Alemanha.
Dormir também possibilita a generalização daquilo que aprendemos, para podermos aplicar o conhecimento em novas situações.

'Manipulando' sonhos

Assim, vários experimentos têm buscado estimular o cérebro durante o sono com a finalidade de ajudá-lo a consolidar fatos e habilidades aprendidos durante o dia.
Entre os métodos existentes para alcançar esse fim, o mais simples deriva de uma pesquisa realizada no século 19 pelo nobre francês Marquês d’Hervey de Saint-Denys.
Explorando maneiras de manipular seus sonhos, ele descobriu que podia evocar certas lembranças com odores, sabores e sons. E usava esses estímulos durante o sono para ter noites com sonhos mais prazerosos.
Essa mesma abordagem pode fazer o cérebro reproduzir, durante o sono, habilidades e fatos adquiridos, reforçando o aprendizado.
Diekelman fez uma experiência com voluntários na qual pediu para eles memorizarem uma sequência de objetos enquanto inalavam um aroma artificial e sutil. Quando os voluntários dormiam, a cientista borrifou o mesmo aroma nas narinas de alguns deles.
Uma tomografia mostrou que eles apresentavam uma comunicação maior entre o hipocampo e as áreas do córtex. No dia seguinte, esses voluntários lembraram de 84% dos objetos na sequência, enquanto o grupo que não foi submetido ao aroma durante o sono lembrou de apenas 61%.

Upgrade tecnológico

Em um futuro próximo, a tecnologia poderá oferecer novas maneiras de incentivar os ciclos do sono no cérebro. Cientistas acreditam que a consolidação da memória ocorre durante oscilações específicas e lentas da atividade elétrica cerebral. Por isso, estão tentando estimular esse tipo de onda no cérebro sem acordar o paciente.
Jan Born, da Universidade de Tubingen, é um dos pioneiros nesse tipo de experiência. Recentemente, Born testou uma espécie de touca de eletrodos que medem a atividade neural enquanto um fone de ouvidos toca sons em sincronia com as ondas cerebrais.
"O método aprofunda o sono de ondas lentas e o torna mais intenso. É uma maneira mais natural de fazer o sistema funcionar em um certo ritmo", explica.
Já Miriam Reiner, do Instituto de Tecnologia Technion, em Haifa, em Israel, está elaborando um tipo de "neurofeedback" que permite aos voluntários controlar sua atividade neural enquanto estão acordados. Um eletrodo ligado à cabeça dos voluntários envia sinais a um jogo no qual cada pessoa tem que dirigir um carro com o poder do pensamento.
Quando o eletrodo registra a frequência correta de ondas cerebrais, normalmente associada com a consolidação da memória durante o sono, elas aceleram. A mudança no estado mental é visível. "Me sinto mais relaxada, como se estivesse em um lugar sereno e bonito", diz Reiner.
A ideia é dar um impulso à consolidação da memória logo após o aprendizado, o que faz com que o cérebro funcione melhor durante o sono.

Pesquisas

Ainda são necessários testes mais abrangentes e com mais voluntários antes que essas técnicas sejam adotadas no dia-a-dia. Para Reiner, ainda precisamos nos perguntar se seria correto começar a manipular as memórias das pessoas, ainda que com boas intenções.
"O sono é um estado vulnerável", observa ela.
Mas a cientista ressalta que questões como essa não devem conter o interesse em aprender dormindo.
Em última instância, pesquisas sobre o assunto podem mudar a maneira como percebemos essa parte tão subestimada de nossas vidas.
Em uma cultura ocidental onde ser workaholic é aceitável, o sono às vezes tende a ser considerado uma perda de tempo que tentamos vencer com uma boa dose de cafeína.
Mas quem sabe um dia comecemos a valorizar o dormir como uma parte do dia rentável na qual não precisamos fazer nada, a não ser relaxar.


sábado, 27 de dezembro de 2014

Momento é de colocar tudo em ordem para um 2015 sem problemas

Gastos com IPTU, IPVA, matrícula escolar e materiais didáticos precisam entrar no orçamento

O ano ainda não terminou, mas já é hora de pensar nas contas de 2015. Nos próximos três meses, IPTU, IPVA, matrícula na escola e compra de material escolar ganharão espaço no orçamento, o que vai exigir planejamento e jogo de cintura por parte do cidadão. Por isso é bom fugir de gastos excessivos, como em viagem de férias. Neste momento, a calculadora é a sua melhor amiga e a dica é não gastar mais do que se ganha, separando parte do salário e 13º para as despesas de início de ano.

Para o economista Eliézer Timm, nesta época o ideal é evitar o consumo desnecessário, sem esquecer das contas que virão junto ao novo ano. Nesse sentido, é bom usar o 13º para atividades de fim de ano, não comprometendo o salário mensal. Segundo ele, facilidades de crédito e financiamento mais acessível acabaram aumentado os índices de endividamento no país e por isso é preciso planejar para garantir a saúde financeira pelos próximos 365 dias. "É importante que a família se reúna e planeje o orçamento do ano. Esta é melhor saída para um ano novo tranquilo, de fato."

Descontos
Em Pelotas, os carnês com os novos valores do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) surpreendem muitos contribuintes, desavisados sobre as mudanças na fórmula de cálculo do imposto. Após semanas de discussões até a aprovação no fim de novembro pela Câmara de Vereadores, o IPTU 2015 passa a ser cobrado de acordo com a nova Planta Genérica de Valores da prefeitura, com alíquotas diferentes das praticadas até 2014, tanto para prédios como para terrenos. A mudança deve acrescentar R$ 20 milhões aos cofres públicos, elevando de R$ 34 milhões para R$ 54 milhões a arrecadação com IPTU na cidade.

Apesar da alteração, a população vai continuar tendo direito a descontos no caso de antecipação de pagamento. Os carnês pagos até o dia 5 de janeiro de 2015 receberão 15% de abatimento. O percentual cai para 5%, caso o cidadão pague até o dia 23 de janeiro. Quem preferir, pode parcelar a taxa a partir do dia 10 de fevereiro, sem dedução. Nesta situação, o valor mínimo da parcela é de R$ 22,03 por prestação. Isenções para 2016 poderão ser solicitadas até o dia 30 de setembro de 2015.

O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) também pode ser pago com desconto. Proprietários que quitarem a taxa até o dia 2 de janeiro receberão dedução mínima de 9%. A economia pode chegar a 29% se somadas as deduções do programa Nota Fiscal Gaúcha - disponível para quem cadastrou pelo menos cem notas no programa - e da Lei do Bom Motorista, que premia condutores sem multas no mínimo há um ano. Dos 5,6 milhões de automóveis do Estado, 3,8 milhões pagam o imposto.

Gastos escolares
O ano letivo nem bem terminou e muitos pais já devem preparar o bolso para os custos com escola em 2015. Os gastos com material escolar subirão, em média, 8% em relação a 2014. A tendência acompanha o ritmo de alta observado este ano no setor de educação, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em 12 meses, o preço do ensino subiu 8,29%, chegando a 11,95% no caso da Educação Infantil. A alta vai além da inflação oficial, de 6,75%, e atingiu itens como uniforme escolar, livros e artigos de papelaria.
A previsão de aumento é confirmada por Vinicius Lemões, gerente de uma papelaria local. Segundo ele, quem deixar para comprar material escolar na última hora vai pagar mais, algo que não deve acontecer com o policial militar Luís Carlos Amorim, 44, e a dona de casa Tatiana Acosta Amorim, 42. 

O casal resolveu se antecipar e comprar o material da filha, Maria Luiza, de oito anos, bem antes da volta à aulas. Com uma lista gigantesca em mãos, os dois esperam economizar e fugir das imensas filas, comuns no fim das férias escolares.

Quando o assunto é mensalidade escolar, os valores também devem ficar acima da inflação. Segundo a presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pácios, todos os anos as parcelas sofrem reajuste de acordo com projeção de gastos feita pela escola para o período seguinte. No cálculo, o educandário também leva em conta o número de alunos matriculados. As instituições de ensino devem divulgar o valor do ajuste no prazo mínimo de 45 dias antes da data final para matrícula, conforme o calendário e cronograma de cada uma.

Saiba usar o 13º
- Se você tem dívidas, aproveite o benefício para quitá-las e entrar o ano novo livre de contas ou, pelo menos, mais aliviado.
- Se os juros estão muito altos, procure o banco para tentar renegociar as taxas e conseguir um desconto.
- Caso não tenha dívidas, reserve parte do dinheiro para pagar IPVA, IPTU, matrícula e material escolar. No caso dos impostos, o ideal é pagar à vista, pois os descontos obtidos valem a pena.
- Calcule o quanto pode gastar, sem se endividar, com viagens de fim de ano, por exemplo. Nas compras, prefira a condição à vista e peça desconto.
- Poupe o máximo que puder. Procure informações sobre outros investimentos além da poupança, pois esta remunera muito pouco.



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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O lado positivo e o negativo da tecnologia: em qual você está?

Quando falo em dualidade das tecnologias, refiro-me ao fato de a tecnologia ter dois lados: um positivo e outro negativo; um científico e outro social; um material e outro imaterial; um presencial e outro a distância, e assim por diante.
A internet, as mídias sociais, os dispositivos móveis, os games e outras tantas tecnologias são bons exemplos disso.
A internet, ao mesmo tempo em que nos permite o acesso a um mundo cheio de novidades, informações, conhecimentos, entretenimento, ou seja, nos proporciona estudo, trabalho, diversão, relacionamentos etc. de qualquer lugar, com qualquer pessoa, a qualquer hora, também propicia diversos crimes. Bandidos e pessoas mal-intencionadas se aproveitam das facilidades, do acesso, da inocência ou descuido das pessoas para roubar, extorquir, praticar bullying, aliciar menores etc.
A mesma coisa acontece com as redes sociais, que nos colocam em contato com tantas pessoas, mas, ao mesmo tempo, nos tornam escravos, pois é preciso “curtir” o que seus amigos postam, compartilhar, estar atento o dia todo, ou melhor, o tempo todo, para não “perder” nada, nem ser excluído. 
Os dispositivos móveis são uma panaceia neste contexto, pois permitem que tudo isso seja feito de qualquer lugar, a qualquer momento, na palma da sua mão. Por outro lado, você fica sempre “no ar”, disponível, pois ninguém quer mais “largar”... desligar o aparelhinho. As pessoas permanecem grudadas nele, mesmo quando está carregando!
É preciso que pais, educadores, psicólogos, pedagogos, empresas, governos e sociedade civil observem com mais atenção este fenômeno e vejam como isso vem afetando positiva e negativamente as pessoas.
Em casa, é preciso regras para que haja tempo para tudo: fazer as lições escolares, curtir a família, participar das decisões e afazeres domésticos etc. E isso vale para pais, mães e filhos!
Na escola, é preciso que haja uma maior utilização dessas tecnologias para que professor e aluno se compreendam e se relacionem melhor, além, é claro, de criarem novas formas e roteiros de estudos facilitados pelas tecnologias, inclusive as móveis. Isso pode melhorar a interação dos alunos, seu interesse pela escola e pelos estudos, seus resultados, sua saúde e até mesmo sua psique.
No trabalho, é necessário compreender que há tempo para tudo e que tudo pode ter um novo lado. Em vez de ser considerado um vilão da produtividade, a internet, os dispositivos móveis, os games etc. podem ser aliados das organizações, dos projetos, dos profissionais e promover maior interação e comunicação entre pessoas, departamentos, clientes, parceiros etc..
Um dispositivo móvel, como um smartphone ou um tablet podem ser lupas digitais, assistentes virtuais, leitores de tela, GPS, conversores de mídias (áudio, vídeo, imagem etc.), meio de comunicação, de transmissão de dados, informações, documentos e conhecimentos. Pode ser uma agenda incrível, uma lanterna, uma plataforma de gestão de projetos, de interação e comunicação interna, de aprendizagem a distância e muito mais! O potencial para as pessoas, as escolas, as empresas e a sociedade é ilimitado.
Recentemente, li uma reportagem sobre uma nova tecnologia de holografia que permitiria às pessoas se comunicarem de qualquer lugar do mundo como se estivessem frente a frente. Outra tecnologia muito interessante é a de materialização do som, ou seja, cada objeto, imagem, paisagem, pessoa etc. pode ser transformado em resposta por áudio que se converte numa “massa” de energia, mas que pode ser tocada.
Voltando à dualidade, imagine seu uso na medicina, na visualização de tumores, cirurgias etc? Salvaria muitas vidas! Mas imagine também, este uso no meio corporativo, escolar, social? Também salvaria muitas vidas! Por exemplo, poderia oferecer às empresas a possibilidade de analisar novos produtos, tocando sua forma num protótipo de massa de energia gerada por som. Poderia, ainda, oferecer a um aluno cego a possibilidade de sentir as formas dos objetos, das paisagens... Imagine uma criança cega descobrindo a forma de um vulcão, tocando na sua forma virtual?
Mas para saber usar as tecnologias a seu favor e a favor de uma sociedade melhor, é preciso estar pronto para isso. Você está?
A grande maioria não está preparada.
De qual lado da tecnologia você está?

Sempre é possível contar com a ajuda de um profissional, como um consultor ou coach em novas tecnologias para novos fins e mudar o lado em que você está hoje.

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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Freud explica o fascínio pela ditadura cubana?

É difícil de entender como tantos democratas brasileiros e latino-americanos – a totalidade de esquerda, parte se reconhece como intelectual – quase vão ao orgasmo ao falar de Cuba, a bela fazendola de Fidel Castro. 

Ninguém, entre os ferrenhos defensores desse regime foge para a ditadura da ilha, nem sonha em morar lá, mas defende o que acontece no país sem se dar conta da esquizofrenia embutida em tal postura.
Aliás, a questão do êxodo é ponto crucial: desde janeiro de 1959, data em que os Castros se adonaram do território e começaram os fuzilamentos e prisões em massa sem qualquer julgamento civilizado centenas de milhares fugiram DA ilha e quantos fugiram PARA a ilha? Mas que diabo de paraíso é esse que ninguém deseja habitar?

Aos 16/17 anos, estágio em que a ignorância crê que sabemos tudo, é comum achar que ditadura é opção contra as mazelas que afrontam. Nesse estágio de vida só o insensível deixa de apoiar a utopia da felicidade. Mas, já adulto, após os fatos provarem que a utopia só produz mortes, tortura, prisões, carnificina é insensatez fechar olhos, ouvidos e bocas para a tragédia – daí perguntar se Freud tem resposta.

 Carl Jung não responde porque trata do sonho, não do pesadelo. Nesse sentido, do México para baixo, só a ditadura Argentina, com 33 mil mortos, foi mais carniceira do que a ditadura de Fidel/Raul com seus mais de 20 mil mortos, a maioria por fuzilamento sumário.

Aos 16/17 anos o mundo é terrível (para Fidel jovem insatisfeito é frescura burguesa, lá ele iria para campo de trabalho forçado), quem terá coragem de consertar? Assim, munidos da ultrassabedoria que Deus só dá aos adolescentes, vamos à luta. Ao parar, tossimos a poeira ao constatar que integramos boiada enquanto Fidel curte delicias de nababo em Cayo Piedra tomando leite de vacas importadas e uísque escocês. (enquanto Fidel vive como burguês o turismo sexual se expande e as adolescentes se prostituem em busca do dólar que pode reduzir a penúria do cotidiano).


Cuba é simples de entender quando a gente cresce: lá só há o Partido Comunista mandando com mão de ferro na economia, ensino, imprensa, Judiciário, sindicatos, associações e mente das pessoas. Fidel é exímio condutor de boiadas, daí porque nossos democratas baixam a cabeça e o seguem cegamente? Repito o espanto: por que tantos democratas apoiam a ditadura cubana? Não pode ser apenas complexo de boiada!

O fantástico é que se surge uma dúvida na vida do cubano (é raro, dúvida é coisa de burguês decadente) o Departamento de Orientação Revolucionária (DOR) diz, em nome de Fidel, como o camarada deve agir; estabelecendo, assim, o domínio de corpo e mente como descreve Czeslaw Milosz, polonês Nobel de Literatura que sentiu na carne o tacão dessas tiranias. 

Que o cubano seja criança grande sem alcançar a emancipação típica que faz cidadãos íntegros, não surpreende, é assim nas tiranias. O que também nos leva apelar para Sigmund Freud é o cidadão fora de Cuba se comportar como adolescente imberbe diante do que ocorre na Ilha. Mais: como o jovem travesso contestador daqui apoia quem esmaga o jovem travesso e contestador de Cuba?

A tirania impede a emancipação do ser humano, tornando-o robô, dotando-o de nano cidadania, mas no Brasil, o que gera a cegueira? O que produz a esquizofrenia de condenarmos, em dado momento, as ditaduras e, no momento seguinte defendermos a tirania cubana como faz parte da chamada esquerda brasileira e significativo numero dessa categoria que denominamos de intelectual? Cartas para a redação!
PS.: Com o fim do embargo, burrice da diplomacia Big Stick dos EE.UU (só quem ganhou foi Fidel), teremos em Cuba, assim como na Argentina e Brasil, uma Comissão da Verdade que revele as atrocidades cometidas por uma das ultimas excrescências do socialismo real (ao lado de Coréia do Norte) ainda existente no Planeta?



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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Gatos e ratos

Fábulas, assim aprendi, são composições literárias curtas, escritas em prosa ou verso, na qual os personagens são animais que apresentam características antropomórficas e estão presentes na literatura infantil. Possuem caráter educativo e encantam crianças e adultos. Isso posto, transcrevo - com notas muito pessoais, é óbvio - uma fábula, quase esopiana, que li em algum lugar. Trata-se de um singelo preito aos bichos que labutam para sustentar gatos e ratos.

Um jovem chacareiro cultivava cereais. Todo ano, no fim da safra, a produção era depositada no paiol. Com os cereais, ele alimentava os bichos do sítio. Em permuta, eles lhe proviam o sustento. Um velho cão, herdeiro de muitos outros, gerenciava o paiol, mas os ratos teimavam em roubar o produto ali recolhido. Era uma azáfama duríssima. Os ratos insistiam sempre e, vez por outra, surrupiavam uma espiga de milho aqui, outra acolá. Em homenagem ao fatigante trabalho do cão, os bichos o elegeram presidente do sítio.

Certo dia surgiu um gato no terreiro. Era magricela, finório, tagarela e portava longos e atrevidos bigodes: um legítimo gato barbudo! Zeloso do seu afã, o cão reagiu, latindo ferozmente. Ansiava escorraçá-lo. O chacareiro não deu importância aos obstinados avisos. E o bichano, intrometido, pachorrento, olhar zombeteiro, malandro, acabou por instalar-se.

Esperto, o gato foi conquistando a confiança dos outros bichos do sítio: ovelhas, cabras, vacas, cavalos, galinhas e asnos. Bonzinhos, eles ouviam atentos o que o bichano tinha a dizer. E eram lamúrias. Muitas lamúrias. "O que vai ser de mim? Não há lugar neste sítio para um pobre bichano como eu, injustiçado, debilitado, inocente e com o dedinho massacrado?" Após tanto chororô, a bicharada passou a confiar nele. 


Miou tanto, tanto, que um dia, revoltados com o miserê do gatinho e com a justiça social que grassava no sítio, a bicharada decidiu derrubar o cão. Expulso, de pronto o gato foi entronizado no posto.

No início tudo era festerê: encarapitado no lombo do asno, o gato viajava para outros sítios. Alguns longínquos. E se gabava da sua conquista. O sítio, acreditava-se, viveria uma nova era. Uma era de prosperidade e abastança. Um tempo de esperança. A festança era tão grande e havia tal júbilo que a bicharada não percebeu que, a cada novo dia, novos gatos com caudas longas e felpudas pintavam no terreiro. Gatos que - diga-se de passagem! - menosprezavam o trabalho.

Eis que, certo dia, o inusitado aconteceu! As cabras, que produziam o leite mais gordo da área rural, foram expulsas pelos gatos companheiros do gato-presidente. As galinhas, que punham muitos ovos, foram enxotadas do galinheiro e os gatos, cada vez em maior número, fingiam estar botando ovos. Quando o asno deu as caras para tirar o arado, um bando de gatos dormitava sobre os arreios.

Ora, como era de se preconizar, o gato-presidente agora lustroso, perfumado, bem fornido e cheio de razão, não conseguia tomar conta do paiol. De imediato, os ratos entenderam o seu drama. Céleres, atacaram como nunca os cereais nele armazenado. 

Assustado, o gato-presidente correu para aconselhar-se com o gato-conselheiro que assim lhe falou: "Companheiro! A coisa está ruça! Em nome da governabilidade do sítio urge a formação de um pacto com os ratos. Afinal, nunca é tarde lembrar a máxima de Maquiavel - os fins justificam os meios". E um pacto foi lavrado entre gatos e ratos: os ratos fingiam não roubar os cereais e os gatos fingiam caçá-los. Algo bem singelo. Sem mirabolantes exercícios de inteligência.

Burlada, a bicharada acreditou. Os ratos que comiam os cereais às escondidas sustentavam os gatos no poder. Mas os cereais foram escasseando, escasseando, escasseando... E a bicharada começou a sentir fome. E foi reclamar ao gato-presidente. Trop tard! Era rato por todo lado. Ratazanas fortes, roliços, luzidios. E a bicharada - coitada! - sem um só grão.
Esfaimados, atraiçoados, os bichos foram privados do mais belo de todos os sonhos - a esperança de viver dias mais felizes!



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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Pessoas com pedras nos rins podem desenvolver problemas cardíacos diz estudo

Novos estudos feitos sobre as pedras nos rins, apontaram que o desenvolvimento do cálculo renal está diretamente ligado ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Um estudo discutido durante o Congresso Brasileiro de Nefrologia, apontou que a formação dos cristais que acontecem nos rins, pode acontecer também nas artérias coronarianas e intracranianas, e causar calcificações nesses vasos.
Além dos cálculos renais, a hipertensão arterial, o diabetes, a síndrome metabólica e a insuficiência renal crônica, são outras doenças que podem aumentar o risco do desenvolvimento de doenças cardíacas, por pessoas com pedras nos rins.
O presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Daniel Rinaldi dos Santos, afirmou que a primeira atitude para evitar o desenvolvimento dessas doenças é ingerir água suficiente, ao menos dois litros por dia.


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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Reforma política: sim ou não?

Alguns leitores me apostariam por ser extremamente ácido, e até injusto, dizem eles, com o Partido dos Trabalhadores. Em verdade, nada tenho contra o partido em si. Não o deifico, mas também não o demonizo. O que gloso, e o faço com isenção, são os atos perpetrados por suas raposas felpudas de rabos maneirosos e de hábitos inaceitáveis, que assediam e assaltam os cofres da nação. Aliás, não estou solitário na crítica. 

"O PT caiu na vala comum das demais siglas e superou a malandragem dos outros": são palavras de Olívio Dutra, ex-governador gaúcho, candidato a senador derrotado nas eleições passadas e um dos fundadores do partido, ao jornal O Sul, em edição de 5 de dezembro último. Isso posto, sem pimpar, vascolejo a poeira e sigo em frente.

A proposta de reforma política frequenta com destacada assiduidade as arengas de parlamentares, programas partidários e candidatos a cargos públicos. Na prática, porém, pouco ou nada avança. Como o PIB brasileiro, às vezes até recua a níveis que se aproximam de zero. Não chega a ser algo de todo mau. As regras do jogo político-eleitoral no Brasil carecem de alguma estabilidade e não podem ser alteradas a torto e a direito sob a influência de eventuais maiorias no Congresso Nacional. Todavia, é óbvio que há distorções - algumas até muito graves! - no quadro partidário, assim como na forma como se exercita a política eleitoral. E elas podem ser banidas sem a necessidade de qualquer revolução heroica.

Hoje fica claro que do enorme crescimento no número de legendas, a maioria delas com representação no parlamento, não resulta um maior poder de atração sobre o eleitor. Quer dizer: o sistema partidário falha na sua função essencial - ser a voz do eleitor! Era previsível que, em 1985, esgotado o período militar, com o retorno das liberdades civis sacramentadas na Carta Magna de 1988, novos partidos fossem criados - ou recriados. Afinal, a camisa de força da legislação vigente tornara o MDB e a Arena, depois PDS, simples conglomerados de tendências à direita e à esquerda.

Mas o que se viu, reabertas as comportas da democracia, foi uma imensa pulverização de legendas. De 1988 até 2013 - 25 anos! - o número de partidos políticos brasileiros aumentou em 350%: de sete para 32. Destes, 22 deles com deputados eleitos para a Câmara Baixa. Não obstante, pesquisas realizadas no período 2004/2010 confirmam a maior preferência dos eleitores por três legendas: PT, PMDB e PSDB, como sabido. O ruim é que a esmagadora maioria - 66% este ano e, no melhor cenário, 56% em 2010 - não opta por qualquer partido. Não há, pois, relação entre liberalidade excessiva na legislação que rege a vida dos partidos e grau de representatividade das legendas, fator essencial na democracia representativa.

O problema não chega a ser o número em si de legendas, mas o fato de que, por falta de uma cláusula de barreira ou desempenho, há muitos partidos nanicos com acesso ao fundo partidário e ao horário no programa político. E o resultado logo se fez presente: "inventar" partido político virou negócio rentável - no sentido pecuniário mesmo do vocábulo. Minuto de TV virou moeda de troca: às vezes, literalmente!

Instituir, pois, a cláusula de barreira é crucial para aprimorar a escassa legitimidade do quadro partidário brasileiro. E ainda facilitará as alianças para a governabilidade. Continuará a ser possível fundar legendas, mas somente aquelas que atraiam percentuais mínimos de eleitores terão prerrogativas plenas, como em democracias consolidadas, o que não é o nosso caso. Um segundo aperfeiçoamento seria o fim das coligações em eleições proporcionais para que restos de votos não elejam candidatos de legendas coligadas, totalmente incógnitos do eleitor.

Não são necessárias, assim acredito, alterações profundas para se dar um salto de qualidade na vida pública brasileira. Inclusive, é justo lembrar, ministros do Supremo Tribunal Federal, o STF, onde em 2006 um projeto de cláusula de barreira foi por eles derrubado, consideram oportuna uma nova análise do tema. Assunto para a legislatura e a presidente que assumem em janeiro de 2015, sem que seja forçoso apelar para a proposta golpista de uma "constituinte exclusiva".


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