segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Futebol para quem?


Antigamente, bons jogadores de futebol eram encontrados em qualquer bairro de qualquer cidade do País. Os campinhos de peladas se espalhavam por todos os cantos e ofereciam condições às crianças para mostrar qualidade e, ao mesmo tempo, oportunizavam aos "olheiros" pinçar os melhores que, levados para clubes organizados, eram lapidados para surgir no cenário profissional.

O crescimento demográfico das cidades foi eliminando os campinhos e fazendo sumir em grande parte as peladas de finais de tarde, sem contar que também, as crianças urbanas passaram a trabalhar para ajudar na sustentação familiar.

O surgimento de bons jogadores foi reduzido e inclusive, uma mudança no processo natural, com aproveitamento de atletas veteranos (ex-profissionais) pelas agremiações que disputavam os certames amadores, como ainda hoje acontece.

No outro lado da moeda, o material esportivo, cada vez mais sofisticado, foi encarecendo e muitos dos chamados pró-homens (que tiravam dinheiro do bolso para alimentar clubes) foram sumindo e, com isso, o fechamento de um grande número de clubes profissionais e amadores que não resistiram aos novos tempos.

 Para conseguir manter os clubes que sobraram no processo, novas normas foram sendo ativadas, como por exemplo, sócio ter que pagar ingresso para entrar no estádio em dias de jogos, aumento dos valores de mensalidades, comercialização de camarotes e cadeiras nos estádios, entre outras.

Nessa verdadeira roda viva, o futebol se tornou "saco sem fundo". Os atletas se valorizaram profissionalmente e as diretorias, para fazer frente aos custos, também aumentam o valor dos ingressos, promovendo um natural esvaziamento das praças esportivas, com os torcedores passando a escolher jogos para assistir.

O futebol se elitizou, especialmente nos grandes centros, ao ponto de, agora, com a construção das chamadas "Arenas" praticamente inviabilizar a presença de torcedores de menor poder aquisitivo.

Diante desse fato, o ministro dos Esportes, Aldo Rabelo, resolveu realizar reunião com dirigentes de clubes, administradores de estádios, representantes das Secretarias de Esportes dos Estados e da Confederação Brasileira de Futebol, para que seja encontrada uma solução que possa fazer com que o futebol seja, novamente, para o povo.

 Os integrantes da reunião deverão enviar sugestões que viabilizem a redução dos valores de ingressos, entre outras, para evitar que, na maneira como segue, o Brasil tenha monumentais palácios esportivos entregues às moscas.



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domingo, 29 de setembro de 2013

Cartilha ajuda pais em brincadeiras adaptadas para filhos com síndrome de Down


A organização não governamental Movimento Down, em parceria com os Correios, lançou na manhã de hoje (27) uma série de cartilhas para auxiliar pais e profissionais em brincadeiras e jogos adaptados para crianças com síndrome de Down. O material, chamado TO Brincando (terapia ocupacional), tem propostas pedagógicas para facilitar o aprendizado de conceitos relacionados à comunicação, ao raciocínio lógico e à percepção corporal. A coleção foi elaborada junto com o Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), será disponibilizada para download gratuito no portal da organização.

“O projeto nasce de uma necessidade de formação e informação de pessoas que trabalham com crianças com síndrome de Down. A gente vem trabalhando e desenvolvendo jogos comerciais a partir desse olhar. Então, a gente pensa nesse jogo como um que tenha mais acessibilidade física, visual e comunicativa”, disse a coordenadora do projeto TO Brincando, Miryam Pires.

Para Miryam Pires, o principal obstáculo enfrentado pelos pais é a falta de conhecimento sobre como educar o filho. “Fazemos workshop para famílias, para profissionais. A gente traz crianças para o atendimento aqui no IPPMG [Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira]. Temos mais ou menos 50 crianças em trabalho aqui”.

A coordenadora do Movimento Down, Débora Mascarenhas, informou que o atendimento às famílias é feito pela internet. “Por via do contato do portal, a gente tem em torno de 3 mil famílias acolhidas em um ano e meio. Temos 45 mil seguidores no Facebook. Então, de forma direta, ou indireta, esse conteúdo chega no Brasil e fora dele. Tem 25 países, além do Brasil, que acessam o portal do movimento”, disse, acrescentando que a organização foi criada em 21 de março de 2012, quando o Brasil comemorou pela primeira vez o Dia Internacional da Síndrome de Down.

O ator Breno Viola, que tem a síndrome, destacou a importância do projeto. “É muito bom estar contribuindo juntos com o TO Brincando. Os materiais são adaptados para pessoas com deficiência”, disse o ator, que participou do filme Colegas, que conta as aventuras de três jovens com síndrome de Down.

Por Ag. Brasil

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O gigante não voltou a dormir, perdeu-se.

A expectativa é um dos sentimentos humanos mais difíceis de lidar, pois depois de alcançado um referencial, nada abaixo dele será considerado satisfatório e, desta forma, sempre estaremos em busca de sensações que superem as experiências anteriores.

O dia 07 de setembro de 2013 passou carregado de expectativas, em sua maioria, frustradas. Precedido por momentos históricos, onde todas as vozes foram manifestadas nos milhares de cartazes pelas ruas do país em junho, o dia da Independência não ouviu os gritos que esperava.

 
Já surgiram aqueles que decretaram o retorno do “gigante” ao seu berço esplêndido, e assim apregoam o descrédito no povo brasileiro que não lhes correspondeu às expectativas por não tomarem novamente as ruas com toda fúria e entusiasmo, não superando as imagens veiculadas há três meses pela mídia internacional.


Abstraindo as expectativas românticas e pouco lógicas, avalio que o “gigante” não voltou a dormir, mas está completamente perdido. Aparentemente não ficou claro para aqueles que exigem uma postura mais ativa e engajada do povo brasileiro, que este não assistiu às aulas politizadas das academias ou às reuniões ideológicas dos partidos e movimentos sociais. Sua motivação ainda é difusa, mas suas carências são claras.


As manifestações de junho contaram com anos de acúmulo de frustrações e angústias, associadas a um catalizador econômico que atuou como imã atraindo as pessoas para as ruas. Movimentos desordenados, desorganizados e acéfalos, mas com pelo menos um ponto em comum que os mantiveram unidos nas ruas: a necessidade de extravasar e aliviar a pressão. Todos foram contemplados por esta demanda.


De junho a setembro, os brasileiros foram bombardeados com mais uma série de decepções e escândalos, com corporativismos políticos que beneficiaram bandidos, e com o costumeiro paralisar das ações em benefício do povo. Porém uma coisa não aconteceu neste ínterim: nem políticos, nem líderes, nem entidades surgiram para assumir o papel de novos catalizadores dos motivos populares.


A acefalia de junho pôde ser compensada por fatores que suplantaram a importância de um guia comum, os próprios sentimentos e carências fizeram este papel. No entanto, estes motivadores jamais seriam suficientes para repetir as cenas daquela jornada. Como falamos no início deste texto, as expectativas só se superam por sentimentos mais fortes e impactantes que os anteriores.


Sem direcionamento, liderança e educação disseminados entre todas as fileiras dispostas a mudar este país, ainda que ele não adormeça, ficará sem rumo, perdido em meio a um campo que nunca lhe foi apresentado da maneira devida. O povo mantem os mesmos anseios e carências de antes, mas não sabe se o caminho das ruas é suficiente para saná-los.

 


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sábado, 28 de setembro de 2013

Sobre a saúde do homem


A princípio o título parece meio controverso, pois o assunto não tem a divulgação ampla como a saúde da mulher e é claro que ambos devem ter a devida importância como poderemos ver a seguir.

Dados demonstram que os homens morrem, em média, de 5 a 7 anos antes que as mulheres, independentemente da cultura e sistemas de saúde disponíveis. No Brasil, a causa mais comum de perda de vida do homem adulto, jovem, de 15 a 44 anos, são as causas externas que ceifam milhares de vidas por ano. Com o avançar da idade a causa de perda de vida precoce são as doenças cardiovasculares, principalmente após os 45 anos de idade e, após os 50 anos o aumento das doenças neoplásicas.

Outros dois grandes vilões, entre os homens, são o álcool, com estimativa de acometer em torno de 20% da população masculina adulta e o tabagismo que contribui como fator de risco isolado, considerado como doença e como fator decisivo para as doenças de cunho cardiovascular e neoplásicas.

Como podemos perceber os principais vilões de morbimortalidade entre a população adulta masculina são causas evitáveis e que podem no mínimo serem retardadas no seu surgimento com algumas mudanças de hábitos de vida, pois correspondem ao estereótipo da masculinidade.

Um dos problemas é a dificuldade de consultar ou ser abordado pelos serviços de saúde, pois sentem-se vulneráveis, fragilizados com essa atitude. A demonstração disso é difícil de ser trabalhada, pois sendo ele, normalmente, considerado o principal pilar de sustentação da família faz com que entre em jogo as particularidades desse grupo social: "Procurar atendimento médico é uma demonstração de vulnerabilidade!" E, isso é difícil de ser abordado e não se enganem, a intersecção direta vai levar, geralmente ao rechaço: "Não tenho problemas de saúde, sou forte e não preciso me cuidar!" Pensamentos que beiram à ideologia da magia.

Outra barreira enfrentada são os próprios horários de atendimento das unidades que geralmente entram em conflito com o horário do trabalho e sua falta, mesmo justificada, pode levar a danos na sua carreira.

Corriqueiramente o lugar de agrupamento das mulheres é a Unidade de Saúde e do homem o bar.

A barreira dos determinantes que se erguem diante das equipes assistenciais são múltiplas: socioculturais, biológicos e comportamentais.

A abordagem, portanto, deve ser enfocada com o olhar sob "lentes do gênero", para um atendimento humanizado e com qualidade de forma integral. Para tanto, poderíamos nomear alguns dos fatores que podem contribuir para essa melhora: acesso aos serviços de saúde, articulação da rede, comunicação adequada e baseada no ciclo da vida em que está inserido, capacitação das equipes que primeiro precisam "saber lidar" com essas nuanças, disponibilidade do recurso, estabelecimento e monitoramento das ações e elaboração de análise e indicadores dos processos instituídos para poder mensurar de forma científica se as medidas tomadas estão surtindo os resultados desejados.

Somente dessa maneira poderemos vencer os tabus, garantir a integralidade do atendimento de forma factível e coerente em todas as esferas da nossa sociedade minimizando os sofrimentos que são explícitos todos os dias nos serviços de saúde de nosso país.



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A sociedade em rede


Há pouco mais de uma década, quando a internet ainda ensaiava os primeiros passos em território brasileiro, o compositor brasileiro e defensor da liberdade dos direitos no ciberespaço, Gilberto Gil, referenciou na música Pela internet uma das primeiras impressões do que a rede representava na vida dos usuários: “Eu quero entrar na rede, promover um debate, juntar via internet, um grupo de tietes de Connecticut, [...] Eu quero entrar na rede para contatar, os lares do Nepal e os bares do Gabão”.

Definitivamente vive-se num tempo em que a simultaneidade proporcionada pela internet oportuniza a vivência de uma experiência revolucionária da comunicação, do relacionamento social e do consumo. No sentido apresentado por Gil, vive-se na era dos websites e a transcendência dos gigabytes nas “nuvens” com a cloud computing.

Diante disso, é inegável que as relações estabelecidas no ambiente virtual carecem da análise da ciência jurídica sob os prismas sociológico, hermenêutico, jurisdicional e do modus operandi que a tecnologia instiga a investigar.

O consumidor moderno cada vez mais procura a internet para realizar transações comerciais, e isso ocorre por diversos fatores, como, por exemplo, a otimização do tempo disponível, a tentativa de manutenção da privacidade, a amplitude na realização de pesquisas de preços.

Figura-se uma geração de indivíduos cada vez mais familiarizados com o ato de “googlear”. Sim, “googlear”, da tradução do verbo “to google”, inserido no vocabulário do inglês estadunidense após a transformação do buscador Google em uma das maiores potências em comunicação e informação do planeta.

 A internet e, sobretudo o ato de “googlear”, trouxeram repercussões das mais diversas na vida individual e em sociedade, colocando em xeque diversos paradigmas da vida pós-moderna: o consumo, as relações sociais, a comunicação e a informação jamais serão as mesmas.

E diante de tais mudanças, inevitável é o envolvimento do Poder Judiciário em conflitos cuja origem se deu no ciberespaço ou sobre ele repercutirão os efeitos das decisões judiciais.

 Com o estudo desenvolvido foi possível identificar uma série de dificuldades enfrentadas pelo Poder Judiciário no momento de decidir questões relacionadas à Web e seus usuários, dificuldades estas supridas de modo inadequado a partir da aplicação da ponderação e da interpretação por enunciados, conferindo fundamentos inadequados para a solução dos conflitos em questão.

O ciberespaço, de um modo geral, oferece novas e diferentes perspectivas e expectativas do futuro. Há um tempo, quando se assistia a um filme de ficção científica, imaginava-se o futuro que estava por vir.

Agora, tem-se impressão que se aproxima da certeza de que o futuro é agora, e nesse futuro presente, indubitavelmente, é necessário promover uma imersão conceitual do Direito no ciberespaço, visando preservar os direitos humanos fundamentais à privacidade e a proteção de dados pessoais.


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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Mais de 80 milhões de brasileiros acessam a internet


O número de brasileiros que acessam a internet subiu 6,8% em 2012, em relação a 2011. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 83 milhões de pessoas, com 10 anos ou mais, declararam ter acessado a rede mundial de computadores, o que corresponde a 49,2% da população na faixa idade. No ano anterior, foram 77,7 milhões.

O aumento no número de internautas foi verificado em todas as faixas etárias. No grupo de 15 a 17 anos, a proporção chega a 76,7%. Entre os que têm 50 anos ou mais, 20,5% acessam a internet.

Moradora de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, a estudante Ana Beatriz Souza, de 14 anos, começou a usar a internet há um ano. Ela tem computador em casa e utiliza um modem pré-pago para acessar a rede.

 Para ela, a internet ajuda muito nos trabalhos de escola e para reencontrar amigos. “Facilita, porque não preciso ficar procurando nos livros, a pesquisa é bem mais objetiva. Nas redes sociais, encontrei amigos com quem tinha perdido contato”.

O número de pessoas que têm telefone celular também aumentou. Passou de 115,4 milhões para 122,7 milhões, crescimento de 6,3%, considerando o grupo com 10 anos ou mais.

Fonte: Agência Brasil.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Clareamento dentário com água oxigenada: é possível?


Você provavelmente já se deparou com mensagens que circulam na Internet falando sobre os benefícios do uso da água oxigenada em diversas situações, uma delas, inclusive, para o clareamento dos dentes. Algumas destas correntes ainda passam receitas caseiras de soluções que supostamente deixariam os dentes mais brancos. Quem esclarece o assunto é o dentista e especialista em estética bucal, Joel Mauri dos Santos.

O peróxido de hidrogênio, que é água oxigenada, é a base dos géis clareadores. No entanto, não se pode comparar com a solução de água oxigenada vendida em farmácias, pois esta não possui compostos que dão mais estabilidade à substância. “O peróxido de hidrogênio apresenta diferentes comportamentos de acordo com sua estabilização, pH, diluição e concentração. Ele é um excelente descontaminante, mas pode servir até como combustível de foguete, pela sua explosão espontânea.

Por isso, é perigoso utilizá-lo sem controle”, explica o PhD e doutor em Edodontia, Renato Motto Palo. Outro risco do uso inadequado de água oxigenada é a forma com que ele pode interagir com o organismo. A quebra do peróxido de hidrogênio dentro do corpo causa a liberação de radicais livres, associados ao envelhecimento dos tecidos.

“Quando devidamente estabilizados e em concentrações adequadas, o peróxido de hidrogênio pode ser encontrado em produtos comuns no nosso dia a dia, como é o caso dos cremes dentais, detergentes de lentes de contato e até mesmo em loções para cabelos”, afirma Joel.
 Resumindo, os géis clareadores comercializados por empresas sérias são completamente diferentes da solução de água oxigenada comercializada em farmácias. Ainda vale lembrar que o procedimento correto para o clareamento dentário é procurar um profissional, passar pela avaliação e optar pelo procedimento de consultório ou caseiro, sempre com o acompanhamento do dentista.


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terça-feira, 24 de setembro de 2013

Sobre tragédias árabes


Os árabes são cerca de 400 milhões de pessoas que vivem principalmente no Oriente Médio e no norte da África. No Brasil temos 1,5 milhão de árabes e seus descendentes.

Originários de uma população nômade da península arábica, onde hoje se situa a Arábia Saudita, foram organizados por Maomé e pela religião muçulmana.

Fundaram um império que se estendeu do Paquistão até o sul da França, incluindo a Espanha e Portugal. Durou de 632, ano da morte de Maomé, até 1258, ano em que morreu o último califa em Bagdá, derrotado pelos mongóis de Gengis Khan e seu filho Hugalu.

A partir de 1510 a região foi dominada pelo império turco-otomano e seus sultões, até sua dissolução em 1918, depois de os turcos se aliarem ao lado perdedor na Primeira Guerra Mundial; por este motivo até hoje chamamos nossos árabes de turcos, o que eles não são.

Os territórios árabes foram então colocados sob protetorados britânicos e franceses, que depois foram fracionados nos atuais países árabes e Israel.

Entre o século VII e o XIII, enquanto durou seu império, produziram gênios que se destacam na história da ciência, como Avicena (Ibn Sina), Averróis (Ibn Rushd) e o persa Al Khwarismi, introdutor do sistema decimal e que deu nome à palavra algarismo.

Até 1938 despertavam um interesse apenas marginal nas grandes potências, mais por sua localização em vias de navegação comercial, mas em março deste ano foi descoberto petróleo na Arábia Saudita e, como em quase todos os lugares em que se acha petróleo, foram criadas imensas fortunas e enormes tragédias.

 Ingleses e americanos fizeram e fazem qualquer negócio pelo controle destes recursos, aliando-se a governantes que lhes sejam favoráveis. Nos anos 50 e 60 temiam os nacionalistas, como o egípcio Nasser, um dos criadores da fugaz República Árabe Unida, que incluía o Egito, a Síria e o Iraque e que nacionalizou o Canal de Suez ou como o iraniano Mossadegh, que não era árabe, mas muçulmano e que foi derrubado pela CIA depois de nacionalizar o petróleo.

 Depois passaram a temer os fundamentalistas islâmicos, mesmo como quando eleitos democraticamente, como na Argélia em 1992 e agora no Egito. Aí apoiaram golpes contra estes governantes, sem se importar com a carnificina, que na Argélia chegou a 150 mil mortos.

A criação de Israel, em território originalmente palestino, foi outro golpe no orgulho árabe que resultou em guerras e terrorismo.

Crises, atentados e guerras se sucedem nesta parte do mundo, guerras entre árabes e judeus, entre o Iraque e o Iran, entre o Iraque e o ocidente, entre os talibãs afegãos e os russos, entre os talibãs e os americanos, revoluções sangrentas em vários países e agora na Síria. A Síria tem um ditador errado, aliado dos iranianos. Se fosse aliado da ditadura saudita, pró-ocidental, tudo bem, mas não é e agora corre o risco de ser derrubado.

A rebelião na Síria já matou cerca de 100 mil pessoas, mas agora um ataque com gás matou mais de mil. Os rebeldes e os Estados Unidos acusam o governo sírio, que rebate dizendo que foram os rebeldes.

Para quem morreu não faz diferença, mas isto pode servir de pretexto para um ataque americano com foguetes. O ataque não pode ser muito devastador, ao ponto de dar a vitória aos rebeldes, onde o principal grupo é ligado à Al Qaeda, inimiga dos americanos e que não pode ganhar e também não deve colocar vidas americanas em risco.

 Se acorrer, segundo Obama, será uma punição e uma advertência aos sírios, mas como nem o ditador nem seus generais serão atingidos, vão ser os sírios comuns que vão queimar e morrer.

 Mas não importa, as tragédias são quase corriqueiras no mundo árabe visto do lado ocidental...


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A musa do poder


Presa pela Polícia Federal na Operação Miqueias, catarinense que se encontrou com políticos de Goiás é um estouro nas redes sociais


Que o poder é afrodisíaco, as crônicas da política já se apressaram em dizer. Agora o que não se pensava tão claramente é que o uso de estruturas tão complexas como a beleza feminina podem facilitar os trâmites nos bastidores. Ou seja, a beleza é que é poderosa.

A catarinense Luciane Hoepers é uma das mais belas a supostamente integrar estes bastidores. Ela é suspeita de se unir a um pesado esquema investigado pela Polícia Federal, na Operação Miqueias, que atingiu em cheio a política goiana.

Conforme o jornal Estado de S. Paulo, Luciane teria realizado encontros com um deputado federal e dois estaduais do PMDB goiano. Cardápio: negócios, muitos negócios. E claro: beleza se põe à mesa.

O coração dos esquemas que supostamente fraudaram em milhares de reais os cofres públicos batia no ritmo do aliciamento de agentes públicos: prefeituras deveriam investir o dinheiro dos fundos de pensão em títulos indicados pelo grupo. O prefeito, por sua vez, recebia parte do dinheiro. O esquema não atingiu apenas o PMDB. Um petista, o goiano e ex-assessor especial do governo federal, Idaílson José Vilas Boas Macedo, foi exonerado depois das denúncias.

Ontem, o programa Balanço Geral, da TV Record, mostrou imagens gravadas pela Polícia Federal em que Luciane supostamente se encontra com os deputados goianos, oriundos de um importante sobrenome de políticos do Estado. Nas gravações flagradas pela Polícia Federal, ela se entusiasmaria pelo fato de um dos rapazes-deputados ser filho de um importante prefeito goiano – alvo das ações do grupo flagrado pela PF.

Trata-se de mais uma monotonia da corrupção brasileira: a improbidade administrativa segue à risca padrões de comportamentos já investigados anteriormente. Mas o que chama a atenção é mesmo a beleza de Luciane, já famosa por participar de concursos femininos, capas de revista e reality shows. É figura pública e carimbada com belas tatuagens e corpo pintado em academia.

Em 2012, por exemplo, ela foi eliminada da Casa das Bonitas 2, realizado pelo canal Multishow. Teve aparições também no Programa do Faustão, Zorra Total e Mulher Bombeiro.

Na revista Fluir, ela aparece, estonteante, em um biquíni verde. Diz que o apelido é “Lu” e sonha em comprar um apartamento em Miami. O último livro que leu? O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. Convite irrecusável? “Viajar”. Para quem torce? “Corinthians”. Uma roupa sexy? “Camiseta e calcinha”. Comida preferida? “A mineira”.

Brasília

Na entrevista, Luciane diz que nasceu em Joinville (SC), mas que atua em Brasília. Ela revela seus hobbies: musculação, jump, spinning, corrida e stand up paddle. E como ganha dinheiro: “como agente de investimentos no mercado financeiro.”

Esta última profissão parece ter aproximado a suspeita do esquema em que agia. Seus lindos olhos azuis – afirmam policiais que efetuaram as prisões – aceleravam todos os esquemas. Corações batiam rápidos e nervosos, prontos para assinar qualquer coisa.

Infelizmente, no site da revista, apareceu nesta segunda-feira um engraçadinho para curtir com a garota: “Teje presa!!!! Kkkkkkkkkkkkkk”, diz o internauta que se batiza de Syk4ryo.

Suas imagens do Facebook revelam uma beleza incomum e uma preocupação quase científica com as formas do corpo. Dentre as inúmeras fotos, uma se destaca não pela beleza, mas pela qualidade da comunicação: um bilhete com os dizeres “Voce e linda”. Isso mesmo, sem acento em ‘você’ e sem o acento do ‘é’. Significa apenas que sua beleza atraía de deputados a pessoas pouco letradas. Seu comentário, aliás diz muito do Português também de “Lu”: “Gostoso e acordar de manha p trabalhar e encontrar um recadinho deste no parabrisa ... Inteligente e meu vizinho escrever isto atras de um tickt de estacionamento com marca do carro e número da placa !!! Este tem personalidade !!! Adoreiiii !!!!”. Com um pouco mais de palavras, a beldade do PMDB goiano mostrou que sabe de Português tanto quanto o adorador desconhecido. E mais defendeu: o admirador e assassino da Gramática.

Longe de ser piriguete, em outras publicações abertas ao público, ela manda recados para supostas concorrentes ou adversárias do universo masculino: “Esta vai para minha amiguinha sinistra do face que vive me mandando Emails: Mentira que vc me odeia ???? Olha minha cara de preocupada amigaaa!!! Nao tenho menor interesse no seu bofe!!! Nao se humilhe mais mandando Msgs... Porque estou feliz demais p me preocupar c o passado !!!”

Com 14 mil seguidores, desde 18 de setembro que Luciane Hoepers não atualiza seu Facebook. No dia 19 foi deflagrada a operação. A PF realizou apreensões de um iate avaliado em US$ 2,6 milhões e cumpriu 27 mandados de prisão.

Com tanta beleza, Luciane terá mais seguidores e pedidos de amizade daqui para frente. E quando sair da Polícia Federal deixará saudades em todos. Por onde sobrevém, deixa cupidos pavimentando sua passagem por meio de setas. Alguns roubam bens, inclusive públicos, mas Luciane roubou, de fato, inúmeros corações. O mito do cupido mais uma vez se repete. O problema é que as setas foram seguidas pela polícia.

A reportagem tentou contatos com o advogado da modelo, mas não obteve retorno.




 
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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Tabu pode ser quebrado


 
Especialistas em religião acreditam que Santa Sé pode alterar regras e permitir matrimônio de padres.
 
O celibato dos padres pode entrar em discussão no Vaticano. Segundo o arcebispo italiano Pietro Parolin, que está prestes a assumir o cargo de novo secretário de Estado da Santa Sé, é sim possível modificar a regra que impede padres de se casarem.
As informações são da última publicação da revista IstoÉ. Embora o celibato, desde sua instituição no primeiro século, seja regra e não dogma, portanto passível de questionamentos, é incomum ver religiosos em altos cargos da hierarquia católica tratando o assunto abertamente, o que sede espaço para maiores discussões.
De acordo com uma entrevista do arcebispo ao jornal venezuelano El Universal, tratou sobre o celibato: “Não é um dogma da Igreja e pode ser discutido, porque é uma tradição eclesiástica”. Sobre a regra que proíbe padres de se casarem. “É possível falar, refletir e aprofundar esses temas que não são de fé definida e pensar em algumas modificações”, explica.
Segundo dados da Igreja, hoje, no Brasil existem aproximadamente 22 mil padres para 48 mil centros de atendimento religioso, ou seja, um déficit de cerca de 20 mil sacerdotes. Um candidato ao sacerdócio precisa estudar, em média, oito anos, sendo quatro de filosofia e outros quatro de teologia, além disso, precisa abrir mão de um projeto de vida conjugal.

Opiniões
 Para apóstolo César Augusto, a base de tudo que se refere à igreja precisa estar primordialmente de acordo com a bíblia. A posição religiosa, segundo ele, não fala sobre celibato, mas sim que o homem ou a mulher tem liberdade de escolha, e isso não define se vai continuar ou não em determina posição da igreja.
 “O celibato é uma decisão pessoal, melhor que os padres possam se casar e com isso evitar terem uma vida pecaminosa. O papa está certo se decaidir discutir a respeito”, diz.
 Para o presidente da Federação Espírita de Goiás Weimar Muniz de Oliveira, seria positivo a permissão para que os padres se casem.  Ele explica que Chico Xavier trata sobre a família organizada: “Você acha que o mundo conseguiria se sustentar sem ela? Para que haja união dos gametas para que fertilize o óvulo deve existir a união entre o homem e a mulher, do contrário não teríamos, hoje, mais de sete bilhões de pessoas no mundo, seria um caos”.
Weimar acrescenta que o celibato foi criado pela Igreja, Jesus vivia entre as famílias, e em momento algum ele ou Moisés pregaram isso. É algo criado pelo sacerdócio organizado. A família organizada tem por trás o casamento para que exista o consorcio, a comunhão de homem e mulher, o que fará com que tenham filhos uma sociedade e existam as nações. “Caso contrário seria somente desordem”, diz.
 Ele ainda cita uma passagem bíblica: “Então o levou fora, e disse: Olha agora para os céus, e conta às estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua descendência. Gênesis 15:5”.
 Padre Rafael Javier Magul esclarece que a vida celibatária ou pelo matrimônio é uma vocação, significa que a pessoa responde a um dom, a uma missão, a um ministério. “O sacerdócio é uma missão e um ministério e, como disse São Paulo, cada um tem seu dom, o mais importante é que sejamos autênticos.
Em sua primeira carta aos Coríntios, precisamente no capítulo sete, quando se fala acerca do matrimônio, é dito que “é melhor para eles que permaneçam como eu, mas se não podem guardar a continência, casem-se, pois é melhor casar do que abraçar-se”, diz.
Ele ainda ressalta que há quase dois mil anos  na igreja, a vida celibatária já era opcional. “Aí tínhamos padres casados, bem como padres celibatários. Santos como São João Crisóstomo, São Basílio, São Ambrósio, Santo Agostinho, escolheram a vida celibatária. Temos outros, como São Gregório e São Espiridão, que escolheram servir ao Senhor em família”, explica.

Ter sacerdotes celibatários e casados é parte da igreja. Por isso mesmo na Igreja Católica Apostólica Ortodoxa, as pessoas casadas podem chegar ao sacerdócio, mas não ao episcopado, mas isso não é por uma razão teológica, e sim por uma razão pastoral e prática.
A tal ponto que até na Igreja Católica Romana o celibato não é um dogma de fé, de disciplina. Segundo o padre que é um sacerdote casado e têm dois filhos, tal opção não o impediu de exercer seu papel perante a igreja.
“Meus filhos são universitários, minha esposa dirige o coral da igreja e nada impede que eu desenvolva meu trabalho pastoral com sucesso. Pelo contrário, são instrumentos de evangelização em família”, ressalta.
O padre ainda cita que biblicamente falando, na primeira epístola a Timóteo, no capítulo três, quando se fala a respeito das qualidades que devem ter os epíscopos, são destacadas a bondade, a paciência, o desprendimento e, expressamente, estes devem ser casados uma só vez. Esclarece-se: “Quem não pode governar sua própria casa, como poderá governar a casa de Deus?”.
O mesmo se aplica aos diáconos. “Em nossa irmã Igreja Católica Romana, no último ano, dom Washington, arcebispo metropolitano, ordenou quase trinta diáconos permanentes, casados, por quem rezamos por seus sucessos pastorais, haja vista que essas ordenações, com certeza vão ajudar positivamente ao que o papa Francisco está pedindo, que é justamente sair às ruas, envolver-se com os problemas e as necessidades dos demais e estar mais perto do povo”, conclui padre Rafael.
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